Buscar no Cruzeiro

Buscar

Editorial

Salomão, as crianças e a dengue

22 de Maio de 2024 às 22:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
placeholder
placeholder

Certa vez, entre 971 e 931 a.C., o rei Salomão, quando governava Israel proferiu um ensinamento que permanece atual nos dias atuais. Disse o chamado pai da sabedoria: “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele”. A mensagem do texto é que o ensino de bons hábitos e dos valores morais às crianças tendem a permanecer por toda a vida.

O conselho de Salomão, certamente, é abrangente e envolve, também questões de saúde pública. E o mais importante: há ações sendo feitas para fazer valer o ensinamento.

Na segunda-feira (20), o Brasil confirmou que já contabiliza mais de 5 milhões (5.100.766) de casos prováveis de dengue em 2024. O número representa mais que o triplo de casos prováveis da doença identificados ao longo de todo o ano passado, quando foram anotados 1.649.144 casos.

No sábado (18), no auditório da Fundação Ubaldino do Amaral (FUA), mantenedora do Colégio Politécnico e do Cruzeiro do Sul, aconteceu a cerimônia de premiação da 4ª edição do Concurso Cruzeirinho, que privilegiou as categorias Desenho e Slogan. Com a temática “O Combate ao Mosquito Transmissor da Dengue”, os estudantes do pré I e II e ensino fundamental (1º e 2º, 3º e 4º anos) tiveram o desafio de criar um desenho. Enquanto os alunos do ensino fundamental (5º ano) fizeram um slogan que representasse a importância da conscientização contra a doença. No total, foram 63 escolas públicas participantes, que somaram 595 trabalhos inscritos. Os ganhadores receberam prêmio em dinheiro como incentivo. As professoras também foram premiadas.

O tema foi escolhido pensando no momento atual que vivemos e a necessidade de alertar sobre os riscos causados pelo mosquito Aedes aegypti, que além de transmissor da dengue, também pode causar doenças como chikungunya e zika vírus.

Quatro dia antes, na terça-feira (14), alunos do 5º ano da Escola Municipal de Educação Infantil e ensino fundamental “Gilberto Santos”, em Votorantim, tiveram uma missão muito especial: produzir histórias em quadrinhos e um sarau literário de cuidados e prevenção à dengue. O resultado foi apresentado para todos os alunos da escola durante um dia de arte e cultura. O trabalho faz parte do projeto “Cruzeirinho na Escola” promovido pela Fundação Ubaldino do Amaral (FUA), com objetivo de incentivar a leitura entre os alunos do ensino fundamental de rede pública do município de Votorantim, parceiro da iniciativa.

Há, portanto, uma geração sendo formada e instruída em Sorocaba e Votorantim sobre o que é necessário fazer contra a dengue. Isso é de uma relevância imensurável que pode, sim, reverter o descaso atual que favorece o Aedes aegypti.

Dados do painel de monitoramento de arbovirose de 2024 mostram que o Brasil já tem 2.827 mortes por dengue e 2.712 óbitos em investigação. O coeficiente da doença, neste momento, é 2.511 casos para cada grupo de 100 mil pessoas. A letalidade em casos prováveis é 0,06 e em casos de dengue grave é 4,83.

A maioria dos casos prováveis permanece concentrada na faixa de pessoas com idade dos 20 aos 29 anos, seguida pelas faixas dos 30 aos 39 anos, dos 40 aos 49 anos e dos 50 aos 59 anos. Já a faixa etária menos atingida é a de crianças menores de 1 ano, seguida por pessoas com 80 anos ou mais e por crianças de 1 a 4 anos.

Minas Gerais ainda responde pelo maior número de casos prováveis de dengue (1.431.174). Em seguida, estão São Paulo (1.397.796), Paraná (535.433) e Santa Catarina (288.212). Já os estados com menor número de casos prováveis são Roraima (286), Sergipe (2.868), Rondônia (4.789) e Amapá (5.557).

Quando se considera o coeficiente de incidência da doença, o Distrito Federal aparece em primeiro lugar, com 9.037 casos para cada grupo de 100 mil habitantes. Em seguida estão Minas Gerais (6.968), Paraná (4.679) e Santa Catarina (3.787). Já as unidades federativas com menor coeficiente são Roraima (45), Ceará (126), Sergipe (129) e Maranhão (159). Há de se levar conhecimento às crianças às demais regiões do País.