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Ajuda necessária

10 de Abril de 2020 às 00:01

A pandemia causada pelo novo coronavírus é um problema mundial. Está afetando a vida das pessoas e a economia de todos os países. As restrições impostas pelo isolamento social prejudicam a todos, indistintamente, mas é nas camadas mais pobres da sociedade que o problema se torna mais sério, trágico em boa parte dos casos.

A crise atinge fortemente os trabalhadores informais ou autônomos que não têm qualquer amparo para sobreviver, os desempregados, moradores em situação de rua e até entidades assistenciais que veem minguar as doações nesse período de exceção.

Como essa epidemia em escala mundial é inédita, os governos de praticamente todos os países tiveram certa dificuldade em entender a dimensão do problema e reagir, colocando em prática medidas de proteção social.

No âmbito federal, possivelmente diante da quantidade de recursos a serem remanejados do orçamento, só agora começa a ser liberado o auxílio de R$ 600 de auxílio emergencial que atenderá trabalhadores informais, desempregados, microempreendedores individuais e autônomos.

Para poder atender essa demanda serão necessários mais de R$ 90 bilhões, dinheiro que será usado para auxiliar milhões de pessoas por três meses. Poucas horas após a abertura do cadastro de interessados, mais de 27 milhões de pessoas se inscreveram pedindo o auxílio.

Outras medidas estão sendo organizadas, como a ampliação do Bolsa Família e a liberação parcial do FGTS a partir de junho.

O governo estadual, entre outras medidas de combate à pandemia, criou o programa Merenda em Casa que pretende atender por um período de 60 dias que poderá ser estendido, caso necessário, para atender estudantes em situação de vulnerabilidade social, pois muitos deles tinham na merenda distribuída nas escolas a principal refeição do dia.

Com as escolas fechadas por conta da quarentena, cada estudante passará a ter direito a subsídio de R$ 55 mensais para a compra de alimentos. Somente na região de Sorocaba, 44 mil crianças passam a receber esse dinheiro, sem dúvida uma ajuda importante em momento de crise.

Em todo o Estado calcula-se que 732 mil estudantes, cujas famílias recebem o Bolsa Família ou vivem em extrema pobreza e não recebem o benefício federal, terão direito à ajuda. Durante dois meses, o benefício para 113 mil estudantes mais carentes será dobrado e passará para R$ 110.

O repasse previsto no programa Merenda em Casa é subsidiado integralmente pelo governo estadual e será oferecido enquanto permanecerem suspensas as aulas da rede pública do Estado.

A Prefeitura de Sorocaba também tomou algumas medidas para ajudar as camadas mais necessitadas. Na última quarta-feira foi anunciada uma campanha de distribuição de 20 mil cestas básicas de alimentos para famílias de baixa renda ou em situação de vulnerabilidade social.

Em uma primeira fase, 13,5 mil famílias receberão as cestas e a distribuição começa na próxima segunda-feira. As cestas são doadas por empresas e supermercados que atuam na cidade e servirão para amenizar o impacto da pandemia.

Caixas coletoras também foram espalhadas pela cidade para arrecadar alimentos que serão incorporados a esse projeto que é coordenado pelo Fundo Social de Solidariedade do município e pela Secretaria da Cidadania. A distribuição será realizada pelos 12 Centros de Referência de Assistência Social (Cras).

Também partiu da Prefeitura a iniciativa de distribuir um auxílio de R$ 600 para coletores de material reciclável que participam de cooperativas existentes no município. A medida deverá beneficiar 150 pessoas. Os coletores estão impossibilitados de exercer a atividade durante a quarentena.

Os beneficiados poderão acumular esse auxílio que irá durar três meses, com o auxílio emergencial do governo federal que tem o mesmo valor e que também vai durar três meses.

Além dessas medidas de auxílio financeiro e de distribuição de cestas básicas, várias outras medidas estão sendo tomadas para auxiliar os mais necessitados.

O restaurante Bom Prato, por exemplo, que tradicionalmente oferece centenas de refeições por dia ao preço subsidiado de R$ 1, passou a distribuir as refeições em embalagens para viagem.

Grupos de religiosos ou mesmo de amigos têm se esforçado para doar refeições prontas para as pessoas que vivem nas ruas, uma atitude que a cada dia ganha mais adeptos.

A epidemia vai passar e em breve as coisas voltarão ao normal e teremos certamente um saldo positivo de boas ações neste período tão conturbado. E com certeza sobreviverão exemplos de solidariedade e trabalhos edificantes para as gerações futuras.