A Secretaria de Estado da Educação (Seduc) anunciou na semana passada a ampliação do número de escolas que oferecem ensino em período integral. Chamado de Programa de Ensino Integral (PEI) tem como meta aumentar a partir de 2020 o total de estudantes em regime integral em mais 50 mil alunos. Hoje, em todo o Estado de São Paulo, existem 417 escolas estaduais com esse regime, atendendo em torno de 156 mil alunos.

Sorocaba já conta com 11 escolas estaduais que oferecem período integral e junto com cidades da região, deverá ganhar mais 27 unidades no próximo ano letivo. Para se tornar uma escola de período integral as escolas precisam aderir ao PEI e se inscrever nas diretorias regionais de ensino para avaliação técnica. Em todo o Estado o novo sistema será levado a pelo menos 100 escolas que tenham, em média, 500 alunos cada. Esse investimento da Seduc em novas unidades de ensino integral vai ajudar o Estado a cumprir as metas previstas nos Planos Estadual e Nacional de Educação que determinam que, até 2026, pelo menos metade das escolas ofereçam essa modalidade de ensino.

As escolas que passarem a contar com ensino integral vão oferecer aos estudantes uma matriz curricular diferenciada que inclui orientação de estudos, experiências práticas de ciências, tutoria personalizada com professor e ainda estão previstos clubes juvenis em que os alunos se organizam de acordo com seus interesses. A carga horária é de nove horas e meia.

O governo estadual conta com dois modelos de projeto ensino integral: Escolas de Tempo Integral (ETI) e Novo Modelo de Escola de Tempo Integral (PEI), que está em fase de expansão. As ETI oferecem atividades esportivas e culturais no contraturno das aulas regulares, enquanto que no modelo PEI, já presente em 308 escolas, a jornada é de nove horas e meia, incluindo três refeições, e na matriz curricular os alunos têm orientações de estudos, preparação para o mercado de trabalho e auxílio na elaboração no projeto de vida. Além de disciplinas obrigatórias de cada série, eles contam com disciplinas eletivas, escolhidas de acordo com o objetivo de cada aluno.

De acordo com o Censo Escolar, o ensino em tempo integral vem crescendo nos últimos anos. O porcentual de alunos, contando a rede pública e privada, passou de 9,1% em 2016 para 13,9% em 2017. Tem pesado muito para esse aumento questões como segurança e pais que trabalham durante o dia todo. Para os especialistas, escolas em período integral, quer sejam elas públicas ou particulares, são altamente positivas. No caso das escolas públicas, o fator mais importante, além dos benefícios oferecidos aos alunos, é que libera os pais para o trabalho. Com o ensino em período integral os pais podem trabalhar fora sem preocupações, enquanto os filhos cumprem a jornada escolar e ainda têm acesso a atividades extracurriculares e orientação especializada em um mesmo lugar.

A oferta desse tipo de vaga em escolas públicas também afasta o risco social, pois é muito difícil uma criança ou adolescente que passa o dia todo na escola se envolver em problemas sociais. Outro diferencial da escola em período integral é o melhor aproveitamento do tempo ocioso do estudante. Um jovem ou uma criança sozinho em casa dificilmente utilizará esse tempo para estudar. Nas escolas, o estudante tem um período maior de aprendizado diversificado e ainda horário para se dedicar a esportes, e tem supridas suas necessidades de lazer cultura e tecnologia.

A Secretaria da Educação de Sorocaba mantém algumas escolas com atendimento em tempo integral, mas ao contrário do governo estadual, as vagas estão diminuindo. No ano passado o número de alunos atendidos sofreu uma queda grande, de 2.996 alunos matriculados em 2017, caiu para 2.242 no ano passado. A promessa é que o número de vagas integrais aumente até o ano que vem, retomando atividades que antes ocorriam com o apoio das Oficinas do Saber, que foram desativadas. Até na educação infantil, que é responsabilidade do município, houve redução nas vagas de tempo integral no ano passado. Este ano as vagas estão aumentando com a inauguração de creches de gestão compartilhada. Manter crianças e jovens o dia todo na escola tem, evidentemente, um custo mais alto, mas é o tipo de investimento que deveria ser prioridade de qualquer governo.

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