Buscar no Cruzeiro

Buscar

Não é hora de baixar a guarda

11 de Abril de 2021 às 00:01

Na permanente montanha-russa que temos vivido desde o início da pandemia, com altos e baixos causados por fases restritivas, estatísticas de contaminados e número de mortos, nos últimos dias voltamos a ter um pequeno alento de dias melhores.

Isso porque alguns dados, se não são bons, ao menos revelam que a situação geral da saúde em torno da pandemia parou de piorar -- se bem que é difícil e terrivelmente constrangedor imaginar que ainda pudesse piorar, de tão ruim o atual momento. Mas vamos nos agarrar aos números.

Felizmente, a taxa de ocupação de leitos de unidades de terapia intensiva (UTI) para tratamento da Covid voltou a ficar abaixo dos 90% no Estado de São Paulo, algo que não acontecia havia 21 dias. Na quinta-feira (7), ela era de 89,8%, a mais baixa registrada nas últimas três semanas. Essa pequena redução pode significar que as restrições estão começando a surtir algum efeito. É fato que a população parece estar mais conscientizada da necessidade de uso de máscara, álcool em gel e autocuidados. Colhemos, portanto, os frutos desse conjunto de medidas.

Mas apesar dessa melhora, os índices ainda são muito altos e seguimos em patamares extremamente elevados. Ainda estamos muito distantes de algum controle sobre a pandemia. Há, no momento, 12.941 pessoas internadas em leitos de UTI e 16.171 em enfermaria, em todo o Estado. Um dado relevante foi a diminuição do número de internados, já que na semana passada eram mais de 13,5 mil pessoas. Isso é fundamental pois são esses dados que mostram o atual momento da pandemia. E segundo dados da Saúde, essa queda no número de internações vem sendo observada também nos registros da semana passada. Entre domingo (4) e quinta (8), a redução de internações já era de 21,9% em comparação ao mesmo período da semana passada.

O Estado também apresentou média móvel de 15.672 novos casos por dia, com queda de 2,4% em relação à semana anterior, que havia sido a mais alta da pandemia, com 16.062 novos casos por dia. Foi a primeira vez, desde fevereiro, que houve queda no número de novos casos.

A consequência dessa leve melhora é a volta para a fase vermelha a partir de amanhã (12) em todo o Estado, após quase um mês na emergencial, que tinha medidas ainda mais restritivas com suspensão de aulas presenciais e proibição de jogos.

No âmbito local, tal melhoria também pôde ser observada. Em Sorocaba, o número de pessoas em fila de espera para UTI Covid caiu 79% desde quando ocorreu o pico na quantidade de pacientes que aguardavam vaga, em março. De acordo com a Secretaria de Saúde de Sorocaba (SES), o número de pessoas -- 20 -- que esperavam por UTI na quinta (9) era a metade do registrado um dia antes, em 8 de abril. Entretanto, em 27 de março, eram 95 pacientes esperando pela Unidade de Terapia Intensiva. O número foi reduzindo desde então, conforme tem acompanhado o Cruzeiro do Sul. Em 30 de abril, por exemplo, a quantidade de pessoas aguardando vaga era de 85, caindo para 62 em 3 de abril.

Contudo, o cenário geral é o mesmo. Como ainda existe fila de espera, a taxa de ocupação nos leitos de UTI de Sorocaba ainda está alta. Dez das 13 unidades de saúde de Sorocaba com leitos do UTI Covid adulto estavam com 100% de ocupação. O número de internações na cidade também caiu, de 399 para 367. Por outro lado, o número de pessoas em UTI aumentou, de 138 para 169. Já em relação aos leitos clínicos, cinco unidades de saúde de Sorocaba tinham ocupação de 100%. Com relação à fila de espera, oito pacientes estavam aguardando leitos desse tipo, mas esse número já ficou próximo de 60.

Portanto, felizmente conseguimos uma desaceleração tanto na esfera estadual como na local. Já há indicadores de pequena melhora, mas o mais importante de tudo é que essa tendência precisa prosseguir nas próximas semanas. De um modo geral, mesmo com a queda, as ocupações dos hospitais são altíssimas e não podemos permitir novo recuo. É preciso manter a guarda alta, evitar aglomerações, cumprir distanciamento, fazer isolamento quando possível. É preciso usar máscara sem trégua, lavar as mãos sem trégua, usar álcool em gel. Com a conscientização e colaboração de todos, chegaremos lá.