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Bate-papo com Dudu Nobre

01 de Fevereiro de 2019 às 14:16
Manuel Garcia [email protected]
Manuel Garcia [email protected]

Crédito da imagem: Manuel Garcia

Ao som do cavaquinho, um dos maiores talentos do samba nacional se apresentou em Sorocaba no ultimo sábado. O cantor e compositor Dudu Nobre comandou uma roda de samba organizada pelo Saravá Bar Brasil, acompanhado da banda Os Pereras, ao som do melhor samba raiz.

Confira abaixo a entrevista concedida à coluna.

Qual sua expectativa para o Carnaval 2019?

A minha expectativa para o Carnaval é a melhor possível este ano. É muito complicado pelo fato do País estar mudando muito, tivemos uma mudança de governo em janeiro e ainda não deu tempo de sabermos como será para economia, viemos de um tempo de crise e a primeira coisa que cortam é o entretenimento. Mas tenho confiança que os patrocinadores vão voltar a apoiar os artistas e o nosso Carnaval.

Como você vê a Lei Rouanet?

A Lei Rouanet é muito bacana e um dispositivo muito interessante, mais tem que se aumentar o leque de artistas que são contemplados. Eu tenho 20 anos de carreira, tenho alguns projetos aprovados, mas nunca consegui captar recursos para nenhum. Na teoria a lei funciona muito bem, mais na prática não.

Alem de ser um grande cantor, você se destaca como compositor. Como achar tempo e inspiração para compor?

É complicado arrumar tempo para compor, a composição é muito de experimento. Hoje, infelizmente, não tenho muito tempo mais para compor. A relação de composição está mudando muito. Antigamente você fazia um CD e gravava 14 faixas. Hoje, gravando um CD com esse número de faixas você, em um ano, acaba executando três ou quatro faixas. O mercado fez os artistas diminuírem a quantidade de faixas em CDs e, consequentemente, o número de composições. Muitos dos cantores estão lançando música e clipe ao mesmo tempo. O público quer o audiovisual, quer ver a música e o clipe ao mesmo tempo nas plataformas digitais.

O que mudou nos seus 20 anos de carreira?

Mudou quase tudo, só não mudou a essência, mais mudou toda a relação com gravadoras, editoras, imprensa, Ecad... e o público hoje está mais presente, graças à internet. Antigamente você não poderia gravar um CD se não fosse em mega estúdio de milhões de dólares. Hoje em dia você consegue produzir musica de qualidade em casa. A internet veio democratizando a música, facilitando assim muita coisa.

O que você acha das plataformas de músicas digitais?

Antigamente você conseguia vender 100 mil cópias e o artista tinha rendimento por isso. Hoje, com as plataformas digitais, não existe uma regra para o artista arrecadar com seu trabalho. Tem ainda que se regulamentar isso. Mas, no geral, elas facilitam a divulgação do nosso trabalho.

O que você espera para o ano de 2019?

Este ano faço 20 anos de carreira como cantor. Tenho um projeto de lançar um livro sobre a historia do samba. Logo após o Carnaval lançarei meu segundo CD instrumental, misturando samba, chorinho com hip hop, eletrônico e funk, e até o final do ano estarei lançando três novas músicas com clip. Quero cada vez mais trazer novidades para o público que gosta de samba que gosta de boa música.

Qual sua expectativa para o show de Itu amanhã?

Adoro Itu e o interior paulista. Levarei minha banda e vai ser um prazer comemorar junto com os Ituanos o aniversário da terra dos “exageros”.