Editorial
Números em queda
Implementado em fevereiro do ano passado no Estado de São Paulo, o programa Sistema de Informação e Prevenção aos Crimes Contra a Vida, que analisa os índices criminais, a fim de elaborar estratégias e planos de ações para a atuação das polícias na redução de mortes, já começa a mostrar seus efeitos.
Da mesma forma, a atuação das polícias Civil e Militar e da Guarda Civil Municipal, em Sorocaba, começa a colher os frutos das ações de repressão ao tráfico de entorpecentes.
Em entrevista ao jornal Cruzeiro do Sul, o delegado seccional de Sorocaba, José Humberto Urban Filho, destacou que a redução dos crimes de homicídio, assim como os delitos de outras naturezas, está relacionado ao tráfico de drogas.
Segundo ele, com o combate ao tráfico, ocorre também a queda dos casos de homicídio e, conforme divulgado pela Secretaria de Estado da Segurança Pública, o Estado registrou, em janeiro, o menor número de homicídios dolosos em 24 anos.
Urban enfatiza que o trabalho preventivo, ostensivo e de inteligência das instituições de segurança refletiram de maneira positiva na queda dos índices de homicídios.
Outro fator que auxilia na prevenção dos casos de homicídio, segundo o delegado, é a possibilidade de deter os presos em saída temporária ao descumprirem as regras.
O Congresso aprovou, na semana passada, projeto de Lei, que proíbe as saídas temporárias, mas ele ainda falta ser sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A expectativa da polícia é manter, principalmente, os números de crimes contra a vida em queda; aliás, é também o que espera a população por parte dos órgãos de segurança pública.
As polícias têm feito, dentro de suas responsabilidades, operações de combate e repressão à criminalidade; ações que ocorrem todas as semanas e, às vezes, até mais de uma vez por dia.
A demanda é grande frente ao número de ocorrências de crimes que pressionam a segurança pública dos Estados.
O programa Sistema de Informação e Prevenção aos Crimes Contra a Vida também orienta a base de dados e a atuação policial, auxiliando na compreensão da dinâmica criminal dos delitos, tornando-se uma ferramenta fundamental no planejamento de políticas e ações para a prevenção e repressão dos crimes.
O governo de São Paulo garante, ainda, que o trabalho de inteligência policial, com a ampliação das investigações, identificação e prisão de criminosos, oferece uma resposta à sociedade sobre a atuação de combate aos crimes.
Em dezembro passado, o governador Tarcísio de Freitas divulgou que o Estado investiu cerca de R$ 640 milhões ao longo de 2023 na compra de equipamentos para reforçar as polícias do Estado e torná-las mais preparadas para o combate à criminalidade.
Conforme dados da transparência pública, o número de apreensões de drogas saltou 17% e o de armas, 11% no ano passado.
As prisões de infratores também tiveram um ganho de 5,4%, bem como o número de veículos recuperados subiu 9%.
Houve o registro, ainda, da apreensão de 9.328 armas ilegais; 157.153 infratores presos ou apreendidos; 37.635 veículos recuperados e 240 toneladas de drogas apreendidas.
Os resultados são fruto de diversas operações policiais realizadas no ano, como a Impacto, Escudo e Resgate.
A modernização das polícias, com investimentos em recursos humanos — incluindo a melhoria dos salários dos policiais —, e, em especial, o uso de tecnologia nas ações de combate ao crime vão determinar os rumos da segurança pública no Estado de São Paulo, inclusive com o desejo manifestado pelo delegado seccional de Polícia, José Humberto Urban Filho, de continuar mantendo os números da criminalidade em queda.