O Cruzeiro do Sul vem trazendo, em seu noticiário diário, algumas notícias muito boas que mostram o valor da comunidade sorocabana. Na edição deste sábado (30), mais uma dessas notícias foi publicada. Trata-se de um ato coletivo de cerca de 80 alunos entre 16 e 18 anos das escolas estaduais Antônio Padilha e Arthur Cyrillo Freire, que decidiram doar sangue. Eles foram ao Hemonúcleo da Associação Beneficente de Coleta de Sangue (Colsan) de Sorocaba, na manhã da sexta-feira, para efetivar a doação do sangue, o que é um dos atos mais elogiáveis.

No caso desses estudantes, essa disposição não é inédita. Todos os anos a ação vem ocorrendo para ajudar quem está num hospital precisando da transfusão de sangue para sobreviver. A iniciativa é da professora Ana Paula Damásio, que já há 21 anos convida os alunos para esse ato e vem obtendo excelentes resultados de cidadania. Mas em 2019 este mutirão de sexta-feira foi a segunda vez que ocorreu.

Em maio último, alunos da Antônio Padilha foram ao Hemonúcleo para doar sangue à professora Bruna Hernandez Pereira, de 33 anos, na época internada e que precisava de transfusão. Nesta sexta-feira, a própria professora Bruna acompanhou os alunos no mutirão, embora sem ainda poder doar sangue, mas disse que estava lá para agradecer a cada um pelo que fizeram quando ela precisou, considerando que eles foram espontaneamente doar sangue.

Num momento em que muitas escolas vêm sendo vandalizadas, furtadas e alvos de uma série de outros problemas, há também projetos importantes desenvolvidos com os alunos ou pelos alunos, bem como essas ações solidárias.

O caso da doação de sangue não deixa de ser um exemplo de solidariedade por parte de adolescentes, que entenderam a necessidade de oferecer algo em prol de quem precisa. É um ato de amor ao próximo levado às bolsas de sangue e delas para os estoques do Hemonúcleo.

Esta época do ano, caracterizada pelas festas e viagens, também é marcada pelo aumento do número de acidentes, em especial os de trânsito, e da necessidade de atendimento de vítimas pelos hospitais, o que exige um estoque maior de sangue para a realização de transfusões.

Outro aspecto é que ocorre ainda uma queda no número de doadores, exatamente por causa das férias e das comemorações. Por esta razão, o Hemonúcleo promove campanhas que objetivam atrair doadores de sangue, de forma que os estoques sejam mantidos. Para ser doador é preciso ter entre 16 e 69 anos, mais de 50 quilos e estar em boas condições de saúde.

Iniciativas como essas dos estudantes acabam mostrando o quanto o sorocabano é solidário quando chamado para ajudar alguém que necessita. Inclusive, a revista A Cidade, publicada pelo Cruzeiro do Sul no aniversário de Sorocaba em 15 de agosto deste ano, destacou essa solidariedade dos sorocabanos. Ou seja, pessoas que se dedicam às outras para ajudar, para oferecer o que pode atuando como voluntárias em diferentes projetos sociais espalhados pelos bairros de Sorocaba.

São os projetos sociais, muitos sem qualquer ajuda institucional do Poder Público, às vezes as únicas alternativas para famílias necessitadas de alimentos ou de medicamentos, bem como abrigos ou auxílio momentâneo diante da destruição das moradias por temporais. O sorocabano sempre se mostra presente para ajudar quando ocorre alguma situação que o chama.