Editorial
São Paulo é mesmo um lugar para oportunidades
Bairrismo à parte, quando se analisa os potenciais de todos os estados brasileiros não há dúvida quanto à liderança de São Paulo. O Estado é o principal centro econômico e industrial do Brasil. Aqui, no território paulista, estão sediadas indústrias de todos os ramos industriais bem desenvolvidos e com participação importante na geração de riquezas do próprio Estado e, consequentemente, para a União.
São Paulo também chama a atenção pelo seu potencial agropecuário e também no campo cultural e educacional. Provavelmente, em razão dessa importância toda, o Estado é “considerado “a locomotiva do Brasil” com exageros ou não. Outros dizem que aqui é a “terra das oportunidades!” A verdade é que cada Estado brasileiro tem a sua relevância na federação e suas virtudes e riquezas compõem a força do País.
Mas, São Paulo é diferente, não dá para contestar. É para cá que vem pessoas em busca de trabalho e estudo, enfim de oportunidades para melhorar a própria vida e o bem-estar de toda a família.
E não somente brasileiros de outros Estados que adotam São Paulo para viver e sonhar. Interessante estudo realizado pela Secretaria Estadual da Educação (Seduc-SP) mostra que, em número de estudantes, a rede estadual de ensino de São Paulo é a maior do Brasil. Em 2024, são mais de 3,5 milhões de alunos matriculados em classes do fundamental ao médio. Desses, 14.862, por exemplo, vieram dos 15 países participantes da Copa América: Argentina, Bolívia, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Estados Unidos, Jamaica, México, Panamá, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela.
A Bolívia é o país com a maior quantidade de representantes em escolas da Seduc-SP com 8.020 estudantes. O número é quase o dobro da Venezuela, segunda no ranking, com 4.440 matriculados. Em terceiro lugar, estão os alunos de origem paraguaia: 671.
Das diretorias de ensino, a Centro, localizada na cidade de São Paulo, é a que concentra mais escolas com estudantes. São 2.174 em unidades de bairros redutos de imigrantes na capital paulista como Barra Funda, Bom Retiro, Brás, República e Pari. No entanto, é na Leste 5, que fica a Escola Estadual Amadeu Amaral, recordista deste ano letivo. Só da Bolívia são 153 alunos.
Longe da capital, escolas de municípios como Araçatuba, Americana, Assis, Arandu, Avaré, Barretos, Bragança Paulista, Bom Jesus dos Perdões, Botucatu, Campinas, Lutécia, Rafard, Santo Anastácio e Vargem Grande Paulista também recebem estudantes de seleções rivais do Brasil, do “Grupo D”. Por lá, estudam jovens vindos da Colômbia, Costa Rica e Paraguai.
Para atender a demanda de estudantes estrangeiros, a Seduc-SP mantém um núcleo especializado. O grupo é responsável por definir as diretrizes e a redação dos documentos orientadores. A ideia é facilitar o acolhimento e minimizar as barreiras do processo de mudança como o idioma. Além da América do Sul, a rede paulista recebe crianças e jovens vindos de regiões de conflito (como Afeganistão, Haiti, Líbia, Síria e Ucrânia), da Ásia e de países com histórico de imigração para o Brasil menos recente, caso de Portugal, Espanha e Japão. No total são 19,5 mil.
Para realizar a matrícula, é preciso apresentar um documento de identidade, como passaporte ou RNE (Registro Nacional de Estrangeiro). As equipes gestoras e pedagógicas podem aplicar uma prova para identificar o ano/série ideal caso o aluno não possua um equivalente ao histórico escolar do país de origem.
No início do século XIX, os imigrantes vindos de diferentes partes do mundo deram ainda mais dinamismo ao Estado. Hoje, estima-se que a cidade de São Paulo, por exemplo, seja a terceira maior cidade italiana do mundo, a maior cidade japonesa fora do Japão, a terceira maior cidade libanesa fora do Líbano, a maior cidade portuguesa fora de Portugal e a maior cidade espanhola fora da Espanha. Fora os brasileiros que vieram de vários outros Estados. É muita diversidade junta. Isso é São Paulo.