Há 30 anos, em um dia como hoje — 1º de maio, Dia do Trabalhador — morria Ayrton Senna da Silva. Para uma geração de brasileiros, ele foi um ídolo. Durante o auge de sua atuação na Fórmula 1 — a categoria mais avançada do esporte a motor e regulamentada pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA) —, Ayrton representava uma das poucas esperanças de um povo carente de vitórias e grandes conquistas. Ele proporcionava a alegria das manhãs de domingo, a certeza da vitória. E, em cada conquista, fazia questão de demonstrar o seu orgulho de ser brasileiro, ostentando o verde e amarelo no capacete e carregando a Bandeira Nacional nas voltas das vitórias e nos pódios.

Foi assim durante onze temporadas, entre os anos de 1984 e 1994. Conquistou três mundiais, nos anos de 1988, 1990 e 1991 e dois vice-campeonatos (1989 e 1993). Cravou 41 vitórias, 65 poles positions, 80 pódios em 161 grandes prêmios disputados.

Ele era a grande referência nacional, que inspirava e motivava pessoas, especialmente os mais jovens. Ayrton Senna era a representação das conquistas, superações e de valores que são importantes para a sociedade. Ele foi, sem dúvida, o único ídolo para muitos brasileiros. Sua habilidade como piloto de Fórmula 1, sua determinação e sua generosidade o tornaram uma figura admirada não apenas no Brasil, mas em todo o mundo. Foi uma carreira brilhante até o dia do trágico acidente durante o Grande Prêmio de San Marino, em Ímola, na Itália, no dia 1º de maio de 1994. Ele estava pilotando pela equipe Williams-Renault quando seu carro saiu da pista e colidiu violentamente contra um muro de concreto. O impacto foi extremamente grave, causando ferimentos que tiraram a vida do piloto.

Ayrton Senna nasceu em São Paulo, no dia 21 de março de 1960. Sua cidade natal foi um ponto importante em sua vida e carreira. Mas, uma cidade em especial, localizada na Região Metropolitana de Sorocaba, tinha um lugar cativo no coração do ídolo: Tatuí.

Ayrton Senna possuía uma fazenda na cidade, onde o piloto passava grande parte de suas férias e desfrutava de momentos de lazer. Tatuí era o seu refúgio. Local de privacidade e descanso. Na propriedade, há um belo kartódromo, que foi projetado pelo próprio Ayrton Senna, no fim da década de 80. O dia da inauguração foi marcada por uma grande festa, que levou a Tatuí vários artistas, pilotos e jornalistas de todo o mundo. Uma das atrações foi a presença da banda sinfônica do renomado Conservatório da cidade.

Sua relação de intimidade com Tatuí era tamanha que, em 17 de fevereiro de 1990, Ayrton Senna recebeu, em uma concorrida solenidade realizada na Câmara Municipal da cidade, o título de “Cidadão Tatuiano”. O momento da homenagem foi registrado pelas lentes de Ademar Machado e faz parte do acervo do Legislativo de Tatuí.

Em seu discurso de agradecimento, Ayrton Senna disse: “Eu agradeço esta homenagem prestada pela Câmara Municipal de Tatuí e me sinto honrado em me tornar cidadão tatuiano. Neste instante, gostaria de ressaltar que, como decorrência da minha profissão, viajei o mundo inteiro. Visitei grandes países, pequenos países, grandes cidades e pequenas cidades. Porém, eu amo nosso Brasil e é aqui que eu me encontro em paz. E por todos os recantos do mundo em que passei, posso considerar Tatuí como uma pequena cidade. Mas, em momento como desta homenagem, faz com que o verdadeiro calor humano de Tatuí permaneça no meu coração. Aproveito esta oportunidade e gostaria de desejar a todos um ano de muita paz, muita saúde e felicidade”. Engana-se que Ayrton Senna ficava confinado em sua fazenda. Sempre que estava em Tatuí, era visto pelos moradores da cidade, que ainda têm gratidão pelo filho ilustre. Na cidade, há muitas homenagens ao piloto.

Ayrton Senna continua sendo uma fonte de inspiração para muitas pessoas, mesmo após três décadas de sua morte.