Editorial
Muralha Paulista na Região Metropolitana de Sorocaba
O Governo do Estado de São Paulo está investindo na interligação de sistemas de vigilância de prefeituras, associações de moradores e empresas como forma de aumentar a segurança pública e o combate a diversos tipos de crimes. Lançado em 2023, o Muralha Paulista é um aperfeiçoamento do sistema Detecta, apresentado pelo governo estadual em 2014.
Desde o ano passado, o Muralha Paulista tem firmado convênios para o fornecimento de imagens de câmeras de segurança para o governo estadual.
O sistema de segurança já demonstrou eficiência em cidades já interligadas, uma vez que está baseado na tecnologia de reconhecimento facial e de placas de veículos. O programa foi estabelecido para interligar as informações das câmeras de todo o território estadual às forças de segurança, facilitando a atuação no combate ao crime organizado, com monitoramento de rodovias e cidades, além da integração com o sistema Córtex, software de inteligência que reúne várias bases de dados do País com análise de informações a partir do CPF, num acordo celebrado em 2023.
O sistema permite consulta sobre pessoas desaparecidas, registros de óbito, veículos furtados ou roubados e pesquisa de procurados da Justiça na base nacional de mandados de prisão. Segundo o governo paulista, as experiências positivas devem ser compartilhadas e gerar novos projetos. O Muralha Paulista já opera na Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte, por exemplo, com sucesso.
Em breve, o programa deverá ser implantado na Região Metropolitana de Sorocaba (RMS). Neste momento, capitaneado pela Agência Metropolitana de Sorocaba (Agem) e a Secretaria da Segurança Pública (SSP) do Estado de São Paulo, está sendo realizado um levantamento entre as 27 cidades que compõem a RMS para identificar os municípios aptos a integrar o programa Muralha Paulista.
Representantes da Agem e o coordenador do Grupo de Tecnologia da Informação da SSP, tenente Marcelo Douglas de Souza, estão visitando as cidades para verificar os equipamentos disponíveis. Segundo Leodir Ribeiro, diretor-executivo da Agem, o levantamento já identificou que há algumas cidades da RMS com falta de câmeras e até de base para a Guarda Civil Municipal (GCM). Para resolver a situação, de acordo com ele, a Agem vai protocolar, junto à pasta estadual, pedido de implementação de sistemas de segurança nessas localidades.
Com a Muralha Paulista, a segurança pública na RMS terá um importante reforço a partir do controle da movimentação em todas as cidades. O monitoramento fica mais ágil e efetivo, pois as informações serão centralizadas e, ao mesmo tempo, compartilhadas.
Amanhã (15), o sistema integrado de segurança será um dos temas da reunião do Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Sorocaba (CDRMS), que reúne representantes da Agem, da SSP e das 27 cidades da RMS.
Melhorar a segurança dos paulistas é uma questão de honra para o governador Tarcísio de Freitas e seu secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite. E o uso da tecnologia tem sido um importante aliado no combate ao crime. O Muralha Paulista é mais uma ferramenta para a desarticulação da cadeia logística das quadrilhas que atuam no tráfico de drogas e de armas, por exemplo.
Em 2023, segundo dados do governo paulista, 19,3 mil infratores foram detidos pelas forças de segurança com auxílio da tecnologia. O monitoramento das rodovias estaduais também favoreceu as apreensões de drogas, que no ano passado ultrapassaram 250 toneladas, assim como o número de armas ilegais retiradas de circulação.
Desde o início da gestão, houve um aumento dos municípios conveniados para o monitoramento por meio do Muralha Paulista. É, portanto, uma iniciativa mais do que necessária à Região Metropolitana de Sorocaba.