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Presença: Casa de bonecas

15 de Março de 2019 às 09:31
Manuel Garcia [email protected]

Casa de bonecas O elenco da peça: Eliana Guttman, Luciano Chirolli, Marília Gabriela e Fabiana Gugli. Crédito da foto: Lucas Bismarck / Divulgação

O Sesc Sorocaba realizou a apresentação do espetáculo Casa de Bonecas, nos dias 8 e 9 de março, com lotação máxima dos 275 assentos de seu teatro. Escrita em 1879, a peça Casa de Bonecas, do norueguês Henrik Ibsen, revelou-se um libelo feminista muito antes de a filósofa francesa Simone de Beauvoir publicar “O segundo sexo” (1949).

A trama gira em torno de Nora, mulher bem casada aos olhos da sociedade, que, incomodada com a rotina, abandona o marido e três filhos em busca de um destino autônomo. O dramaturgo americano Lucas Hnath, quase 140 anos depois, recriou livremente a volta ao lar de Nora em um texto surpreendente, Casa de Bonecas — Parte 2.

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Uma década e meia se passou e a protagonista (representada por Marília Gabriela) virou uma escritora de sucesso, que publica livros com temas em torno do universo feminino. Jamais estabeleceu contato com a família em um tempo em que sofreu, amou e viveu de acordo com a consciência. A necessidade de obter o divórcio a obriga a retornar à antiga residência, e, para sua surpresa, pouca coisa mudou na sua ausência.

O rancor de Torvald (interpretado por Luciano Chirolli), o marido, o faz parecer inflexível, enquanto a filha mais nova (papel de Fabiana Gugli, que substitui Clarissa Kiste) deposita suas esperanças em um casamento. As recriminações também chegam através da empregada (a atriz Eliana Guttman), incapaz de enxergar a própria história antes de criticar a ex-patroa.

A montagem, dirigida por Regina Galdino, ganha os palcos em pleno clamor dos movimentos feministas e aumenta o interesse sobre um debate que não é nada recente. O ator Luciano Chirolliconfere nuances precisas ao magoado Torvald. Eliana e Clarissa, em inserções menores, saem-se bem como contraponto à protagonista ao mostrar mulheres que são fruto do ambiente. O pilar da encenação, no entanto, é mesmo Marília Gabriela.

“O prazer que sentimos em estar aqui no palco quando percebemos o carinho do público, obrigado Sorocaba por ter sido carinhosíssima conosco” declarou a jornalista e atriz, que em sua sétima experiência no teatro alcança o melhor momento ao defender Nora com propriedade. As falas e os conflitos se fundem à personalidade de Marília. A artista consegue a proeza de minimizar sua marcante presença a favor da personagem.

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