Dengue: atenção contra o mosquito
Na questão de saúde pública, não é apenas o coronavírus que traz atualmente uma boa dose de preocupação aos moradores de Sorocaba e região. Além de seguir tomando todos os cuidados básicos como uso de máscara, álcool em gel e evitar aglomerações, a população também precisa estar atenta a outras situações de risco. Uma delas é o aumento considerável dos casos de dengue em municípios que formam a Região Metropolitana de Sorocaba (RMS).
Localizado a apenas 64 Km de Sorocaba, Tatuí é uma das cidades que mais preocupam em relação à dengue. Até ontem, por exemplo, foram confirmados 1.809 casos no município, e 55 ainda aguardam resultados dos exames. A grande maioria é de casos autóctones, ou seja, originários no próprio ambiente. A situação de Tatuí acendeu o sinal amarelo, pois a cidade já registrou casos de um tipo do vírus da dengue que é de maior transmissibilidade, o Den-1. Segundo a Prefeitura de Tatuí, 2021 já é o ano que apresenta mais casos de dengue na história do município.
Anteriormente, o maior número havia sido em 2015, com 1.361 casos. E, para efeito de comparação, nos 12 meses do ano passado (2020) foram registrados 1.138 casos. Por conta disso, é preciso que a população sorocabana continue atenta e colaborando para que o Den-1 não chegue com força à cidade. Isso aparentemente tem sido feito. Até aqui, Sorocaba teve somente 13 casos em 2021, segundo a prefeitura. Mas com as “águas de março fechando o verão”, é justamente até o final da estação, no próximo dia 20, que costumam acontecer as chuvas de verão.
Aliadas à temperatura extremamente alta do verão, isso cria o ambiente ideal para a proliferação do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue. Trata-se de uma praga que há mais de um século causa doenças no Brasil e da qual não conseguimos nos livrar por completo.
Portanto, é importante que a população tome consciência de que é preciso combater também esse inimigo. Em Sorocaba, uma das principais atividades de prevenção e controle das arboviroses (dengue, chikungunya, zika e febre amarela) é o bloqueio de casos positivos, ou suspeitos, em que as equipes de agentes da Divisão de Zoonoses realizam visitas nos imóveis ao redor do local onde o caso foi detectado. Essas visitas têm o objetivo de bloquear a transmissão da doença por meio da redução da infestação do vetor, remoção e/ou tratamento de possíveis criadouros, orientação da população sobre sinais e sintomas, formas de prevenção e, ainda, identificar novos casos.
Outra ação complementar à atividade de bloqueio é a aplicação de veneno, conhecida como “nebulização”. Esse trabalho visa diminuir a infestação de mosquitos adultos possivelmente infectados. A aplicação de veneno só pode ser realizada quando há constatação de um caso positivo ou suspeito de arboviroses na região delimitada, ou seja, não pode ser realizada de forma rotineira. O uso do veneno deve ser feito com critério técnico, para se evitar danos ao meio ambiente e resistência do Aedes aegypti ao princípio ativo.
Para a prevenção e controle do Aedes aegypti, ainda existe o programa “casa a casa”, que consiste na visitação dos imóveis com o intuito de remover criadouros e conscientizar as pessoas. Essas são visitas de rotina. Recentemente, Sorocaba apresentou índice de 4,4% de densidade larvária, que indica sinal de risco para infestação do Aedes aegypti. Nesse sentido, é de extrema importância a colaboração da população no combate ao mosquito. É preciso que os munícipes cuidem de quintais, terrenos e de qualquer área que possa servir de criadouro do mosquito. É necessário retirar entulho das casas e desfazer locais de possível proliferação. São atitudes simples que podem evitar mais um período duro, com o aumento de doentes em postos de saúde e hospitais em busca de auxílio contra essa outra doença igualmente danosa.