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Use máscara

05 de Maio de 2020 às 00:01

Comum entre os orientais, principalmente entre japoneses e coreanos que as usam há muitos anos para se proteger da poluição ou quando estão com alguma enfermidade, o uso de máscaras faciais ganharam destaque com a chegada da pandemia causada pelo novo coronavírus.

Pessoas usando máscaras, antes um fato comum somente entre profissionais da saúde em ambiente hospitalar, passaram a ser vistas em muitas situações, mas principalmente no transporte coletivo e nos estabelecimentos comerciais, onde é inevitável o contato com outras pessoas, mesmo em tempos de quarentena.

Quando o coronavírus deixou a China e começou a propagar-se pelo mundo, antes de ser classificada como pandemia, havia restrição ao uso generalizada das máscaras protetoras. A própria Organização Mundial da Saúde (OMS) não recomendava o uso em massa do dispositivo, principalmente por aquelas pessoas que não apresentavam sintomas ou não estavam doentes.

O mesmo aconteceu no Brasil. Em mais de uma ocasião, nas entrevistas coletivas diárias, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta chegou a falar que não era recomendável o uso de máscaras pela população em geral.

A preocupação tanto da OMS como do Ministério da Saúde brasileiro tinha como base a questão do abastecimento do mercado com máscaras cirúrgicas, pois havia temor que as máscaras N95 usadas por profissionais de saúde se esgotassem no mercado e prejudicasse o atendimento hospitalar dos pacientes.

No início de abril, reavaliando a situação da pandemia em escala global, a OMS reviu seu protocolo e atualizou suas orientações sobre o uso de máscaras no combate à Covid-19. Passou a admitir seu uso por pessoas sem sintomas da doença, reforçando que as máscaras cirúrgicas devem se manter exclusivas para uso de profissionais da Saúde.

O mesmo aconteceu com o Ministério da Saúde do Brasil, que também alterou sua posição admitindo o uso das máscaras, inclusive as de fabricação caseira, como forma de diminuir a possibilidade de contágio.

Em todo o mundo, mesmo onde o uso das máscaras se tornou comum desde o início da pandemia, as autoridades da Saúde alertam que a melhor maneira de prevenir a propagação do coronavírus é a lavagem constante das mãos com muito sabão e o isolamento social.

O uso de máscaras é uma segurança a mais para aqueles que não têm outra alternativa senão sair de casa e para pessoas que trabalham em setores considerados essenciais: comércio de alimentos, farmácias, petshops, profissionais de segurança, entre outros.

Para orientar o uso do dispositivo a OMS divulgou um guia técnico provisório chamado “Orientação sobre o uso de máscaras no contexto da Covid-19”, distribuído para todos os países. O guia mostra também as vantagens e desvantagens do uso da máscara.

A principal vantagem está no fato de que há redução do risco potencial de transmissão de uma pessoa que foi infectada e está no período pré-sintomático, ou seja, antes do aparecimento de sintomas como febre e tosse seca. Mas há alguns fatores que precisam ser observados para não tornar o uso das máscaras perigoso.

Entre os riscos potenciais segundo a OMS está a autocontaminação, que pode ocorrer quando a pessoa toca e reutiliza uma máscara contaminada. O usuário também pode apresentar dificuldades respiratórias e principalmente falsa sensação de segurança, levando a menos adesão a outras medidas preventivas como o distanciamento físico e higiene das mãos.

Em Sorocaba passou ser obrigatório desde ontem o uso de máscaras no transporte intermunicipal, por determinação do governo estadual. Não se sabe por que motivo medida semelhante não foi adotada anteriormente pela Prefeitura de Sorocaba no transporte coletivo local e mesmo em ambientes fechados, como supermercados.

É importante lembrar que mesmo em período de quarentena, há muita aglomeração nesse tipo de estabelecimento, com pessoas sem máscaras e que levam idosos e crianças para as compras, somo se fosse passeio a um shopping center antes da pandemia.

Ontem, o governo estadual resolveu tornar obrigatório o uso de máscaras em todo o Estado a partir do dia 7 (quinta-feira) para todas as pessoas que saírem às ruas. As prefeituras dos 645 municípios paulistas terão que editar decretos complementares e ficarão responsáveis pela fiscalização e punição pelo descumprimento das regras.

Mas conforme lembrou o vice-diretor da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Jarbas Barbosa, é importante lembrar que a máscara não é uma “bala de prata” que sozinha protegerá da infecção pela Covid-19. Dessa maneira, é altamente recomendável o uso de máscara, sem esquecer de manter todas as outras medidas protetoras como lavar as mãos com frequência, cobrir a tosse e o espirro e evitar contato próximo com outras pessoas.