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Trânsito: o sentido é a vida

09 de Maio de 2019 às 00:01

Há seis anos foi realizado o primeiro Maio Amarelo, uma série de ações educativas relacionadas ao trânsito. O mês de maio foi escolhido por conta da proposta da Organização das Nações Unidas (ONU) que decretou a Década de Ação para Segurança no Trânsito em 11 de maio de 2011, um balanço que é realizado no mundo todo nesse mês. Já o amarelo foi escolhido por ser a cor da advertência no trânsito: placas amarelas alertam o motorista no mundo todo. Em síntese, o Maio Amarelo se traduz por uma série de ações em que o foco é o perigo dos acidentes de trânsito e suas consequências. A missão nobre foi abraçada por entidades, empresas, órgãos públicos e governos em várias dezenas de países. A proposta inicial é obedecida até hoje por todos aqueles que se dispõem a participar das ações: a preocupação constante em reduzir acidentes de trânsito e em transformar nossa sociedade em um povo mais fraterno e educado quando o assunto é trânsito. Há também uma saudável busca por programas, projetos e formas de conscientização eficazes e eficientes para todos os tipos de públicos como forma de reduzir o grande número de mortos e feridos nas ruas e rodovias do País.

As mortes no trânsito no Brasil sofreram pequena queda, mas ainda estão longe da meta estabelecida para 2020 pela ONU, que prevê redução de 50% no número de vítimas em dez anos, contados a partir de 2011. Em 2016, último ano com dados disponíveis no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde, morreram no trânsito 37.345 pessoas, um número 14,8% menor que o registrado em 2014, quando quase 44 mil pessoas perderam a vida. Mesmo com menos acidentes, o Brasil ainda aparece em quinto lugar entre os países recordistas em mortes no trânsito, ficando atrás somente da Índia, China, Estados Unidos e Rússia. Essa violência no trânsito tem consequências terríveis. Além das vidas perdidas e tragédias familiares, mais de 60% dos leitos hospitalares do Sistema Único de Saúde (SUS) são ocupados por vítimas desse tipo de acidente. Segundo dados do Observatório de Segurança Viária, acidentes de trânsito resultam em custos anuais de R$ 52 bilhões. A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) informa que acidentes de trânsito custam à maioria dos países algo em torno de 3% do Produto Interno Bruto (PIB). Em recente Folha Informativa da entidade está a informação de que 93% das mortes no trânsito ocorrem em países de baixa e média renda, como é o nosso caso, embora eles concentrem cerca de 60% dos veículos do mundo. A Opas alerta ainda para a questão da velocidade, uma vez que o aumento da velocidade média está diretamente relacionado tanto à probabilidade de ocorrência de um acidente quando às consequências. O levantamento da entidade mostra que cada aumento de 1% na velocidade média produz um aumento de 4% no risco de um acidente com vítima fatal e de 3% no risco de acidente grave. O risco de morte para pedestres atingidos frontalmente por automóveis aumenta muito em relação à velocidade do veículo: 4,5 vezes de 50 km/h para 65 km/h.

Em Sorocaba, as ações do Maio Amarelo estão sob a responsabilidade da Urbes - Trânsito e Transportes que está realizando ações em empresas e no trânsito, além de veicular peças publicitárias para dar orientações sobre o trânsito seguro. Estão agendadas palestras em empresas e blitz no trânsito. O trabalho da empresa pública municipal é voltado para conscientizar a população sobre a importância das cadeirinhas para crianças, a travessia da faixa de pedestres, tão desrespeitada pelos motoristas, e atenção dos motociclistas que já participaram de um treinamento prático de pilotagem segura no Parque das Águas. Estão sendo realizados também treinamentos para motoristas de ônibus da cidade. As ações do Maio Amarelo devem ser prestigiadas, pois tem como objetivo reduzir acidentes de trânsito e transformar nossa sociedade em um povo mais fraterno e educado quando o assunto é trânsito. Respeitar faixas de pedestres, respeitar a sinalização, dar seta antes de mudar de pista ou direção e dirigir dentro dos limites estipulados para cada via precisam se tornar hábitos de motoristas, motociclistas e ciclistas e cabe aos pedestres atenção e cuidado.