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A volta da radioterapia

27 de Julho de 2018 às 11:19

Tudo indica que está chegando ao fim uma das mais longas trapalhadas na área da saúde em Sorocaba, com a retomada do serviço de radioterapia na Santa Casa de Misericórdia. Ele esteve interrompido desde o mês de novembro de 2016, quando a pastilha de cobalto do equipamento então existente, peça fundamental do aparelho, deixou de funcionar por estar com o tempo de validade vencido.

O antigo aparelho que funcionava nas dependências do hospital atendia dezenas de pacientes de Sorocaba e de cidades próximas que tiveram que procurar atendimento em hospitais da Região Metropolitana de São Paulo. Os responsáveis pela operação do equipamento vinham alertando sobre a necessidade de substituição da pastilha, mas a Prefeitura de Sorocaba, que havia requisitado a Santa Casa, alegou não ter recursos para adquirir o dispositivo.

Após a desativação forçada do aparelho, e a partir de muitas tentativas, a Prefeitura conseguiu um equipamento procedente da cidade de Bauru, mas nunca chegou a ser utilizado, pois foi classificado de ultrapassado pela administração municipal. Um terceiro equipamento, doado por uma clínica particular de Santo André, foi disponibilizado para a Santa Casa e passou por reforma com recursos obtidos por um grupo religioso.

A retomada das sessões de radioterapia recebeu autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a retomada do atendimento de pacientes com câncer que precisam de radioterapia ocorreu na última quarta-feira. Pessoas que estavam inscritas para iniciar o tratamento passarão primeiramente por consultas, para posterior início das sessões.

Os pacientes são direcionados pela central de regulação do governo estadual para os locais de tratamento por meio da Rede Hebe Camargo de Combate ao Câncer, que deverá enviar quatro ou cinco pacientes por dia para a Santa Casa. Os pacientes que já estão recebendo tratamento em outras unidades, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, não serão transferidos para a Santa Casa. Segundo especialistas, é importante realizar o tratamento em um único local por uma série de questões técnicas, uma vez que cada equipamento emite um tipo diferente de radiação.

Além dessa boa notícia da retomada dos atendimentos de radioterapia em Sorocaba, a Santa Casa, que poupará pacientes de viagens desgastantes e incômodas em busca de tratamento, outra informação importante nessa área foi divulgada ontem. O mesmo hospital aguarda a conclusão das obras da casamata onde deverá entrar em funcionamento um novo aparelho de radioterapia, do tipo acelerador linear.

As obras começaram em meados de 2016 e foram interrompidas um ano depois, por conta de problemas judicias entre a Santa Casa e a construtora. Uma nova licitação foi realizada e as obras retomadas. O aparelho deverá ser encaminhado pelo Ministério da Saúde por meio do Programa de Expansão da Radioterapia.

A instalação do acelerador linear deverá ter um custo de R$ 4,6 milhões. A expectativa é que o equipamento chegue a Sorocaba no mês de agosto, consiga a licença de operação necessária no mês de novembro e que possa ser inaugurado antes do final deste ano. Será um segundo equipamento de radioterapia, usando tecnologia diferente, para atender pacientes da região.

Há um segundo equipamento, do tipo acelerador linear, destinado a Sorocaba pelo Ministério da Saúde. Esse segundo acelerador linear está destinado ao Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS), que ainda nem iniciou a construção da casamata. De acordo com o ministério, as obras deverão começar em setembro deste ano para que o equipamento entre em operação no final do ano que vem.

A entrada em funcionamento de novos aparelhos de radioterapia é sem dúvida uma notícia importante pela utilidade que esses equipamentos têm no tratamento de doenças extremamente graves. O que não pode acontecer novamente é que esses aparelhos parem de funcionar por falta de previsão ou descaso, como já aconteceu, deixando dezenas de pacientes na mão, tendo que viajar periodicamente para dar prosseguimento a tratamentos que são vitais para sua sobrevivência.