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Editorial

Mais educação para o trânsito

26 de Março de 2024 às 22:32
Cruzeiro do Sul [email protected]
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Todos os dias alguém se depara com um motorista descuidado, inexperiente, talvez, imprudente e negligente. Daí, vem a velha máxima: “Deve ter comprado a habilitação”.

Na verdade, a formação do condutor no Brasil não é um modelo para o mundo, e é deformada, como muitos especialistas afirmam.

O fato de o motorista não dar seta indicativa de direção, o famoso pisca-pisca, já mostra a falta de compreensão de como funcionam os equipamentos do próprio veículo e para que servem.

Essa deformação reverbera, naturalmente, nas placas de sinalização e nas pinturas de solo, como em pontos onde há faixas zebradas.

Você sabia que transitar sobre uma faixa zebrada é uma infração gravíssima, com perda de 7 pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH), além de multa no valor de R$ 880,41, prevista no artigo 193 no Código de Trânsito Brasileiro (CTB)?

Essa pintura também é chamada de marca de canalização e há, ainda, no CTB, a previsão de mais duas infrações: estacionar na faixa zebrada é infração grave, com 5 pontos na CNH, além de multa de R$ 195,23, prevista no artigo 181 do CTB; e parar por cima de uma faixa zebrada é uma infração leve, com 3 pontos na CNH, além de multa de R$ 88,38, prevista no artigo 182 do CTB.

Infrações como as citadas são comuns em Sorocaba, e o motorista as comete sem, sequer, saber o que de fato está infringindo, até receber a notificação da multa em casa.

Na edição de ontem, o jornal Cruzeiro do Sul trouxe uma reportagem uma repórter Virgínia Kleinhappel Valio sob o título “Motoristas insistem em parar em vagas proibidas na área central”. A infração é tão comum quanto parar sobre a faixa de pedestres ou avançar o farol vermelho.

De acordo com a Secretaria de Mobilidade (Semob) de Sorocaba, as irregularidades mais apontadas pelos cidadãos são veículos estacionados em local proibido, em porta de garagem ou em vagas regulamentadas (para o transporte escolar, carga e descarga, vaga rápida, ponto de táxi e vaga para ambulância).

Aqui, é aquela famosa expressão: “Mas é rapidinho!”. Vagas rápidas são previstas no CTB e duram, no máximo 15 minutos, e, ainda, com o pisca-alerta ligado. Mais uma regra infringida pelos motoristas.

A reportagem publicada por este jornal, com imagens feitas pelo repórter-fotográfico Fábio Rogério, mostra uma série de flagrantes de motoristas e motociclistas desrespeitando o Código de Trânsito Brasileiro, seja estacionando em local proibido, sobre a faixa zebrada para descarga de mercadorias ou estacionando em vagas exclusivas para deficientes e idosos.

A impressão que se tem é de que muitos motoristas precisam voltar ao Centro de Formação de Condutores para reforçar os conhecimentos legais e aprender a respeitar a sinalização.

A fim de orientar e ensinar os condutores do dia a dia, a Prefeitura de Sorocaba lançou, nesta semana, uma ação educativa inédita e que chamou a atenção na cidade.

Na segunda-feira, os arte-educadores da Secretaria de Mobilidade fizeram a ação no cruzamento das avenidas Washington Luiz e Antônio Carlos Comitre, onde cerca de mil pessoas visualizaram a ação denominada “Pare, vai com calma!”.

Hoje, a mesma iniciativa está prevista para ocorrer, a partir das 8h30, na avenida Dr. Afonso Vergueiro, próximo à praça da Bandeira.

De acordo com os técnicos da secretaria, o objetivo da ação é mostrar aos condutores que toda sinalização é importante, como, por exemplo, nos cruzamentos onde há a placa de parada obrigatória.

O hábito que muitos motoristas têm de apenas reduzir a velocidade, ao passar pelo cruzamento onde há esse tipo de sinalização, é incorreto e imprudente. A parada deve ser feita, para, depois, então, engrenar a primeira marcha e sair novamente. Mas, quem é que faz isso?

A Semob informa que recebe, em média, 240 solicitações de fiscalização por mês quanto a possíveis infrações de trânsito e que, aproximadamente, 45% das solicitações recebidas resultam em multas.

Essas campanhas são imprescindíveis e precisam ser feitas com mais frequência, a fim de reeducar o condutor no dia a dia; porém, por outro lado, é indiscutível que a formação de novos condutores precisa ser revista pelos nossos legisladores urgentemente, mas não para cobrar mais dinheiro do cidadão, pelo contrário, cobrar melhor educação para o trânsito.