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Intervenção rápida e responsabilização

19 de Março de 2019 às 00:32

O final de semana em Sorocaba foi tomado por notícias e boatos, na velha máxima de quem conta um conto aumenta um ponto. Tudo isso porque um desmiolado aluno de uma escola secundária na cidade postou em sua página de mídia social, votos de simpatia pela tragédia de Suzano e ameaças a alunos e professores da escola que frequenta.

Hoje a mídia social, um instrumento que qualquer indivíduo mal preparado, que mal consegue amarrar seus próprios cadarços, ou pior, ao menos sabe o significado de cadarços, tem em suas mãos para exprimir suas emoções, traumas e ignorância, é o meio mais fácil e barato para tirá-lo do anonimato. E, também, colocá-lo atrás das grades.

Se antes expressões sem sentido, raciocínios toscos, mentes raivosas ficavam restritas em suas manifestações a mesas de bares ou no máximo, ao vexame no aniversário do cunhado, hoje em dia essas mesmas expressões ganham olhos e ouvidos e replicadores de suas opiniões franzinas. Encontram pares e assemelhados, ou pior, seguidores de sua barbárie intelectual.

A mídia social é a moderna Caixa de Pandora, de onde escaparam todos os males do mundo. Dizem alguns, escapou até mesma a Esperança que a Pandora original, a primeira mulher, em uma de suas versões, não teria deixado escapar.

O que se vê hoje são jovens, em sua grande maioria menores de idade, vivendo ainda sob a responsabilidade e custódia de seus pais, portanto estes, os pais, são os responsáveis pelos atos dessas crianças ou adolescentes que vivem num mundinho próprio. Com a interação via smartphones ou computadores, esses jovens que dizem não se encaixar na escola, que assumem papel de vítimas, acham na web seus assemelhados e alimentam ações de protesto contra o sistema que não conhecem ou reconhecem.

Na sua simplória dicotomia entre o ser ou não ser, preferem a nulificação do próximo, que muitas vezes leva ao ato real, como se o mundo fosse um grande jogo na telinha. Pouco criativos, acham seus nichos, grupos, tribos, alcateias e/ou tropas entre os que zurram igualmente. O que querem é o mesmo: atenção. “Olhem pra mim”. É sempre bom lembrar que o assassino do ex-Beatle John Lennon ou o atirador do ex-presidente americano, Ronald Reagan, queriam impressionar alguém e serem notados. Não havia internet nem mídia social na época.

O clamor pela atenção continua o mesmo, agora entre confrades e comadres a distância, nunca vistos, apenas conhecidos por fotos, pequenos interesses e muita morbidez. Essa é uma das principais razões porque o Cruzeiro do Sul não amplia esses fatos, não dá créditos a esse tipo de delinquência, não cita nomes ou fotos dos envolvidos. Não serão com atos criminosos e de ameaças a crianças e famílias que esses pequenos seres ganharão notoriedade, como querem em suas obcecadas e nada moral busca pelo reconhecimento.

Em qualquer caso, seja em ameaças por mídia social, seja por ameaças físicas ou ainda mais grave, na realização dessas ameaças, a pronta intervenção policial deve ser imediata, sem deixar qualquer chance para a amplificação de intenções, como tem sido.

Caso recente em Sorocaba, o menor estudante que fez ameaças pela web e apoiou as ações do massacre em Suzano, foi descoberto em menos de quatro horas pela Polícia Civil e levado com seus pais, estes muito envergonhados e surpresos, para prestar depoimento na delegacia. São alvo de inquérito. Outros, ainda no dia de ontem, que estavam se manifestando de forma ostensiva e ameaçadora, já estão sendo monitorados. Tudo indica haver um perfil falso de mídia social criado por uma mulher.

Essa pronta intervenção investigativa deve ser observada e encorajada, a rápida ação da policia em seu papel de investigação e prevenção é o que todos querem. Outro aspecto que não deve ser amenizado ou deixado de lado é a responsabilização dos maiores, pais ou tutores. São esses, sempre, os responsáveis pelas ações de seus filhos e respondem pelos seus atos. Qualquer outra razão, desculpa ou justificativa são questões a serem observadas depois. Pais, e não a escola, são os responsáveis pelos seus filhos. E por eles respondem.