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Crescimento apesar da crise

23 de Junho de 2020 às 00:01

Quando atingimos a metade do ano ainda em plena pandemia causada pelo novo coronavírus, economistas fazem um balanço de até onde poderão chegar os estragos causados pela paralisação da economia por um período tão longo. O Brasil dava sinais tímidos de recuperação econômica no início do ano, até que o novo vírus se espalhou pelo mundo e trouxe consequências dramáticas para praticamente todos os países. Enquanto alguns países começam uma retomada mais vigorosa da atividade econômica, aqui ainda estamos no meio da epidemia, com números crescentes em várias regiões e sofrendo as consequências de um país desigual e de dimensões continentais.

O impacto da pandemia, segundo os especialistas, vai marcar uma geração de brasileiros que já vinha amargando um alto índice de desemprego desde a recessão de 2015 e 2016 e que agora tende a crescer por conta da epidemia. O estrago é inevitável, atinge em maior ou menor grau praticamente todos, mas há alguns setores que, pelas suas particularidades, se adaptaram aos novos tempos e estão crescendo.

Reportagem publicada por este jornal na edição de domingo mostra que apesar de tudo, alguns setores da economia estão crescendo em até 30% e contratando funcionários. Na região de Sorocaba, destacam-se os setores de vendas on-line, serviços de comunicação e segurança. Com a quarentena forçada em muitos municípios -- uma medida que poderá se repetir ao longo do ano, de acordo com a evolução da Covid-19 pelo País -- as empresas precisam se adaptar rapidamente e procuram novos serviços.

Empresas que oferecem serviços de segurança como portarias remotas, para evitar excessiva exposição de funcionários desse setor apresentam crescimento. Com o fechamento de empresas por conta da quarentena, cresceu bastante a procura por monitoramento a distância. As empresas fechadas por longos períodos necessitam de sistemas de monitoramento e algum tipo de equipamento de segurança, como garantia da integridade patrimonial das empresas.

O comércio digital, alternativa para as vendas presenciais tradicionais, prejudicadas pela política de distanciamento social, está sendo a saída de sobrevivência de inúmeras empresas. Com as pessoas em casa, novos serviços surgiram e percebe-se que essa tendência veio para ficar e irá prosperar mesmo depois do fim da pandemia. Para investir nesse tipo de divulgação, agências de comunicação passaram a ser acionadas, para auxiliar essas empresas a se adaptarem aos novos tempos e tornarem-se conhecidas na nova modalidade comercial.

Ao começar a operar no comércio digital, muitas empresas perceberam que precisavam dos serviços de empresas de Tecnologia da Informação (TI) e assistência técnica constante, o que levou ao aquecimento desse tipo de atividade. Muitos estabelecimentos comerciais, instalados tanto nas regiões centrais da cidade como nos shoppings aderiram ao comércio eletrônico, montando uma nova estrutura de entrega de mercadorias aos clientes, improvisando sistemas de drive-thru em estacionamentos ou em frente das lojas. Mas também cresceram consideravelmente as vendas on-line com serviços de entrega em domicílio, um sistema que até pouco tempo era majoritariamente utilizado por restaurantes e empresas de alimentação. Hoje, os mais variados tipos de estabelecimentos operam com esse sistema. Até supermercados e açougues aderiram às entregas utilizando aplicativos para facilitar a vida dos clientes.

Algumas dessas tendências e novos hábitos da população tendem a se perpetuar, pois não se sabe quanto tempo será suficiente para vencer a pandemia, o que só ocorrerá de fato quando for descoberta uma vacina eficiente e distribuída em todos os continentes, ou se encontrar um medicamento eficaz para combater a Covid-19 em qualquer um de seus estágios. Na situação atual, principalmente no Brasil onde ainda há crescimento do número de casos, será preciso conviver durante muitos meses, com períodos de isolamentos parciais de tempos em tempos.

Mesmo assim, é imperioso o planejamento a médio prazo, com o poder público e a iniciativa privada pensando conjuntamente em como estará a situação do País no dia seguinte ao fim da pandemia, planejando medidas para garantir o crescimento da atividade econômica e o incentivo à criação de empregos.