Novos equipamentos de radioterapia
Depois de ficar por um período de dois anos sem aparelhos de radioterapia nos hospitais conveniados com o SUS, resultado de uma das maiores trapalhadas na área da Saúde de Sorocaba, a cidade volta a atender pacientes que necessitam desse tipo de tratamento.
Em primeiro lugar começou a funcionar na Santa Casa de Misericórdia, no final de 2018, o aparelho que usa pastilha de cobalto. E há alguns dias foi inaugurado, também na Santa Casa, o novo acelerador linear, aparelho que chega ao município como parte do Plano de Expansão da Radioterapia do Sistema Único de Saúde (SUS) do Ministério da Saúde.
Se a entrada em funcionamento do segundo aparelho no centro de oncologia da Santa Casa já é uma boa notícia e traz alívio aos pacientes da região, dentro de alguns meses deverá entrar em funcionamento um terceiro aparelho, também com tecnologia avançada, no Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS), que também aderiu ao Plano de Expansão da Radioterapia do MS.
Sorocaba é cidade-sede de uma Região Metropolitana e de região administrativa. Na área da Saúde, é sede do Departamento Regional de Saúde (DRS-16) do qual fazem parte 48 municípios. Também é uma cidade conhecida pela excelência de seu atendimento médico, talvez pelo fato de ter uma das primeiras faculdades de Medicina fora das capitais, fundada em 1950.
Mesmo assim, a cidade ficou do final de 2016 até o final de 2018 sem aparelho de radioterapia em hospital conveniado com o SUS. O único aparelho que atendia a população da região ficava na Santa Casa, à época requisitada pela Prefeitura de Sorocaba.
No final de 2016 o aparelho parou de funcionar quando venceu o prazo de validade da pastilha de cobalto, parte vital do equipamento. Em profunda crise financeira, a Prefeitura não providenciou em tempo hábil a reposição do componente e o serviço precisou ser interrompido.
Todos os pacientes que faziam tratamento com radioterapia em Sorocaba passaram a ter que viajar para outros municípios, às vezes mais de uma vez por semana, em hospitais conveniados, geralmente em municípios da Região Metropolitana de São Paulo. Somente depois de dois anos, período em que várias alternativas foram tentadas, mas sem sucesso, é que um novo equipamento foi instalado na Santa Casa, homologado e finalmente passou a atender pacientes.
Nesta semana, finalmente, a Santa Casa inaugurou o novo equipamento de radioterapia, por acelerador linear, custeado pelo Ministério da Saúde, mais moderno que o equipamento mais antigo, à base de cobalto. O novo aparelho tem capacidade para atender até 50 pacientes por mês.
Para colocar em funcionamento esse novo aparelho, a direção da Santa Casa precisou construir instalações específicas, verdadeiras casamatas, sempre sob a supervisão de agências do governo. Contou ainda com a colaboração de parlamentares de Sorocaba tanto na Assembleia Legislativa como na Câmara Federal que encaminharam recursos para as obras.
Outra boa notícia da semana vem do Serviço Social da Construção Civil (Seconci-SP), a organização social que desde o final de 2018 administra o Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS). A entidade informa que a partir de agosto a cidade e a região poderão contar com um segundo acelerador linear que está em fase de implantação. A casamata que abrigará o equipamento já está concluída, faltando apenas o acabamento.
O equipamento, semelhante ao instalado na Santa Casa, também faz parte do Plano de Expansão da Radioterapia do SUS, ao qual o CHS aderiu em 2012. Apesar de a adesão ter ocorrido há oito anos, somente em 2017 foi elaborado o projeto básico de implantação do tratamento e, na sequência, o projeto executivo. Toda obra das edificações que abrigarão o equipamento no CHS já recebeu o aval da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), o que deverá facilitar a liberação de licenças e as autorizações necessárias para seu funcionamento.
A instalação do acelerador linear do CHS ganhou novo ritmo depois que o Seconci-SP assumiu a direção do conjunto de hospitais, em novembro de 2018. Após um levantamento, os novos gestores chegaram à conclusão que para resolver todos os problemas seriam necessários R$ 65 milhões.
Mas sem ter esses recursos, os gestores apostaram na realização de obras pontuais e manutenções necessárias, mas que dão resultados positivos e resolvem os problemas mais graves. A reforma da maternidade e do refeitório já ocorreu. Outras melhorias estão nos planos, inclusive a construção de uma casa de apoio a pacientes e acompanhantes da região que precisam de atendimento e muitas vezes são obrigados a fazer longas viagens desde suas cidades de origem.
O CHS é referência em atendimento para 48 municípios e realiza em torno de 1.100 cirurgias por mês, entre eletivas e de emergência, o que dá um parâmetro do número de pacientes que procuram o CHS. Um equipamento de radioterapia é extremamente importante para atender os pacientes locais e da região.