Buscar no Cruzeiro

Buscar

Uso racional da água

02 de Fevereiro de 2019 às 11:54

 

O mês de janeiro terminou e a região de Sorocaba registrou índice pluviométrico de 297,5 mm, o maior desde dezembro de 2017. Mesmo assim, a represa de Itupararanga, que fornece mais de 70% de toda água consumida no município, opera com apenas 43% de sua capacidade. Não é uma situação alarmante, uma vez que a própria direção do Saae de Sorocaba lembra que é o mesmo índice de janeiro do ano passado -- e não houve necessidade de racionamento na cidade -- mas acende a luz de alerta que remete à economia de água por parte da população. Os grandes reservatórios do Estado de São Paulo estão em boa situação neste início de fevereiro, segundo a Sabesp.

O sistema Cantareira, com 43% de sua capacidade está em um nível considerado normal, assim como o reservatório de Alto Cotia. Estão em boa situação os reservatórios de Alto Tietê e Guarapiranga e com nível excelente os reservatórios de Rio Grande e Rio Claro, ambos operando acima dos 80%. Essa situação estadual mostra que não tem chovido o suficiente na região onde se localizam as nascentes dos cursos d’água que formam a represa se Itupararanga. Há exatos dois anos, em um ano bastante chuvoso, a represa operava com mais de 73% de sua capacidade.

O calor registrado nesta região do país nas últimas semanas, com temperaturas acima dos 30ºC, certamente tem contribuído para o aumento do consumo. Mas ambientalistas e pessoas que frequentam a represa alertam que aumenta a cada dia o uso indiscriminado da água da represa para a irrigação de plantações existentes no seu entorno, um aumento de consumo considerável que praticamente estaria impedindo que o nível da represa subisse.

O alerta divulgado pela direção do Saae tem por objetivo prevenir que a situação se agrave. No mês de dezembro do ano passado a autarquia também emitiu um alerta quando o consumo de água na cidade aumentou 25%. Dessa maneira, a população deve atender ao pedido da direção do Saae e evitar todo tipo de desperdício. O alerta deve servir também para a própria autarquia, que deve dar o exemplo. Sabe-se que a perda de água tratada na distribuição é muito grande. O Saae vem realizando um trabalho para reduzir essas perdas com a instalação de macromedidores na rede.

Esses dispositivos medem os volumes de água que entram e saem das estações de tratamento, nos centros de distribuição e reservatórios, possibilitando identificar perdas de água por vazamento ou por fraude e em qual região isso acontece. Esse processo vem sendo realizado há algum tempo, mas sabe-se que os resultados estão muito longe do ideal. Hoje Sorocaba perde algo em torno de 40% de sua água tratada na distribuição, índice maior que a média estadual. O objetivo da autarquia é reduzir esse índice para 10% até 2020.

O Saae também iniciou nos últimos dias um projeto de grande interesse social: a distribuição de caixas d’água e alguns itens necessários para sua instalação para pessoas carentes. Como se sabe, muitas moradias populares são construídas sem reservatórios de água, embora o dispositivo seja exigido por lei. Seus moradores passam então a depender do fornecimento contínuo do líquido pela autarquia e são os primeiros prejudicados quando há interrupção no fornecimento, são realizados rodízios de abastecimento ou ocorre redução da pressão da água nas tubulações, uma forma de reduzir as perdas na distribuição pela rede.

Funcionários da autarquia iniciaram a vistoria dos imóveis das famílias interessadas em receber gratuitamente o kit de reservatório de água por meio do programa Caixa D’Água Social. Para se inscrever no programa é preciso obedecer a alguns critérios, como não ter reservatório na moradia, não ter renda familiar acima de três salários mínimos, entre outras exigências, e possuir uma estrutura capaz de suportar o peso da caixa d’água. A instalação é simples, mas pode trazer enormes benefícios para os moradores que passarão a ter acesso à água mesmo quando seu fornecimento for suspenso por um período curto.