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A importância da imunização

11 de Setembro de 2018 às 09:07

A prorrogação da campanha de vacinação de crianças contra a poliomielite e sarampo em Sorocaba, decidida no início da semana passada, foi positiva, pois com ela o município conseguiu atingir a meta de imunização contra a pólio. Na segunda-feira da semana passada, contabilizados os números de vacinação em todo o País, o Ministério da Saúde decidiu prorrogar a Campanha Nacional de Vacinação contra pólio e sarampo até o dia 14 próximo.

Naquela data, apenas sete Estados haviam atingido a meta de vacinação de 95% do público-alvo. Com isso, Estados e municípios que não atingiram a meta, como era o caso de Sorocaba, foram autorizados a manter a campanha por mais 15 dias. O público-alvo das duas campanhas de vacinação são crianças de 1 ano a 4 anos e 11 meses.

Com a prorrogação, Sorocaba atingiu a cobertura vacinal contra a poliomielite. Até o último dia 5, segundo informações da Secretaria Municipal de Saúde (SES), a vacinação contra a pólio havia atingido 95,01% do público-alvo e a tríplice viral SCR (sarampo, caxumba e rubéola), 93,7%. Como a vacinação vai até o dia 14 em todas as unidades básicas de saúde, é praticamente certo que a cobertura contra o sarampo atinja a meta estipulada.

É essencial que pais e responsáveis levem as crianças para receberem a vacina, pois a poliomielite que desapareceu do Brasil desde os anos 1990, está com uma cobertura vacinal precária, o que traz riscos para a população, pois a doença ainda existe em alguns países. Quanto ao sarampo, o Brasil enfrenta uma epidemia que já tem mais de mil casos confirmados.

O País conseguiu erradicar a doença, mas os agentes infecciosos continuam em circulação em algumas partes do mundo. O atual surto de sarampo afeta principalmente os Estados do Amazonas e Roraima. Com a mobilidade das pessoas, casos da doença já foram detectados em São Paulo e no Rio de Janeiro, o que deixou as autoridades da área da Saúde preocupadas.

Se não bastasse o risco da volta dessas duas doenças, uma vez que muitas regiões do país têm cobertura de vacinas deficientes, a febre amarela, outra doença que não fazia vítimas nos grandes centros urbanos há bastante tempo, voltou a causar mortes. Tivemos dois surtos recentes da doença com pouco mais de 2 mil casos confirmados e 850 mortes.

Pesquisa publicada pela prestigiada revista Science investigou as origens dos mais recentes surtos da doença no Brasil entre o mês de julho de 2016 e julho deste ano e confirma que eles surgiram de forma silvestre, entre os macacos de Minas Gerais. Foram os maiores surtos da doença em 100 anos e levantaram a suspeita de que a transmissão urbana da febre amarela poderia ter voltado ao ocorrer. A pesquisa bastante ampla, que investigou do ponto de vista genético e epidemiológico, confirmou que a origem desses surtos ainda é a febre amarela silvestre.

Quando o surto da doença começou a chegar na periferia dos grandes centros em seu deslocamento pelo país, como é o caso de Mairiporã, às margens da rodovia Fernão Dias e obrigou o fechamento de vários parques públicos em São Paulo, houve uma busca frenética por vacinação em postos que ainda não estavam preparados pela demanda. Assim que as autoridades da saúde conseguiram equacionar a produção e distribuição da vacina, entretanto, houve uma retração na procura e vacinas começaram a sobrar nos postos.

Há poucas semanas, começaram a surgir macacos mortos nas matas do litoral paulista e pouco depois, casos de febre amarela em humanos. No mês de agosto, pelo menos cinco cidades do litoral paulista registraram a doença, com 18 casos confirmados e pelo menos oito mortes. A cidade mais afetada foi Ubatuba, com 11 doentes e três mortos. O problema é novamente a baixa cobertura vacinal.

Segundo a Secretaria Estadual da Saúde, somente 70% da população do Estado de São Paulo está protegida pela vacina. Na Região Metropolitana de São Paulo, entre 55% e 60%. Com a chegada da primavera e o aumento do fluxo de turistas ao litoral, mais do que nunca é preciso procurar os postos de saúde e se imunizar contra essa doença grave, com alto índice de mortalidade, como vem mostrando nos últimos dois anos.