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Aprovação em alta

16 de Setembro de 2020 às 00:01

O crescimento da aprovação do presidente Jair Bolsonaro é um fato constatado por diferentes pesquisas nos últimos meses. Apesar do período excepcionalmente difícil da economia brasileira, reflexo direto da pandemia causada pelo novo coronavírus, cresce o número de brasileiros que aprovam o governo atual, um movimento aferido por diferentes institutos de pesquisa de opinião pública em trabalhos realizados com diferentes metodologias.

A evolução dos índices de aprovação do presidente já tem alguns meses, mas em meados de agosto, uma pesquisa realizada pelo instituto Datafolha mostrava que ela subia para 37%, o melhor índice obtido em seu mandato. A pesquisa indicava alta no número de eleitores que consideram o governo ótimo ou bom e queda entre os que veem o governo como ruim ou péssimo. A pesquisa do instituto ligado ao jornal Folha de São Paulo mostrava que além dos 37% dos eleitores que achavam o governo ótimo ou bom, 27% achavam a administração regular. Ruim e péssimo reuniu 34% dos eleitores e 1% deles não soube responder.

Na última segunda-feira (14) foi divulgada a avaliação da pesquisa XP / Instituto de Pesquisas Sociais e Econômicas (Ipespe) que mostrou, entre outros dados positivos, que a avaliação ótima e boa do governo Bolsonaro entre agosto e setembro oscilou de 37% para 39% e a avaliação de ruim ou péssima caiu de 37% para 36%. A avaliação de regular passou de 23% para 24%.

A informação mais importante dessa última rodada da pesquisa XP/Ipespe, uma pesquisa de abrangência nacional realizada entre os dias 8 e 11 de setembro com mais de mil entrevistas, é que se trata do quinto levantamento consecutivo no qual a aprovação do governo Bolsonaro aparece em alta e a reprovação, em queda. A pesquisa também captou melhora na expectativa para o restante do governo. O levantamento mostra que 40% esperam que o período restante do governo seja bom ou ótimo, ante 37% em agosto. Para 35%, será ruim ou péssimo, ante 36% no mês anterior. A expectativa regular cedeu de 22% para 20%.

Analistas políticos, na maioria das vezes críticos do governo de Jair Bolsonaro, passaram a admitir há algum tempo o crescimento do prestígio popular do presidente. E procuraram nas medidas governamentais recentes e mesmo nas atitudes de Bolsonaro uma resposta para esse quadro. Uma das conclusões foi que a população tem acompanhado o desempenho do governo na área de infraestrutura que finaliza obras há tempos paralisadas, como pavimentação e até duplicação de rodovias, construção de pontes, com um volume de obras impressionante, mesmo durante a pandemia de Covid-19.

Decisões tomadas pelo governo em um período bastante crítico por conta da pandemia, mais precisamente pela política de distanciamento social, foram muito importantes. Destaque absoluto para o auxílio emergencial liberado pelo governo para milhões de brasileiros necessitados. Certamente a medida foi fundamental para a melhoria na avaliação do governo que teve a sensibilidade de perceber que pessoas desempregadas, microempresários, pequenos prestadores de serviço e principalmente trabalhadores informais não conseguiram viver durante a quarentena sem o auxílio. A garantia da prorrogação do pagamento do benefício, mesmo em parcelas de menor valor, reforça essa imagem positiva do governo, que se mostrou sensível às necessidades da população. O presidente, diante da situação de carência das camadas mais pobres, também acenou para a possibilidade de melhoria das ações sociais do governo.

Muitos analistas acreditam que as constantes viagens presidenciais para diferentes regiões do País, como a que realizou no início de setembro a Tapiraí, na Região Metropolitana de Sorocaba, e Vale do Ribeira, colaboram para o aumento da aprovação de seu governo. E há um fato também importante nesse avanço da aprovação do governo do presidente Bolsonaro: o aumento de sua popularidade no Nordeste, região do País onde os Estados são governados majoritariamente por opositores e onde o presidente teve menos votos na eleição de 2018. A somatória desses avanços leva muitos observadores a constatar que um fato inédito está acontecendo no cenário político: o crescimento do presidente junto aos eleitores que, no passado, votavam em partidos de oposição. Na linha oposta, esse aumento de popularidade é divulgado ao mesmo tempo que o ex-presidente Lula, o ex-ministro Antônio Palocci e o assessor Paulo Okamotto são alvo de nova denúncia da Operação Lava Jato, acusados de lavagem de propinas recebidas de empreiteira entre 2013 e 2014.