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Datas importantes

17 de Outubro de 2018 às 09:20

Qualquer pesquisa de opinião pública, principalmente neste período eleitoral, revelará que o brasileiro deseja, além de melhor segurança, melhor atendimento nas áreas da Saúde e da Educação. E é por esse motivo que os candidatos tanto a governador quanto à Presidência, dedicam tanto tempo tentando explicar quais são seus projetos -- quando eles existem -- nessas duas áreas. O Brasil é o país onde não há vagas suficientes nos hospitais, epidemias vêm e vão fazendo vítimas, há filas nos postos de saúde e uma consulta com um especialista credenciado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) demora meses. Também é o país de grande evasão escolar e onde os alunos terminam o ensino fundamental muitas vezes sem saber as quatro operações e sem condições de interpretar um texto.

Durante esta semana, tivemos datas específicas para celebrar duas profissões que estão no olho desse furacão. O Dia do Professor, comemorado no último dia 15, e o Dia do Médico, celebrado nesta quinta-feira, 18. Cada país comemora o Dia do Professor em uma data diferente. No Brasil, o dia 15 de outubro foi escolhido por ser o dia em que o imperador D. Pedro II assinou, em 1827, o decreto que criou o ensino público no País. Mas foi somente em outubro de 1963 que o então presidente João Goulart assinou decreto que oficializou a data. Já o Dia do Médico é celebrado no dia 18 de outubro que é a data de nascimento de São Lucas, o apóstolo que passou parte de sua vida curando as pessoas e é o padroeiro da Medicina.

Quando se observa o quadro da educação no Brasil e suas deficiências, não faltam comparações com países que de uma situação semelhante à nossa, evoluíram até se tornarem campeões do ranking mundial, como é o caso da Coreia do sul, Japão, Vietnã ou Finlândia, que investiram pesado na educação, inclusive na formação e remuneração dos professores. O que fica evidente, em qualquer comparação, é que não há uma receita pronta que possa ser aplicada de imediato e que torne o Brasil um campeão da educação em alguns anos. É censo comum que o professor brasileiro é mal remunerado. Com isso, a carreira não atrai os melhores estudantes e isso acaba refletindo na qualidade de ensino. Na maioria das vezes não há planos de carreira nas redes oficiais. Essa situação leva a uma incrível desvalorização social da profissão. Um levantamento realizado em 2013 (Índice Global de Status de Professores), que mede o respeito e o status dos professores na sociedade, colocou o Brasil no penúltimo lugar entre os 21 países avaliados.

Temos ainda um fator bastante sério que afasta profissionais das salas de aula, a violência dentro das escolas. Uma pesquisa realizada a pedido da Apeoesp (o sindicato dos professores da rede oficial do Estado de São Paulo), mostrou que 51% dos professores disseram ter sido vítimas de violência na sala de aula e 61% dos professores e 72% dos alunos consideravam a escola um ambiente violento.

Com relação aos profissionais de medicina, problemas existem, mas são diferentes daqueles enfrentados pelos professores. A profissão é socialmente mais valorizada e mesmo com diferenças regionais, oferece boa remuneração. Levantamento concluído no ano passado mostrou que há pelo menos 440 mil médicos no Brasil. Somente em Sorocaba, segundo o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, são 2.533 profissionais. Mas há uma distribuição bastante irregular de profissionais pelas regiões do País. Profissionais encontram dificuldades em conseguir empregos em capitais e grandes centros. Na região Sudeste, segundo aquele levantamento, são 353 habitantes por médico, enquanto que na região Norte, são 953 habitantes por profissional.

Um dos principais problemas enfrentados pela categoria são as crises do sistema de saúde no Brasil e suas consequências. Outro desafio é a necessidade do profissional manter-se atualizado com as novas tecnologias, contrabalançando com o atendimento individual dos pacientes, para a elaboração de um diagnóstico preciso.

Nem a Educação, nem a Saúde, com seus problemas específicos, poderão evoluir sem vontade política dos governantes que estamos prestes a escolher. Professores e médicos precisam de respaldo para seu trabalho. Atuam em áreas que exigem investimentos maciços e continuados e políticas bem definidas para bons resultados no futuro.