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Entrevista: Michel Luna, um sorocabano que é sucesso pelo Brasil afora

07 de Junho de 2020 às 00:01
Manuel Garcia [email protected]

Entrevista: Michel Luna, um sorocabano que é sucesso pelo Brasil afora “Eu me coloco muito no lugar do meu ouvinte eu acabo compondo de madrugada. Eu amo a lua”. Crédito da foto: Divulgação

Ele tem 30 anos, nasceu em Sorocaba, foi jogador de futebol e passou por vários times, inclusive o São Bento. Trabalhou em loja de material de construção e hoje é um cantor sertanejo reconhecido em todo o Brasil. Conheça um pouco do cantor Michel Luna.

Presença - Você nasceu em Sorocaba, como foi a sua infância?

Michel Luna - Nasci em Sorocaba, na região do Cerrado, tenho um irmão quatro anos mais velho que é bombeiro. Minha infância foi maravilhosa. Na minha época não era como hoje, que todas as crianças têm celular e videogame. Eu brincava muito de futebol na rua, vivia machucado. Também brinquei muito de pique esconde, mãe da rua entre outras. Foi uma época ótima que tenho muita saudade. Nunca faltou brincadeira e alegria, fui muito privilegiado.

P. - Você chegou ser jogador de futebol, sempre teve esse sonho?

M.L. - Meu pai me incentivou muito, ele me matriculou em escolinha de futebol quando pequeno. Meu pai sempre gostou do mundo da bola, eu sempre quis ser artista viver da minha arte da minha música. Na época acabei seguindo aquilo que meus pais queriam. Joguei em vários clubes, entre eles São Bento, Votoraty, Capivariano, Olímpia, Brasiles de Minas Gerais, Grêmio de Porto Alegre, Niterói, entre outros. Nos alojamentos do times que passei e no ônibus eu sempre levava meu violão e era o cantor do time. Com 18 anos estava jogando em um clube de Minas Gerais quando liguei para os meus pais e falei que não queria mais aquela vida de correr atrás de bola. Queria era correr atras de fazer sucesso como cantor. Fiquei com medo da reação deles, mas foi a melhor possível. Eles pegaram o carro e foram me buscar. No caminho de volta para casa falam que eu deveria fazer aquilo que me dava prazer e que iram me apoiar sempre.

P. - O que te marcou da sua época de jogador?

M.L. - Foram as amizades. Tenho uniformes e algumas medalhas que ganhei, mas o que me marca mesmo são os amigos que fiz pelos os times que já passei. Tenho amigos que estão jogando em outros países e sempre converso com eles. Não sinto falta da carreira no futebol, sou feliz hoje na música.

P. - Como a música entrou na sua vida?

M.L. - Entrou por acaso. Estava jogando no Capivariano e aprendi a tocar pandeiro com um jogador de lá. Comecei a me envolver daí nas rodas de samba, ia em várias e acabava tocando meu pandeiro. Um dia fui em uma apresentação de samba e o vocalista chegou atrasado. Acabei assumindo o vocal. Quando meu amigo chegou ele nem quis cantar, pois percebeu que o público estava gostando e que eu tinha talento.

P. - Quando percebeu que você estava no caminho certo e poderia ganhar dinheiro com a música?

M.L. - Após fazer muitos shows em barzinhos eu fui convidado para fazer um show na festa junina de Sorocaba. Eu achei que por eu ser um cantor da cidade e até então desconhecido não iria ter um grande público para me ver. Quando anunciou meu nome e eu entrei no palco e vi que tinha uma multidão para me ver -- e o melhor ainda, cantando a minha música -- eu percebi que estava no caminho certo. Com a minha música eu consegui me formar em Processos Gerenciais, comprar coisas para mim e para minha família, sempre tive apoio e carinho dos meus pais e eles sempre me ajudam.

P. - Como era sua rotina antes da Covid-19?

M.L. - Eu estava em uma corrente ascendente, estava com uma agenda lotada para o ano de 2020. Estava fazendo uma média de cinco, seis shows por semana. Viajava o Brasil todo divulgando minha música, também estava compondo coisas novas. No começo eu achava que iria passar logo, estava ficando mais tempo em São Paulo, onde tenho um apartamento que divido com um amigo, mais devido a tudo que estava acontecendo acabei vindo para Sorocaba ficar com meus pais.

P. - No ano de 2019 você se apresentou em Barretos. Como foi para você se apresentar neste rodeio que é conhecido por ser uma das maiores vitrines sertanejas do Brasil?

