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A cultura em Sorocaba

29 de Setembro de 2019 às 00:01

É o conjunto de manifestações artísticas, sociais, linguísticas e comportamentais que forma a cultura de um povo, seja ela municipal, regional ou nacional. Sorocaba sempre foi uma terra fértil culturalmente. Um exemplo foi a construção do vistoso Teatro São Rafael, no século 19, inaugurado em 1844. Funcionou até 1933. Depois, o prédio recebeu a Prefeitura de Sorocaba até 1981. Hoje funciona neste mesmo prédio a Fundação de Desenvolvimento Cultural (Fundec).

Ao longo dos anos, das décadas, muitos artistas locais se destacaram e ganharam projeção nas artes plásticas, música, palcos teatrais e da televisão, além dos cinemas, bem como a literatura. Alguns não só se projetaram nacionalmente como também levaram seu trabalho, sua arte a todo o mundo.

Na edição da sexta-feira, o Cruzeiro do Sul noticiou na página 14 que os sorocabanos Zé Henrique de Paula e Fernanda Maia figuraram entre os vencedores do 7º Prêmio Bibi Ferreira. Trata-se da mais importante premiação do teatro brasileiro. Eles ganharam na categoria Melhor Versão em Musicais com o espetáculo “Natasha, Pierre e o grande cometa de 1812”. A cerimônia de entrega dos prêmios foi na última terça-feira, no Teatro Renault, em São Paulo.

Um dia antes, na quinta-feira, o jornal trouxe a notícia do grande leilão on-line que será realizado nesta segunda-feira (30), às 20h, com 10% da receita das vendas de obras de artes plásticas beneficiando o Museu de Arte Contemporânea de Sorocaba (Macs). Obras de diferentes artistas figuram no leilão e entre elas estão as dos sorocabanos Pedro Lopes, Lúcia Castanho, Laura Matos e Liliana Alves.

Na semana que começa hoje estreia o filme “Fera na selva”, obra do ator Paulo Betti, que sempre faz questão de dizer que é sorocabano, embora não tenha nascido aqui. No filme, ele contracena com a sorocabana Eliane Giardini. Ambos são atores reconhecidos nacionalmente e o filme, baseado em obra do escritor estadunidense Henry James, tem Sorocaba no cenário, além de cenas na represa de Itupararanga e na Fazenda Ipanema.

Mas em meio a esses eventos culturais de destaque para a cidade, a Prefeitura de Sorocaba anuncia mais uma mudança no comando da Secretaria Municipal de Cultura, exatamente a pasta que tem por obrigação cuidar dessas importantes atividades para o cidadão. Trata-se da sexta alteração de nomes no principal cargo da pasta num período de apenas seis meses. Na sexta-feira, a prefeita Jaqueline Coutinho trocou Gilberto Antunes, que havia assumido o cargo em agosto, pelo jornalista Marcel Stefano, que estava na Secretaria de Comunicação e Eventos (Secom).

Fica óbvio que a Prefeitura de Sorocaba não tem uma política cultural definida e mesmo que tivesse, seria impossível de ser implementada com tantas mudanças dos titulares. Cada um que entra leva o seu estilo, a sua forma de trabalhar e os seus projetos e propostas para o setor. Com tantas mudanças de nomes, fica difícil até mesmo para os servidores entenderem como devem executar as suas tarefas. Quem perde com isso é a cidade e, especialmente, a atividade cultural.

Este espaço já comentou recentemente essa dança de cadeiras na Secretaria de Saúde e como ela afeta a continuidade dos trabalhos. Com a cultura ocorre o mesmo. O governo municipal, ainda faltando um ano e três meses de mandato, já bateu todos os recordes de troca de secretários. Algo que só prejudica a cidade, justamente o contrário do que prometeram prefeito e vice, os eleitos pelos votos dos sorocabanos para os principais cargos políticos da cidade. Sorocaba merece muito mais do que está recebendo.