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Furtos nas escolas

20 de Outubro de 2018 às 07:51

Leitores atentos percebem que toda semana este jornal noticia pelo menos um furto em escolas da rede municipal de ensino. São vários tipos de furto, desde alimentos estocados para a merenda, equipamentos utilizados pelas crianças e estudantes, até computadores, imprescindíveis para a administração das unidades. Mas o furto mais comum é o de fiação elétrica. Os marginais invadem as unidades escolares no período noturno ou nos finais de semana, quando elas estão fechadas, e praticam o furto. Como consequência, temos alguns dias sem aula ou sem atendimento às crianças de creche, o que traz prejuízo para o aprendizado dos estudantes e desespero para os pais que precisam deixar seus filhos pequenos nas creches do município para poder trabalhar. Ao furtar a fiação, além de prejudicar o funcionamento das escolas, os marginais causam ainda outros problemas. Alimentos perecíveis muitas vezes mantidos em geladeiras ou câmaras frigoríficas acabam estragando.

Caso típico foi registrado no Centro de Educação Infantil 103, do bairro Sorocaba Park que, durante uma mesma semana, teve toda sua fiação furtada duas vezes. Um jovem de 21 anos foi preso em flagrante pela Guarda Civil Municipal retirando os fios e confessou ter sido o autor do furto na mesma unidade dias antes. O CEI precisou ficar fechado pelo menos dois dias para que as instalações elétricas fossem refeitas. A GCM percebeu que ocorria algo estranho na unidade quando caiu a energia e chegou a tempo de prender o invasor. Além das escolas, outro alvo dos ladrões têm sido as Casas do Cidadão, um importante serviço descentralizado criado pela Prefeitura onde o munícipe pode resolver uma série de problemas sem precisar se deslocar até o Palácio dos Tropeiros, no Alto da Boa Vista, ou se dirigir à sede central do Saae. Recentemente, os Correios interromperam o serviço que era realizado na Casa do Cidadão do Jardim Ipiranga. O local foi invadido por ladrões que levaram equipamentos da empresa de outros serviços de atendimento daquela unidade.

Um levantamento realizado pela Prefeitura de Sorocaba mostra que, entre janeiro e junho deste ano, foram registradas mais de 200 invasões em escolas municipais, o que inclui casos de furto, depredação e vandalismo. Note-se que não estão incluídas as unidades da rede estadual de ensino, que também tem muitas unidades na cidade. No primeiro semestre de 2017, ainda de acordo com a Prefeitura, foram registradas 103 invasões no mesmo período. Neste ano, portanto, tivemos mais de um caso de furto ou depredação por dia.

A Guarda Civil Municipal, que tem entre suas atribuições zelar pelos prédios do município, o que inclui creches e escolas, informa que realiza rondas ostensivas nas proximidades das unidades e a prova disso é que, com alguma frequência, detém ladrões de fiação elétrica e equipamentos. Mas o número de casos ainda é extremamente alto.

Para tentar coibir esse tipo de furto, a Câmara de Vereadores aprovou na sessão da última quinta-feira, em primeira discussão, projeto de lei que obriga as escolas municipais de educação infantil e fundamental a instalarem sistemas de alarme contra furto de cabos e fios elétricos. Esses sistemas acionariam diretamente a GCM ou a Polícia Militar, alertando para o caso de invasões, numa tentativa de inibir a ação dos bandidos. Pelos prejuízos materiais que os furtos têm causado e pelos danos à população, principalmente para as crianças que ficam sem aulas por vários dias após essas invasões, a instalação de dispositivos de segurança parece ser um bom caminho. Também seria importante que a polícia investigasse com profundidade esses casos e descobrisse para onde os ladrões levam os cabos e fios de cobre furtados e quem são os receptadores, pois ao que parece, os ladrões vendem com muita facilidade o material furtado. Identificar e prender esses cúmplices que lucram com o produto desses furtos igualmente serviria para desestimular esse tipo de crime que, infelizmente, tem se tornado cada vez mais comum.