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O voto como instrumento de representação e de união

07 de Outubro de 2018 às 09:12

Sem dúvida as Eleições de hoje, e aqui considere o E maiúsculo pela importância histórica que têm, são únicas e de aprendizado para todos. Para os candidatos, para os marqueteiros e para os analistas de opinião pública. Os eleitores, os mestres da lição.

Até então, diziam os scholars e conhecedores, ganharia as eleições aquele candidato que tivesse mais tempo de televisão. O PSDB teve e não soube aproveitar com suas mensagens cansativas e sem tradução para o eleitor. Também não soube aproveitar a mensagem ao grupo feminino, hoje 50% do eleitorado, com sua vice candidata, mulher forte, de opinião. Completa o pacote que atolou o PSDB abaixo de 10% a união com setores da política, o Centrão, que já estavam execrados pelos formadores de opinião pública e que pouco usou capilaridade em suas bases para “trabalhar” o candidato. A pá de cal, dizem, seria a direção de campanha, esta formada por publicitários sem ouvidos.

Do outro lado, em termos de exposição ao povo, um candidato que pouco apareceu na campanha eleitoral, com marketing zero, com uma estratégia de comunicação decidida pela família e alguns achegados, e que conseguiu um fantástico acesso de eleitores a redes sociais: 81%, maior entre todos os candidatos. Para se ter ideia do que isso significa, a média nacional de acesso a redes é 68%. Os eleitores do candidato do PDT estão em 72%, os da candidata da Rede estão em 60%, logo vem o partido que está em segundo lugar, com 59% de eleitores que acessam as redes sociais, e os do PSDB estão em 53%.

Tivemos uma campanha de polarizações, de separação de brasileiros, de separação deste contra aquele. Isso não foi por acaso. Isso foi construído ao longo dos últimos 16 anos, sempre em oportunidades de negar o que até então havia sido feito por outros que não daquela seita. A estratégia de dividir, separar, para conquistar, foi intencionalmente usada como forma de conquista e permanência no poder.

Em recente entrevista à TV, à jornalista Mariana Godoy, o candidato a vice-presidente da Rede, Eduardo Jorge, literalmente explica, na qualidade de ex-deputado estadual e federal do Partido dos Trabalhadores -- também foi do PCBR -- o direcionamento e a intenção, há vários anos, da criação do discurso de divisão da população pelo ex-presidente, agora um condenado preso. Era o início do discurso de ódio que acabou criando a polarização de hoje.

O que talvez não se esperasse foi que a população se opusesse, porque sabe ver e ouvir, e reagisse com mensagens em oposição aos 14 anos de reinado do agora, político preso.

Cada vez mais a população rejeita o clima de confronto como nunca antes na história deste país. Não foi, observe-se, uma simples marolinha de mensagens ou descuidos de verborreia por parte também dos ex-dirigentes sindicais, de ex-primeiro ministro do governo que quebrou o País, de “postes” e candidatos prepostos. Foi uma política declarada de nulificação do que foi feito até então. “Em caso de argumentos lógicos, quebre o vidro e entre com o emocional e desqualifique o oponente”. Tudo vale e valeu na batalha de conquistas de muitos corações e poucas mentes. Vale tudo, inclusive distribuir “santinhos” com candidato falso, preso.

Tal estratégia de semente de ódio que o leitor pode acompanhar por todos esses anos gerou a situação de conflito, ainda que verbal, que temos hoje? Essa é uma pergunta que os estudiosos e comentaristas -- estes dentro de seus achismos, suposições e caras de profundo tédio -- já começam a explorar.

Em nossa recente história republicana, talvez estejamos diante da mais importante disputa eleitoral presidencial. Ânimos acirrados. O jornal Cruzeiro do Sul acredita na democracia livre, sem manipulações, e faz aqui votos de uma eleição harmoniosa, justa e com resultado legítimo, como a mais livre expressão da vontade popular. Em que pese a manifestação honesta e recente de descontentamento e descrença com o que se viveu nestes últimos anos, a opinião neste jornal tem outra vertente.

As multidões voluntárias se movimentam nas ruas e nas redes sociais, de forma bastante politizada, em prol de uma vontade de ver o nosso Brasil florescer, se desenvolver, crescer, amadurecer. A população está mostrando certeza do que quer. Um país de valores próprios, cônscio de nosso potencial de tamanho continental, desejoso de escolas que vão ajudar a formar cidadãos de bem, longe de crimes, de drogas e de formação ideológica. Um país com crianças libertas e bem formadas, sabendo ler, escrever, calcular e pensar por si mesmas.

Votemos bem, pensando em nosso País, Estado, em quem vai nos representar. E que possamos ser novamente uma Nação unida e democrática. Democrática acima de tudo, com liberdades individuais respeitadas, respeito às nossas diferenças, respeito às nossos direitos e deveres. Respeito à família como fator primordial -- aqui vai o toque pessoal do Cruzeiro do Sul -- e que acredite nas diferentes manifestações e interpretações de Deus.