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Início discretíssimo

07 de Julho de 2018 às 17:42

A unidade de Sorocaba do Centro de Reabilitação Lucy Montoro foi inaugurada no dia 31 de março deste ano, uma das últimas solenidades do ex-governador Geraldo Alckmin antes de entregar o cargo. Foi uma espécie de inauguração simbólica, que aconteceu no mesmo dia em que era inaugurado o novo Hospital Regional. Mas o Centro de Reabilitação não entrou em funcionamento. Só começou a funcionar na última quarta-feira, sem qualquer alarde depois de receber autorização da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo. No dia 25 de junho, a titular da pasta, Linamara Rizzo Battistella visitou a unidade acompanhada pela equipe de atendimento, conheceu as instalações e autorizou o início dos atendimentos. De acordo com informações divulgadas pelo site da Secretaria, a unidade ocupa dois andares e conta com 2.700 m2. Os atendimentos em Sorocaba serão realizados por uma equipe composta por especialistas em oftalmologia, fisiatria, fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia, enfermagem, serviço social, psicologia, condicionamento físico e pedagogia, entre outros. As equipes foram contratadas e treinadas pelo Banco de Olhos de Sorocaba (BOS), que foi a Organização Social selecionada para gerir a unidade.

A história dessa unidade em Sorocaba teve atrasos e adiamentos em praticamente todas as fases de instalação. Depois de muitas promessas, as obras da unidade começaram em 2014, em área existente ao lado do Hospital Regional de Sorocaba, no bairro do Vergueiro, e representou um investimento de R$ 9,4 milhões, ao Estado, segundo informações oficiais. A previsão era de que seria concluído no segundo semestre de 2015. Ficou pronto em dezembro de 2016 e permaneceu fechado até há alguns meses. Com a decisão da Organização Social que ficará responsável pela unidade, estava ainda indefinido o início do funcionamento. Até meados do mês passado, a informação era que ela poderia entrar em operação até o dia 25 de junho, mas nessa data a unidade apenas recebeu a visita da titular da pasta e foi autorizada a funcionar. É sempre bom não perder o foco de que as eleições a governador do Estado serão em cerca de quatro meses e o atual governador, Márcio França, é candidato e está liberando verbas e inaugurações em diversas regiões.

A Rede de Reabilitação Lucy Montoro foi criada há dez anos pelo governo estadual e tornou-se uma referência no tratamento e reabilitação de pacientes com deficiências físicas incapacitantes, motoras e sensório-motoras. Com profissionais especializados, as unidades da rede realizam programas de reabilitação específicos, de acordo com a necessidade de cada paciente. Foi por conta dessa boa reputação que a população vem pedindo há tanto tempo a instalação e funcionamento da rede na região. A unidade de Sorocaba vai receber pacientes dos 48 municípios sob a responsabilidade da Diretoria Regional de Saúde de Sorocaba (DRS-16) e todos os atendimentos serão feitos através de agendamento e encaminhamento da Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde (Cross). Com a unidade de Sorocaba, já são 18 unidades da Rede Lucy Montoro em funcionamento no Estado de São Paulo. Essas unidades realizam, segundo dados da Secretaria, perto de 100 mil atendimentos por mês.

Em um curto período, e apesar de inúmeros atrasos, Sorocaba acabou ganhando duas unidades complexas na área da saúde muito importantes e que serão de grande utilidade para a região. A primeira foi o novo Hospital Regional Dr. Adib Domingos Jatene, na zona oeste de Sorocaba, junto à rodovia Raposo Tavares, mesmo com dificuldades de acesso pela marginal da rodovia. Ele foi construído pelo governo estadual para desafogar o Hospital Regional existente no Conjunto Hospitalar. O antigo hospital já não estava dando conta de atender ao grande número de pacientes que lhe eram encaminhados diariamente. O novo Regional está funcionando desde o início de junho. Outra unidade importante é o Centro de Reabilitação Lucy Montoro, que terá papel importante para acolher um número expressivo de pacientes da região, que precisam de atendimento especializado e, até agora, eram obrigados a recorrer a unidades da capital ou de outros municípios.