M.L. - Chegar em Barretos para mim foi uma emoção muito grande, trabalhei muito para isso, tenho uma fé muito grande em Deus. Para conseguir chegar a cantar em Barretos foi um trabalho de formiguinha. Eu lembro que uma vez eu fui assistir ao rodeio de Barretos com um conhecido eu fiquei olhando aquele palco e me imaginando cantar nele. Falei para ele que iria um dia cantar lá, ele deu risada da minha cara, fiz questão de convidá-lo para assistir o meu show lá. Eu comecei a fazer um trabalho de formiguinha mandando minhas músicas paras as rádios em 2018. Minha música tocou em uma rádio em Barretos no período de festa. O radialista que tocou a minha música foi o Everton Espanhol e ele falou “Luna, você ano que vem vai tocar em Barretos”. Depois de uns meses ele me ligou e falou que o J. Carvalho, um dos organizadores da Festa do Peão de Barretos, estaria vindo na Câmara de Sorocaba receber um prêmio. Eu comentei com meu pai e ele pegou e foi falar com ele. Levou minhas musicas e ele gostou de mim. Eu graças a Deus já tenho convite para tocar em Barretos este ano. Se tudo correr bem, deve ocorrer em outubro.

P. - Você faz sucesso não só no Brasil mais também em outras partes do mundo. Onde tanto toca a sua música?

M.L. - Eu pedi tanto a Deus para guiar meu caminho, fui enviando minhas músicas para várias rádios e em pouco tempo já estava tocando em mais de mil rádios no Brasil todo. Minha música toca também na França, Moçambique, Uruguai, Argentina e Angola. Agradeço muito aos radialistas que tocam minha música e aos fãs que pedem para tocar. Eu não tenho um grande empresário, nem investidor ou patrocinador atrás de mim. Graças a Deus cheguei em lugares que nem imaginava que poderia chegar.

P. - Quais são os maiores consumidores das suas músicas?

M.L. - O norte e o nordeste. Tenho muitos contatos e acabo fazendo muitos shows por lá. Nestes meses de junho e julho eu estaria fazendo vários shows nos famosos São João. Um dos estados que mais toda a minha música é a Bahia. Minhas músicas são bem dançantes e adoro um arrocha, coisa que o nordestino ama também.

P. - Como é seu processo de composição?

M.L. - Eu me coloco muito no lugar do meu ouvinte eu acabo compondo de madrugada. Eu amo a lua e penso muito como ouvinte das músicas. Procuro colocar sentimentos não só meus, mas deles também.

P. - Você tem um lado social. Fale um pouco...

M.L. - Sou padrinho da Apae de Capela do Alto já tem uns sete anos. Sempre que uma entidade me pede e eu posso, vou tocar nos eventos deles. Na Páscoa consegui fazer uma live e arrecadar 240 ovos de Páscoa. Também fiz uma live arrecadando alimentos para Gpaci. Pretendo fazer mais algumas lives para ajudar entidades. Deus me deu o talento da música e através dela vou me doar para ajudar ao próximo.

P. - Como á sua relação com os fãs?

M.L. - Tenho uma das melhores relações possíveis, amo eles, abraço, tiro foto, procuro responder todos nas redes sociais. Já estou sentindo falta deles e do carinho que eles me dão. Não vejo a hora desse vírus passar para poder estar novamente junto com eles.

P. - Como é sua relação com Sorocaba?

M.L. - Eu amo minha cidade, venho sempre visitar minha família. Faz tempo que não faço um show aqui, gostaria de fazer mais, sinto falta fazer show aqui na minha terra. Gosto muito da cidade e sempre faço questão de falar que sou sorocabano.

P. - Você gosta muito da lua, por quê?

M.L. - Meu sobrenome é Luna que é lua em espanhol e sempre gostei dela. Acho bonita, brilhante, imponente. Ela me inspira e sempre quando olho para ela vejo os rostos dos meus fãs e da minha família. Não sou ligado a astrologia, porém tenho um carinho muito grande pela lua.

P. - Deixe seu recado para Sorocaba

M.L. - Gostaria que a cidade valorizasse mais os artistas locais. Amo essa terra e quero dar muito orgulho para ela. Para quem já me conhece e curte meu trabalho, agradeço muito. Quem ainda que não me conhece, eu peço para conhecer e prometo que não vou desapontar. Peço para todos os sorocabanos terem calma, pois a tempestade que estamos passando no momento não tem proporção alguma perto da glória que virá no futuro.

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