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Voos mais seguros

14 de Dezembro de 2019 às 00:01

Foi inaugurada na última terça-feira a torre de controle e o sistema de vigilância eletrônica do Aeroporto Estadual de Sorocaba Bertram Luiz Leupolz. O equipamento só começará a operar em janeiro do ano que vem. O intervalo entre a inauguração e o efetivo início das operações se deve, segundo o Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo (Daesp), responsável pela obra, à conclusão do processo de homologação do serviço junto à Força Aérea Brasileira.

Sorocaba tem um dos aeroportos mais movimentados do Estado. Além de um grande número de hangares de particulares e de corporações que optaram por operar em Sorocaba por uma série de fatores, o aeroporto conta com movimento intenso de pousos e decolagens dos chamados aviões executivos, que são trazidos para manutenção em empresas aqui instaladas. Mesmo tendo um número de pousos e decolagens superior ao do Aeroporto de Congonhas (embora este receba voos comerciais, com milhares de passageiros por dia) até agora o aeroporto não dispunha de uma torre de controle, equipamento essencial para a segurança dessas operações. A instalação de uma torre de controle no aeroporto é uma reivindicação antiga. Mostrou-se necessária desde quando a pista do aeroporto foi pavimentada, nos anos 1980, para logo depois passar para a jurisdição do Daesp. O movimento de aeronaves começava a tomar corpo devido à implantação de inúmeras empresas especializadas na manutenção de aviões e à construção de hangares de corporações. Depois de sucessivos adiamentos e atrasos de praxe, típicos de obras públicas, a estrutura física da torre de controle foi finalmente concluída em 2017. E só agora, dois anos depois, é que os equipamentos foram instalados e podem começar a funcionar. A primeira etapa da obra custou R$ 13,8 milhões e a segunda, entregue na última terça-feira, R$ 7,6 milhões, bancados pelo governo estadual.

A entrada em funcionamento da torre de controle e do sistema de vigilância eletrônica, segundo dirigentes do Daesp, facilitará a internacionalização do aeroporto, outra reivindicação antiga das empresas que aqui operam. No entorno do aeroporto se instalou um complexo parque de manutenção de aeronaves e, segundo especialistas do setor, é o único aeroporto a contar com a presença de oficinas dos três maiores fabricantes de aviões executivos do mundo, a norte-americana Gulfstream, a francesa Dassault e a brasileira Embraer, além de várias outras empresas importantes desse setor. Dados de 2017 fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Aviação (IBA) mostram que essas empresas atraíram 432 aeronaves estrangeiras para algum tipo de revisão ou atendimento técnico. Hoje, um avião de outro país que precisa passar por revisão ou reparos nas oficinas credenciadas precisa pousar primeiro em um aeroporto internacional, como Guarulhos, para depois seguir para Sorocaba. Essa operação custa milhares de dólares. Com a internacionalização as aeronaves poderão descer diretamente em Sorocaba que terá posto da Polícia Federal para autorizar a entrada dos tripulantes e passageiros no país.

Paralelamente ao processo de internacionalização do aeroporto, o governo estadual pretende privatizar o aeroporto de Sorocaba, assim como boa parte dos aeroportos paulistas sob sua jurisdição. O processo deverá ganhar impulso a partir do início do próximo ano, segundo a direção do Daesp. Existe ainda o interesse do governo estadual de desativar o Campo de Marte, aeroporto localizado na zona norte da cidade de São Paulo e que também concentra voos de aviões executivos. Essa possível desativação beneficiaria o aeroporto de Sorocaba que poderia absorver parte desses voos.

Aeroportos para aviões executivos, principalmente perto dos grandes centros, têm despertado o interesse da iniciativa privada. Prova disso é a construção do São Paulo Catarina Aeroporto Executivo em São Roque, junto à rodovia Castelo Branco, que será inaugurado segunda-feira. Foi construído pelo Grupo JHSF em pouco tempo, mais ou menos o mesmo tempo que o Daesp demorou para construir e colocar em funcionamento a torre de controle do aeroporto de Sorocaba. A construção do zero de um novo aeroporto para aviões executivos por um grupo empresarial mostra que esse tipo de atividade estará em alta nos próximos anos. Daí a importância da internacionalização e privatização do Aeroporto se Sorocaba, para a manutenção e ampliação do parque aeronáutico local que tem destacada importância econômica e emprega mais de 1.200 trabalhadores.