Crise hídrica
Prefeitura define nesta quinta (17) se continua ou não com o rodízio
Desde o início do racionamento, em 25 de janeiro, a economia gerada, segundo o prefeito Manga, é de 24 mil metros cúbicos por dia, o que equivale a encher 11 piscinas olímpicas todo dia

Nesta quinta-feira (17), o prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga, concederá entrevista coletiva para comunicar sua decisão sobre a continuidade ou não do rodízio de água na cidade. A economia gerada, desde o início do racionamento, em 25 de janeiro, é de 24 mil metros cúbicos por dia, equivalentes a 11 piscinas olímpicas por dia.
Com isso, a redução do volume diário captado da represa de Itupararanga, via Estação de Tratamento de Água (ETA) Cerrado, tem variado de 15% até 20% de economia. Nesta quarta-feira (16), o nível da represa de Itupararanga estava em 820,66 metros sobre o nível do mar. Já o volume do reservatório estava em 43,49%, conforme informações enviadas pela Companhia Brasileira de Alumínio (CBA).
Segundo o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) de Sorocaba, o sistema de rodízio de água intercalado por toda a cidade tem operado com sucesso. Ainda de acordo com a autarquia, embora o fim do rodízio seja um desejo da população, a antecipação dependerá do comportamento do reservatório. “A proposta do racionamento é gerar a economia de água necessária neste momento de crise hídrica, ao mesmo tempo causando o menor transtorno possível à população”.
Durante entrevista à rádio Cruzeiro FM 92,3, na manhã desta quarta-feira (16), no Jornal da Cruzeiro, o prefeito Rodrigo Manga considerou o resultado do racionamento na cidade bastante positivo. “A economia tem sido gerada, nossa meta era chegar em 40% no final de março e nós já atingimos nossa meta, então poderíamos suspender o rodízio, mas o que posso adiantar é que será apresentado amanhã (17) um novo modelo. A população aderiu bem e acho que podemos ampliar esta meta para 50% talvez e estender mais um pouco o racionamento, de uma maneira mais flexível. Mas alcançamos nosso objetivo.”
Reunião do comitê
O comitê das bacias hidrográficas do rio Sorocaba e Médio Tietê realizou, nesta segunda-feira (14), uma reunião para debater o racionamento de água na região. “Criamos o comitê (de crise) quando o nível do reservatório estava começando a ficar muito baixo. Fazemos reuniões todas as segundas. O que estamos fazendo agora é acompanhar a situação e o volume de chuvas”, explica o membro do Comitê e professor da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar), André Cordeiro Alves.
Para o professor, ainda não é o momento ideal para encerrar o racionamento. “No meu ponto de vista, eles devem manter até pelo menos o final da época de chuva. Assim temos uma visão clara de quanto vamos ter de água para passar o período de estiagem, que começa em março e vai até outubro”.
Nas reuniões realizadas pelo comitê, cidades que não fizeram o racionamento, como Votorantim, foram cobradas. “Pressionamos Votorantim, mas a gestão se negou a fazer. E não temos o que fazer, nós aconselhamos. Seria interessante que Votorantim também participasse do sistema de rodízio”, comenta o professor.
Prefeitura de Votorantim responde
Em nota, a Prefeitura de Votorantim explica que entre os dias 17 e 20 de janeiro, reuniram-se com os responsáveis pelas questões de saneamento básico especificamente a respeito do abastecimento de água e esgotamento sanitário: Poder Concedente, Gestora de Contrato de Concessão, Ares – PCJ, Concessionária Águas de Votorantim, para a discussão técnica quanto à crise hídrica.
Diante dos apontamentos técnicos apresentados nas reuniões, decidiu-se em não realizar o rodízio. Porém, o município tem realizado trabalhos efetivos e campanhas de uso consciente da água tanto nas redes sociais, quanto em outros meios de comunicação, além de ações adotadas para amenizar a crise hídrica. (Da Redação)