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Editorial

São Paulo contra fogo em vegetação

06 de Abril de 2024 às 22:07
Cruzeiro do Sul [email protected]
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No Estado de São Paulo, a ocorrência de incêndios em vegetação é mais comum entre junho e outubro, sendo agosto e setembro os meses com o maior número de eventos. Apesar da ação humana ser um fator determinante nos incêndios, as mudanças climáticas têm uma influência importante na incidência desse tipo de propagação. O aumento do período de secas, das temperaturas altas e a redução das chuvas criam condições mais favoráveis a essa condição com maior intensidade.

Em razão disso, a Defesa Civil do Estado abriu, na terça-feira (2), a temporada de oficinas preparatórias para a Operação São Paulo Sem Fogo. A ação é feita em parceria com prefeituras e o Corpo de Bombeiros durante a fase amarela da operação, antecipando o planejamento estratégico para o próximo período de estiagem.

O treinamento deste ano, que chega à Região Metropolitana de Sorocaba nos próximos dias, oferece instruções teóricas e práticas sobre planos de contingência e previsão meteorológica; emissão de alertas e comunicação em desastres; incêndios florestais e danos à fauna; e saúde pública no período de estiagem.

Incêndios em vegetação podem ganhar proporções e prejuízos incalculáveis, se fugirem do controle. Desse modo, representam sérias ameaças à biodiversidade, sobretudo quando afetam ecossistemas que não são adaptados ao fogo, morte de animais silvestres, diminuição da fertilidade do solo, além de propiciarem redução da qualidade e quantidade de recursos hídricos, sem contar, é claro, a ameaça à saúde das pessoas — principalmente idosos e crianças —, além de colocar o patrimônio em risco. No território paulista, os incêndios em vegetação são frequentes nas áreas naturais protegidas pelo Estado, além de ocorrer também em propriedades particulares. Estudos apontam que a maior parte dos incêndios em vegetação são causados pelo homem.

Importante lembrar que toda essa preparação capitaneada pela Defesa Civil tem caráter preventivo. E custa dinheiro público. No entanto, nesse momento de treinamento, pode-se afirmar que se trata de um investimento que pode evitar gasto ainda maior, em caso da ocorrência de incêndio de grandes proporções em áreas de mata.

A Operação São Paulo Sem Fogo envolve diversos órgãos estaduais como as secretarias de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, por meio da Coordenadoria de Fiscalização e Biodiversidade, Segurança Pública e Defesa Civil. Além disso, conta também com ações do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar Ambiental, Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, Departamento de Estradas de Rodagem, Fundação Florestal e Secretaria de Agricultura e Abastecimento. A articulação entre essas instituições ocorre por meio de um Comitê Executivo, que tem como objetivo delinear ações para o cumprimento dos princípios e diretrizes da política estadual relacionada aos incêndios florestais.

Para evitar incêndios em vegetação, é necessária a mobilização de muitos profissionais e equipamentos.

Em 2023, a Operação São Paulo Sem Fogo conseguiu reduzir os casos em 86% na fase crítica do problema. Naquele ano, a área total atingida por incêndios em vegetação foi de 1.030 hectares, contra 7.181 hectares no comparativo com igual intervalo de 2022.

Aqui, vale um aviso: a prática de “simples” queimadas de lixo, de resto de poda ou roçagem e em terrenos ou espaços com muito mato, é crime ambiental, passível de multa e até prisão.

Em Sorocaba, nos cinco primeiros meses de 2023, o Corpo de Bombeiros registrou 161 ocorrências de incêndio em vegetação na cidade. A torcida é para esse número diminuir bastante neste ano. Para isso, é muito importante que a população se sensibilize com a causa e colabore, não propagando fogo e denunciando ocorrências. A fiscalização é feita pela Patrulha Ambiental da Guarda Civil Municipal (GCM). Ao presenciar uma queimada, o cidadão deve ligar para o telefone 193 (Corpo de Bombeiros). Já, as denúncias à Patrulha Ambiental podem ser feitas pelo telefone 153 (GCM).