Editorial
Às véspera do colapso
O modelo lulista de governar — aquele que privilegia colocar dinheiro público em programas sociais em vez de investir em ações que resultem na criação de empregos e, consequentemente, gerem riqueza —, não dá certo em nenhum país do mundo, seja ele em qual continente estiver.
A França, por exemplo, é o país europeu que mais gasta com benefícios sociais, num total que supera a casa dos € 849 bilhões, ou 32% do seu PIB. O valor destinado à saúde também é o maior no bloco, ao consumir 10% do total de riquezas francesas. Agora, está superendividada, com consequências que extrapolam a questão política e traz reflexo na vida cotidiana dos franceses.
Venezuela é outro exemplo: historicamente, o país de Nicolás Maduro sempre teve um conjunto de programas sociais conhecidos como “missões bolivarianas”, criados para atender a setores desfavorecidos, com foco em saúde, educação e alimentação. Em outras palavras: manter o povo em dependência do mandatário. E nem precisa dizer que não é fácil viver na Venezuela mesmo sob essa condição.
Por aqui, a coisa tende a ir pelo mesmo caminho torto. Durante o lançamento do programa Gás do Povo, no último dia 4, em Belo Horizonte (MG), o presidente Lula (PT) fez declarações que chamaram atenção pelo tom polêmico, ao falar sobre desigualdade social. O petista afirmou em alto e bom som — e a declaração está eternizada na Internet — que “um país, para dar certo, precisa garantir que muitos tenham pouco dinheiro”.
Pela lógica de Lula, é importante que o povo tenha dependência do governo: “Os ricos não precisam do país, os ricos, quando vão pegar dinheiro, pegam logo muito, mas o pobre precisa de pouco dinheiro. É por isso que eu digo: um país para dar certo, ele precisa garantir que muitos tenham pouco dinheiro, ele está errado quando [precisa garantir que] poucos tenham muito dinheiro”, declarou o presidente.
Pelo modo lulista de governar, é necessário manter uma distribuição mínima de renda para que a população mais pobre tenha acesso a necessidades básicas.
O programa Gás do Povo tem como objetivo subsidiar o preço do botijão de gás de cozinha para famílias em situação de vulnerabilidade. O governo vai dar o gás aos pobres. A estimativa do governo federal é beneficiar 50 milhões de pessoas, aproximadamente 15,5 milhões de residências.
Recentemente, o governo lulista anunciou que cerca de 60 milhões de brasileiros, de todas as Unidades da Federação, começaram a ser beneficiados pela Tarifa Social de Energia Elétrica, prevista no programa Luz do Povo. A medida prevê que as famílias inscritas no CadÚnico, com renda mensal de até meio salário mínimo por pessoa, que usarem até 80 quilowatts-hora (kWh) por mês, não pagarão pela energia elétrica consumida.
Apesar da proposta de impacto social, os anúncios e discursos de Lula acabaram gerando debates acalorados sobre sua interpretação da distribuição de renda e sobre a eficácia de programas assistenciais no combate à desigualdade no País. No foco das discussões estão as intenções visando as eleições de 2026.
Ou seja, de olho em um possível retorno dessas benesses — feitas com dinheiro público — em forma de votos, Lula segue gastando recursos ao bel-prazer, desprezando investimentos necessários ao desenvolvimento do Brasil. A busca por um retorno político rápido se sobrepõe às reais formas de fazer como que o País produza riquezas, em forma de trabalho e, consequentemente renda, vinda de salários. Isso é o que movimenta, de fato, a economia.
Essa política lulista, vale enfatizar, não dá certo em nenhum lugar do mundo. Embora não se canse de gastar dinheiro público, agora, o próprio governo admite que esse modo de administrar vai colapsar o País já em 2027. O projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026 traz alertas importantes.
A peça mostra que as despesas continuam crescendo, enquanto as receitas estão superestimadas pela equipe econômica lulista. Os dados mostram que vai faltar dinheiro para investimentos e para manter o funcionamento da máquina pública. Ou seja, o governo Lula está afundando o Brasil. Em 2027, teremos um novo presidente, que deverá assumir essa bronca. Por isso, é bom refletir — ainda em 2025 —, o que é melhor para o País. Continuar sendo governado de modo arriscado ou mudar o rumo.