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O que vem por aí...

28 de Abril de 2019 às 00:01

A gutural briga entre a Câmara de Vereadores e o Prefeito tem tudo para dar errado. É uma briga que se acumula e chega tarde a uma possível conclusão de que, entre mortos e feridos, Sorocaba sairá queimada, com um inconveniente odor pouco atrativo. Cinzas são para fênix e essa mítica ave já voou para longe de Sorocaba, faz tempo. Não tem sido vista na boa intenção dos homens e mulheres que governam nossa cidade.

A Câmara de Vereadores, com poucos justos como tem mostrado o Cruzeiro do Sul, tem bastante a ser revelado e apresentado ao público, o que ainda deverá acontecer: falta de transparência no uso das viaturas não identificadas como da Câmara, ou que dificulta sua identificação; aumento de valores para consumo de combustível desses mesmos veículos; uso de funcionários terceirizados que não constam oficialmente nos contratos de vereadores e de conhecimento do jurídico da instituição; rotatividade de assessores que circulam pela casa e são chamados de “voluntários”; títulos e homenagens a amigos e influenciadores com o dinheiro do contribuinte; criação de veículos de informação que em nada contribuem para a melhoria da gerência da cidade; propostas e ideias que apenas oneram o contribuinte, em sua grande maioria indiretamente; funcionários com salários estratosféricos como mostrou o Cruzeiro do Sul ainda no começo deste ano:

“De acordo com os números, dos 243 funcionários do Legislativo, perto de 110 são comissionados, o que representa 45,26% do total, excetuando os 20 vereadores. Os dados mostram ainda que desses 110 cargos comissionados, 82 são de assessor parlamentar, o que representa 4,1 funcionário comissionado por vereador. A média salarial desses comissionados varia entre R$ 6 mil a R$ 10 mil por mês. Outros 20 cargos comissionados são de chefe de gabinete, o que representa um comissionado por gabinete de vereador. Alguns salários desses cargos ultrapassam os R$ 10 mil por mês. Porém, há cargos comissionados cujos vencimentos mensais ultrapassam os R$ 20 mil.

É o caso, continua a reportagem, do cargo de secretário de Comunicação Institucional, que segundo os dados do Portal da Transparência, em dezembro último pagou o valor bruto foi de R$ 22.322,77. Situação semelhante é para o cargo de secretário geral da Câmara, cujos vencimentos mensais no mesmo período foram ainda maiores: R$ 23.252,89. E o cargo comissionado atualmente com o maior valor mensal em dezembro último foi o de secretário Jurídico no valor bruto de R$ 29.764,00, ou seja, os vencimentos ultrapassam o valor do salário do prefeito de Sorocaba que até dezembro de 2018 era pouco mais de R$ 28 mil. A assessoria de imprensa da Câmara de Sorocaba foi questionada a respeito, mas limitou-se a responder que ‘os dados encontram-se disponíveis no Portal da Transparência’.”

E tudo isso sem falar nos benefícios, pagos com recursos angariados do bolso do contribuinte.

E toda essa fortuna, que pesa na administração da cidade, para quê?

Para criar um fato “histórico” como está sendo explorado, o julgamento do Prefeito e sua vice, em casos separados, mas juntos com um objetivo em comum: o afastamento e/ou a subjugação.

É certo que nada disso existiria se não houvessem motivos, em parte pelo Prefeito que com seu jeito voluntarioso, de focar obsessivamente com sua vontade imperial, permite-se o emaranhado ilógico em defesa de causas natimortas como têm sido a negação que existe pessoas estranhas ao ninho do 6º. andar. Um calcanhar de Aquiles que poderá lhe custar muito. Por muito pouco. O gangster Al Capone, que metralhou muitos oponentes, foi preso por questões de imposto de renda. O ex-presidente Lula está preso por particularidades de pequeno porte diante de uma enorme investigação de bilhões.

A vice-prefeita de Sorocaba ainda tem, sobre sua ficha corrida, que dar resposta à Justiça sobre seu envolvimento no uso errado de funcionário público para finalidades particulares. Sua breve passagem pelo Executivo, enquanto prefeita de quarentena, não deixou boas lembranças ao cidadão. Entretanto foi aí que deixou claro que no seu desejo de gestão, aceitou as mais esdrúxulas e bizarras correntes de pensamentos de finalidades próprias, como sindicatos e associações, sem levar em conta o interesse coletivo. Aqueles de um tal de Cidadão. E talvez seja, exatamente neste ponto que pode estar sua sobrevivência a uma comissão de investigação. Seria a candidata ideal para “cuidar” de Sorocaba atendendo aos interesses de grupos que ressurgem na Câmara de Vereadores e vozes bipolares que são contrárias aos Prefeito. A que custo? De uma cidade que poderá continuar parada até que as eleições municipais para 2020 cheguem e um candidato novo surja.