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A importância da vacina

11 de Abril de 2019 às 23:44

Começou no último dia 10 a 21ª Campanha Nacional de Vacinação Contra a Gripe (Influenza) e como já se tornou uma tradição, a procura foi baixa nos primeiros dias tanto nos postos de vacinação de Sorocaba como na maior parte do País. A vacinação prossegue até o dia 31 de maio e exigiu forte investimento do governo federal que disponibilizou mais de 63 milhões de doses com o objetivo de imunizar 58 milhões de pessoas. Serão 42,8 mil postos de vacinação atuando nesse período e mais de 196 mil profissionais estão sendo mobilizados.

No ano passado o grupo prioritário não atingiu a meta de 90% de cobertura. Essa meta continua neste ano, e os grupos com prioridade de imunização são escolhidos de acordo com recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS). Até o final do mês de março foram comunicados 232 casos de influenza e a morte de 50 pessoas no Brasil. Surtos imprevistos de gripe fizeram alguns Estados antecipar o início da vacinação.

A campanha começa nesta época do ano porque a queda da temperatura tende a aumentar as aglomerações de pessoas em locais fechados. A gripe provoca a queda da imunidade do doente e pode levar a infecções virais ou bacterianas. Em casos extremos, pode levar à morte, principalmente de pessoas pertencentes a certos grupos, como idosos ou acamados. Até o dia 19 de abril devem ser vacinadas crianças com mais de 6 meses e com menos de 6 anos, gestantes e puérperas (mulheres com até 45 dias após o parto). A partir de 22 de abril a vacinação será aberta a pessoas com 60 anos ou mais, portadores de duas doenças ou mais simultaneamente, professores de escolas públicas e privadas, além de profissionais da área da saúde. No ano passado as gestantes e as crianças não alcançaram a meta de vacinação. Os outros grupos alcançaram os 90% previstos. A vacina contra a gripe que será aplicada este ano teve mudanças de duas das três cepas que a compõem e protege contra os três subtipos do vírus da gripe que mais circularam no último ano no Hemisfério Sul, de acordo com a OMS. Ela é considerada segura e pode reduzir as complicações que podem produzir casos graves da doença, internações e até óbitos.

Essa campanha de porte gigantesco ocorre quando se assiste à queda das coberturas vacinais no Brasil. Reverter esse quadro é uma das prioridades da gestão atual do Ministério da Saúde. A vacinação contra a gripe ocorre ao mesmo tempo em que assistimos a uma escalada preocupante do sarampo no mundo, uma possível consequência de falhas na cobertura vacinal em vários países. A doença avança em vários países do mundo e o Brasil faz parte desse grupo. O País não registrou casos de sarampo em 2015, 2016 e 2017 e chegou a ganhar da Organização Mundial da saúde certificado de eliminação da doença, mas ele voltou com tudo. O sarampo é uma das doenças mais contagiosas do mundo, mas evitável com vacinação.

Daí a preocupação do Ministério da Saúde com o bom andamento da campanha de vacinação que agora se inicia. A OMS elaborou um relatório sobre a disseminação de informações falsas sobre as vacinas que têm atrapalhado campanhas ao redor do mundo. Uma dessas falsas teorias diz que a vacina contra sarampo, caxumba e rubéola estaria por trás do aumento de casos de autismo na Grã Bretanha. Inúmeros estudos já foram publicados refutando essa teoria, mas não impediram que caísse o número de vacinados e proporcionasse o ressurgimento da doença. Há outra teoria falsa que afirma que as crianças com até 2 anos de idade não aguentam tantas vacinas (são 11 recomendadas) e muitos pais acreditam e deixam de imunizar seus filhos. Há ainda quem sustente que muitas doenças já estavam desaparecendo quando as vacinas surgiram e em alguns países existe a falsa impressão de que várias doenças foram praticamente erradicadas, não havendo mais necessidade de imunização. Essas e outras teorias, cada uma mais exótica que a outra, multiplicadas pelas redes sociais, têm produzido um estrago tremendo, abrindo flancos para várias doenças. Por isso é importante que todas as pessoas enquadradas nos grupos de risco definidos pela Saúde sejam vacinadas contra a gripe e outras campanhas de imunização que vierem pela frente. Falsas informações científicas e teorias da conspiração fazem muito mal à saúde da população.