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Hora de decidir. Hora de ter coragem para respeitar a mente e a honra

29 de Setembro de 2018 às 13:10

“Você nunca fará nada neste mundo sem coragem. É a melhor qualidade da mente ao lado da honra” (Aristóteles)

Este é o momento de resistir às promessas fáceis e de não confundir o povo brasileiro, tido como dócil, pacífico e cordial, com cidadãos submissos e alienados. Chega de fazer pilheria dizendo que esquecemos rápido ou não temos memória. Os brasileiros não têm a cordialidade e nem a passividade que esperam alguns governantes. Não sofrem de amnésia desejada por certos homens públicos e nem dos males que lhes fizeram maus políticos. Ninguém se acostuma ao que é ruim e nem esquece quando é enganado. Arriscam-se os que acreditam nisso. Para essas eleições, levou-se as campanhas no Brasil a um nível que não tem qualificação senão o da pobreza de discursos e ideias. Cada candidato se preocupa em denegrir, destruir a imagem do outro como num folhetim barato.

Na dúvida, publique-se a lenda ou o escândalo. Basta uma palavra para tipificar um candidato. No entanto, muitas vezes a somatória de desonestidades comprovadas são ignoradas, as discussões sérias pouco importam desde que um escândalo seja descoberto. Chegamos a ter um atentado contra um dos candidatos. A violência é o recurso dos desesperados.

Posicionamento do Conselho Editorial foi publicado na capa da edição deste sábado (29)

O PT esteve por 12 anos no poder não na defesa da sociedade como quis fazer crer, mas aprofundando a discórdia e a segmentação entre as classes sociais, provocando-as entre si na base do que “quem não está comigo está contra mim”. O princípio milenar de “dividir para dominar”.

Temos diferenças sociais -- como de resto no mundo -- e não há como negar que houve e ainda há preconceito étnicos no Brasil, uma questão a ser tratada com diálogo, prudência, inclusão social e respeito.

Não tínhamos ódios raciais ou de classe, como ocorreu em países europeus e americanos. Nos 12 anos do PT, esse ódio foi fomentado. Sempre houve diferenças entre as classes sociais, mas graças ao discurso da esquerda saímos das diferenças para os confrontos entre as classes.

Essa divisão nos tornou um país de desiguais e passamos a nos tratar como estranhos, como inimigos, trocando diferenças por ódio. Amizades perdidas, amores separados, discussões agressivas, resistência e intolerância. Nunca fomos assim. Que ideologia tem o direito de nos levar a isso? O que o povo de fato ganha com essa divisão? Para onde vai um país dividido? Que líderes são esses que não adotam a pacificação, a tolerância, o acolhimento, o entendimento e o perdão. O que vimos nos últimos 12 anos com o PT e seus aliados foi justamente o contrário. Venderam a ideologia das nossas diferenças e provocaram rancor. A divisão dos pobres contra ricos, brancos contra negros, heterossexuais contra homossexuais, não construiu, não nos permitiu compreender o outro. Só nos afastou.

Enquanto procurávamos uns nos outros os defeitos e as críticas não construtivas, nas coxias dessa encenação tosca de liberdade, direitos e socialismo, urdia-se um plano de poder, de distribuição de dinheiro, muito dinheiro, valores quase inimagináveis para o cidadão comum, justamente em conluio com aquilo e aqueles que o partido dizia combater.

O paraíso oferecido era falso e a esquerda mostrou gosto refinado por champanhe, boas comidas, jatinhos, sítios, apartamentos, boa vida sempre em nome de “amigos” e prepostos, os famosos laranjas.

Enquanto isso, serviam à população migalhas como quem dá restos ao cão obediente ao lado da mesa. Como sobremesa, a discórdia, para distrair.

A justiça que milhares de brasileiros clamaram durante toda a vida em nossa história prosseguia cega e surda aos clamores da população, até que, um dia por alguma falha, porque até os mais organizados criminosos um dia cometem erros, uma ação independente da Polícia Federal deu com uma suspeita de crime num posto de gasolina. Estreava no cenário nacional a Lava Jato. A corrupção crescera tanto que já vazava como esgoto por entre partidos e empresários corruptos/corruptores. Cheirava insuportável de Brasília aos limites do País. Não dava mais para manter os esqueletos e malas nos armários, eram muitos. E a estes outros esqueletos reais surgiram, o Brasil passou a ter em sua lista de crimes uma peculiaridade única: assassinados que ninguém matou.

