Editorial
Rota Sorocabana, investimentos e pedágios

Muitos holofotes estarão focados hoje, às 16h, nos detalhes e resultados do leilão de concessão da Rota Sorocabana que será realizado na Bolsa de Valores de São Paulo (B3). Com investimento de R$ 8,8 bilhões, o projeto abrange 460 quilômetros de 12 rodovias localizadas na região sudoeste e que servem a 17 municípios do Estado: Alumínio, Araçariguama, Araçoiaba da Serra, Cotia, Ibiúna, Itu, Juquiá, Mairinque, Piedade, Pilar do Sul, Salto de Pirapora, São Miguel Arcanjo, São Roque, Sorocaba, Tapiraí, Vargem Grande Paulista e Votorantim, e inclui 94 quilômetros de duplicação de rodovias e 197,5 quilômetros de faixas adicionais, simples e duplas. A proposta é fazer a concessão de trechos operados atualmente pela Viaoeste e incluir estradas sob gestão do Departamento de Estradas de Rodagem (DER-SP).
Segundo o governo paulista, a concessão à iniciativa privada tem como objetivo melhorar o tráfego e a segurança viária, reduzindo também os congestionamentos e acidentes na região. De acordo com o DER-SP, o tráfego anual no trecho a ser concedido é de 311 milhões de veículos. No caso da SP-250 (rodovia Bunjiro Nakao), entre os municípios de Vargem Grande Paulista e Piedade, haverá duplicação da via, totalizando 48,2 km. Também serão construídas 35,7 km de faixas adicionais em pista simples no trecho seguinte da rodovia, com 6 km em Piedade, 21,4 km em Pilar do Sul e 8,1 km em São Miguel Arcanjo.
Já a SP-79 (rodovia Tenente Celestino Américo), que será uma alternativa de acesso à Régis Bittencourt, receberá 24,3 km de duplicação, sendo 5,5 km em Sorocaba, 12,9 km em Votorantim e 5,9 km em Piedade. No trecho seguinte, que cruza a Serra de Tapiraí, contará com 40,2 km de faixas adicionais em pista simples, com 7,3 km em Piedade e 32,9 km em Tapiraí. No trecho de serra, serão implantadas correções de curvas, nova iluminação e uma rampa de escape para dar maior segurança. Em Juquiá, serão 15 km de faixas adicionais em pista simples que ajudarão a melhorar o tráfego de veículos e caminhões.
A rodovia Raposo Tavares, na região de Sorocaba, receberá 46,7 km de faixas adicionais em pista dupla, das quais 12,8 km serão implantadas em Vargem Grande Paulista e 28,6 km em Sorocaba, aliviando o trânsito e reduzindo congestionamentos nos trechos em que a estrada cruza a mancha urbana dos municípios.
A Castelinho (SP-75) terá 31,3 km de faixas adicionais em pista dupla entre Sorocaba e Itu, enquanto a rodovia Castelo Branco (SP-280) receberá 43,4 km de faixas adicionais em pista dupla, divididos entre São Roque e Mairinque (25,5 km) e em Itu (17,9 km). Na SP-264 (rodovia João Leme dos Santos) haverá 4,1 km de duplicação em Salto de Pirapora. Além disso, serão realizadas duplicações de 3,3 km na avenida Antônio Fauci, em Ibiúna, 2,5 km na SPA 103/79 em Votorantim e 11,6 km na SPA 104/79 em Salto de Pirapora, com o objetivo de otimizar a fluidez do tráfego local.
Investimentos em mobilidade sempre são bem-vindos. É o que se espera do Estado, como retorno pelos impostos pagos pelos cidadãos. No entanto, algo que preocupa a população que vive no entorno da Rota Sorocabana a partir da nova concessão a ser definida hoje, é a chegada de novos pedágios e as suas respectivas tarifas. Além dos já existentes (Castelo Branco, Raposo Tavares e Castelinho), haverá mais 18 praças de cobrança. A informação consta em um dos anexos do edital para a concessão do trecho, publicado em 12 de julho. Esses novos pedágios, conforme a Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), serão pórticos de pagamento automático (sistema free flow) permitindo cobrança “mais justa em relação ao trecho percorrido”.
O mercado de investimentos espera que o leilão de hoje seja competitivo, uma vez que apresenta riscos reduzidos de demanda, potencial de retorno atrativo (Taxa Interna de Retorno (TIR) real desalavancada de 9,41%. TIR é uma métrica financeira que indica a rentabilidade de um investimento ou projeto), calendário de investimentos relativamente diluído (63% do capex — sigla para Capital Expenditure, que significa despesas de capitais — nos primeiros oito anos), além de um perfil saudável de fluxo de caixa. A concessão terá a duração de 30 anos.