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Reações positivas

08 de Setembro de 2019 às 00:01

Em meio aos desempregados, desalentados e outras categorias de pessoas duramente afetadas pela crise econômica brasileira, um conjunto expressivo encontra forças para reagir e criar ações positivas de geração de renda. Partem de potencialidades, vocações e espírito empreendedor para colocar ideias em prática, incrementar negócios já existentes e servir de exemplos e inspirações para outras pessoas.

Essas histórias de resistência contra a crise constam de reportagem publicada neste domingo pelo Cruzeiro do Sul (na página 9 - Economia). Um salão de beleza oferece pacotes de serviços com a nova modalidade de pagamento mensal aos clientes. Um ambulante se formaliza como microempreendedor individual para vender pães caseiros. Um ex-caminhoneiro adquire um ônibus e usa o veículo como instalação móvel para a venda de frutas e verduras. Uma costureira aproveita o potencial turístico do local onde mora para vender alimentos na frente da casa, a ideia dá certo e ela amplia o negócio.

Esses exemplos, que poderiam parecer casos isolados, são indicadores de que muita gente já começou a trilhar novos caminhos. Parodiando uma célebre canção, são pessoas que sabem a hora de agir e não esperam o tempo anunciado por especialistas em economia para tomar decisões que mudam rumos, abrem novas possibilidades, beneficiam famílias com a geração de emprego e renda. Basta lembrar que, segundo informa o Sebrae-SP em Sorocaba, há na cidade 33 mil microempreendedores individuais. Isso equivale a cerca de 5% da população estimada em Sorocaba.

O gerente regional do Sebrae-SP local, Alexandre Martins, aplaude essas iniciativas como uma mostra da característica empreendedora dos brasileiros. E dá a dimensão da importância deste segmento de desbravadores ao informar que 98% das empresas instaladas no Brasil são micros e pequenas unidades de produção de serviços e outros ramos de atividade: "Essa é a cara do Brasil."

Essa movimentação acontece também porque, entre outros aspectos, as decisões tomadas por grandes empresas são muitas vezes mais complexas e arriscadas se comparadas às escolhas feitas pelos pequenos empreendedores individuais. Enquanto as grandes corporações dependem do aporte de volumes expressivos de recursos e oscilação positiva dos indicadores econômicos, os pequenos conseguem se mover por forças conjugadas de boa vontade e menor quantidade de materiais.

As relações com as guerras, que deixam lições extraídas também para os negócios, mostram, por exemplo, que um grande tanque pode fazer enormes estragos no campo de batalha. Mas os pequenos tanques têm a vantagem da mobilidade mais rápida, da possibilidade de avanços e recuos com melhor projeção de acertos. Se essa desproporção faz diferença favorável aos pequenos tanques, também no campo de batalha dos negócios a comparação é equivalente.

Afinal, muitos pequenos empresários conseguem prosperar e manter seus negócios mesmo em tempos de crise. Os exemplos mostrados pela reportagem publicada neste domingo provam essa realidade. Esperar por medidas de governo e torcer para a retomada do crescimento econômico do País é uma atitude válida e envolvente pela marca da esperança. mas avaliar as potencialidades individuais e arregaçar as mangas, no âmbito dos cidadãos comuns e das famílias, também significa vasta e ampla possibilidade de abertura de novos caminhos.

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