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Mais cautela

08 de Setembro de 2020 às 01:07

Os números da pandemia causada pelo novo coronavírus estão melhorando em todo o Brasil, com queda no número de internações e de mortes, particularmente no Estado de São Paulo, onde somente duas regiões ainda se encontram na fase laranja.

A maioria das regiões estão na fase amarela, de acordo com o Plano São Paulo de reabertura da economia.

Os levantamentos do governo estadual registram que nas últimas quatro semanas ocorreram quedas de internações relacionadas ao novo coronavírus e nesse período o número de óbitos caiu 22%, passando de 252 para 196 na média diária.

Houve queda de 17% nas internações, atingindo agora uma média de 1.418 hospitalizações diárias.

De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, as quedas nos índices foram registradas em todas as regiões do Estado nessas últimas quatro semanas.

No interior e na Baixada Santista, a média diária de novas mortes foi reduzida de 130 para 114 (12%), e de 782 para 670 entre internações (14%).

Na semana epidemiológica que terminou no último sábado (5) teve crescimento de 2% em novas mortes e redução de 9% em internações.

Em passagem por Sorocaba, onde teve compromissos político-partidários no último sábado, o secretário de Desenvolvimento Regional, Marcos Vinholi, afirmou que dentro de duas ou três semanas, algumas regiões, inclusive a de Sorocaba, poderão atingir a fase verde do Plano São Paulo, que coordena a retomada das atividades econômicas.

A fase verde é muito próxima à normalidade no que diz respeito à abertura dos estabelecimentos.

Nesta semana, 95% da população do Estado vive em áreas da fase amarela.

Somente as regiões de Franca e Ribeirão Preto encontram-se em fase mais restritiva, laranja.

Segundo o secretário, houve um avanço considerável no Estado e os indicadores de internação, casos e óbitos melhoraram em todas as regiões.

Ele lembrou que no último sábado, as taxas de ocupação de UTIs, um indicador importante para o acompanhamento da pandemia, estavam em 54,1%.

Ele atribuiu a redução dos números ao maior apoio dos paulistas às pedidas de prevenção da Covid-19, como a utilização de máscaras em locais públicos e o respeito à determinação de evitar aglomerações.

Mesmo assim, lembrou, para atingir a próxima fase, a verde, é importante seguir com muita cautela.

São reduções significativas e importantes registradas no Estado de São Paulo, mas a pandemia não acabou.

Olhando para as imagens das saídas para as estradas em São Paulo na noite da última sexta-feira, começo do feriado prolongado, a impressão que se tem é que muita gente desconhece que ainda é preciso muita cautela com a doença.

As imagens das praias do litoral paulista e do Rio de Janeiro, reforçam essa imagem de que a população, após um confinamento obrigatório que já dura cinco meses, está cansada de ficar em casa e resolveu mudar de ares, tanto no interior do Estado como no litoral.

Nas praias, foram registradas aglomerações e muitas pessoas deixaram de lado as máscaras de proteção, como se dela não precisassem mais, apesar de todos os avisos e alertas das autoridades sanitárias.

O próprio diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, ferrenho defensor da política de isolamento social e de quarentenas rigorosas, admitiu que a reabertura econômica é um processo necessário após restrições de movimento impostas pelo avanço da pandemia.

Ele admite que quarentenas são instrumentos pesados que causaram prejuízos em muitos países.

Mas a retomada deve ser segura, para evitar o aumento de casos. O diretor da organização internacional certamente ficaria bastante preocupado caso visse as fotos do litoral de algumas cidades brasileiras no final de semana prolongado.

Aglomerações foram vistas em praias de Santos, Guarujá e Caraguatatuba. De nada adiantaram as equipes de orientação colocadas em campo pelas prefeituras de vários municípios litorâneos que explicavam sobre a necessidade de distanciamento na areia, uso de máscara de proteção, entre outras medidas.

Guarujá e Caraguatatuba também registraram aglomerações nas praias e precisaram acionar equipes para orientar os banhistas e, eventualmente, aplicar multas.

Em cidades onde não há praia foram registradas aglomerações em praças, parques e até bares, que voltaram a reabrir, com algumas restrições.

É bom repetir que a melhora da situação da pandemia, com queda de internações e mortes não quer dizer que a pandemia acabou.

O Estado de São Paulo registra ainda uma média diária de 196 mortes e todos os dias 1.418 pacientes em média são hospitalizados, o que é muita gente.

A curva da pandemia mal começou a descer. Daí a importância da manutenção dos hábitos de higiene e o maior isolamento possível. Se os casos voltarem a crescer, estaremos perdendo um esforço coletivo de meses.