A corrupção mostrou-se sistêmica, um crime organizado e eficiente, articulado justamente com membros do PT e dos partidos que se coligaram a eles. Todos envolvidos na corrupção que diziam combater. A raposa fora eleita para cuidar do galinheiro.

Se algo mudou para melhor nesse país foi a consciência política de parte da população. O País se politizou, lamentavelmente, da pior forma, através dos escândalos das listas de notáveis que iam dos seus gabinetes e casas ricamente decoradas para as cadeias. Elevou-se a adereço popular: a tornozeleira eletrônica. A cada manhã uma viatura da polícia federal entrava num prédio ou casa luxuosa para prender ou revistar os insuspeitos políticos e empresários.

O PT não inventou a corrupção. Mas, sem dúvida, aprimorou-a, institucionalizou e exportou modelos para o mundo. O caso Lava Jato virou um exemplo mundial de combate à corrupção quando merecíamos destaque melhor.

Nos 14 anos de governo PT e aliados, nos associamos com o retrocesso de governos da América Latina e da África, envolvidos em repasse de dinheiro e obras superfaturadas. O PT tem um projeto de poder e um País para chamar de seu.

A esquerda triunfal desfraldou bandeiras vermelhas mas a conta chegou, postes caíram, vieram os escândalos e com estes, pegos, também as denúncias intra corpore, porque bandidos são bandidos e não tem ética e quando pegos fazem acordos, a coragem acaba diante dos juízes. A cadeia ainda intimida.

A justiça ainda enxerga, nossos políticos não são todos corruptos, há homens honestos dedicados, sérios, que não enriqueceram ilicitamente e querem o país melhor. Não somos contra a política, a boa política, somos contra a má política, contra o poder pelo poder.

O PT tem aumentado seu poder de fogo sobre as divisões sociais e apresenta um candidato que se assemelha a uma marionete, um presidenciável terceirizado, um futuro chefe do executivo que tem que ir instruir-se com um presidiário. O que esperar?

Nós, a população, não somos inimigos de nós mesmos, somos o povo brasileiro. As distâncias entre nós não podem ser maiores que a extensão de cada braço para que possamos nos auxiliares. Não há negros, brancos, ricos e pobres, homossexuais, mulheres, homens. Há uma nação de todos nós. Essa nação tem memória e tem caráter. Dar ao PT e seus aliados a chance de retornar ao poder é admitir que tudo aquilo que dissemos aos nossos filhos, que ensinamos aos alunos e ouvimos de nossos pais sobre honestidade, honra, verdade, não valeu nada. Dar ao PT a chance de retornar ao poder é assinar que também compactuamos com a prática que eles adotam e aceitar viver à espera das migalhas ao lado da mesa do banquete.

Não. Não duvidem do povo brasileiro, não se arrisquem a ignorar nossa força e nossa determinação. Temos ciência, temos tecnologias, temos vontade e determinação, mas isso só virá se não formos tutelados por uma ideologia que fracassou no mundo que só existe à custas de horror em Cuba e Coreia do Norte.

Exemplos de salvadores da pátria estão em nossas fronteiras, como os mortos vivos da Venezuela.

Como esquecer? Como negar o que está nos tribunais e dentro das cadeias? Como dar a essa gente a possibilidade de voltar ao poder?

Devemos refletir sobre a possibilidade de outro candidato e propostas. Está em nossas mãos escolher entre avançar com governo que se possa começar diferente ou retroceder e aceitar um modelo desastroso. O Jornal Cruzeiro do Sul não defende candidatos ou partidos, mas não compactua com corruptos e corruptores. Cabe-nos como órgão de notícia ter coerência com nossos princípios, sermos guardiões da memória e trazê-la à tona quando decisão tão importante como a eleição presidencial está por vir.

Se ainda assim a população decidir, democraticamente pelo voto e escolher qualquer dos candidatos, estaremos ao lado da maioria. Seremos defensores do direito de governar de quem vencer o pleito, mas não nos furtaremos de observar os passos dos governantes e anunciar aos nossos leitores a verdade sobre o país e seus condutores.

O Conselho Editorial