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Obras necessárias

19 de Fevereiro de 2020 às 00:01

No final da semana passada o Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Sorocaba (Saae) concluiu as interligações do novo canal do córrego Supiriri, que corre, canalizado, sob o canteiro central da avenida Dr. Afonso Vergueiro. São duas interligações entre a nova canalização e a já existente.

A primeira foi realizada na pista centro-bairro da avenida, próximo à rua Rio Grande do Sul, e a segunda e última nas proximidades do cruzamento com a avenida Dr. Eugênio Salerno, no interior de um complexo comercial em construção.

Aquele trecho do córrego do Supiriri foi canalizado no final dos anos 1970 quando a avenida Dr. Afonso Vergueiro foi duplicada e passou a fazer parte do que no futuro seria o primeiro anel viário da cidade.

Ocorreram outras obras no local, por ocasião da construção do shopping center e há muito tempo a pouca vazão da canalização original causava alagamentos em ruas da Vila São João, onde por falta de um bom escoamento, a água ficava represada.

Por esse motivo foi necessário que a autarquia substituísse a antiga tubulação formada por duas linhas de tubos de 1,50 metro de diâmetro por um novo canal formado por aduelas de concreto com 4 metros de largura por 2 metros de altura.

A realização da obra, que começou em julho do ano passado, causou transtornos aos motoristas sorocabanos. Foram meses de trânsito difícil pela avenida Dr. Afonso Vergueiro onde as obras tiveram outro impacto negativo, destruíram todo o paisagismo que havia no local, inclusive com o corte de árvores do canteiro central e da rotatória junto a avenida Dr. Eugênio Salerno que, espera-se, seja refeito e as árvores replantadas.

Como a interligação ocorreu há poucos dias, só será possível saber se a nova canalização vai escoar com eficiência após o próximo temporal, mas pelas dimensões do canal de escoamento, é muito provável que resolva o problema por muitos anos.

O resultado deverá ser semelhante ao dos Reservatórios de Detenção de Cheias (RDC) da Água Vermelha inaugurados no mês de agosto do ano passado e que enfrentaram até agora vários temporais e um período de chuvas intenso sem alagamentos na parte baixa da avenida Washington Luiz quando esta cruza com a rua Bento Mascarenhas Jequitinhonha, no Jardim dos Estados, um antigo ponto crítico da cidade. Ali foram construídas duas bacias de contenção.

A primeira com uma área de 12.750 metros quadrados, paralela à rua Bento Mascarenhas Jequitinhonha, e a segunda, com 29.900 metros quadrados que foi construída nas proximidades da Escola Técnica Estadual Fernando Prestes.

As duas bacias praticamente formaram um único complexo que foi urbanizado, ajardinado e transformado em dois grandes parques interligados, o da primeira bacia de contenção recebeu o nome de Parque dos Estados e o construído junto à segunda bacia ganhou o nome de Romeu Pires Osório. Todo esse complexo de drenagem abrange cinco bairros: Jardim América, Jardim dos Estados, Vila Jardini, Jardim Paulistano e Jardim Embaixador.

Uma obra que praticamente eliminou o problema sério de alagamento que afetava aquela região da cidade durante chuvas mais fortes e ainda criou uma área de lazer contínua e que a cada dia atrai mais visitantes e praticantes de atividades esportivas.

Semanas atrás assistimos a tragédias em várias partes do país por conta dos temporais que atingiram cidades mineiras, capixabas, o Rio de Janeiro e a capital paulista, fazendo muitos estragos e desabrigando muita gente. Se obras de drenagem bem planejadas tivessem sido executadas nessas cidades atingidas, certamente os danos teriam sido menores.

É evidente que existem muitos problemas de drenagem que o Saae precisa resolver na cidade, locais com frequentes alagamentos e que podem ser solucionados com bacias de contenção, mas essas obras são exemplos que alguns problemas podem ser resolvidos com obras bem planejadas.

Na bacia do Supiriri, onde o Saae ainda mantém canteiro de obras, é preciso não só restaurar os canteiro central da avenida e praça, com a reposição das árvores removidas, como encontrar uma solução técnica e estética para o antigo leito do córrego que começa na rua Professor Toledo e vai até a rua Padre Luiz, transformado em um córrego fétido, que escoa água suja, resultado de ligações clandestinas de esgoto e que serve apenas para a procriação de insetos e roedores.

Além disso, diante do estado de abandono daquele local, muita gente aproveita para descartar todo tipo de lixo e entulho, piorando a situação ainda mais. Mas todas essas obras serão rapidamente superadas se não houver colaboração da população que precisa perder o costume de jogar lixo e entulho em qualquer lugar.

É preciso uma atitude civilizada no descarte correto do lixo que, com suas garrafas de plástico e outros objetos, vai obstruir os canais de drenagem e inutilizar todo o trabalho realizado, além de poluir o meio ambiente.