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Editorial

Para não se dar mal no Carnaval

A Febraban sugere precauções como evitar senhas fáceis e parecidas e utilizar os mecanismos de proteção oferecidos pelos smartphones

03 de Fevereiro de 2024 às 22:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
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Estamos a menos de uma semana do início oficial do Carnaval. Em muitas cidades, a festa já começou, com apresentações de grupos e bailes lotados de gente animada e de fantasias. Em 2024, o evento como um todo deve movimentar cerca de R$ 9 bilhões. Se esse número se confirmar, haverá um incremento de mais de 10% no faturamento das empresas envolvidas na festa na comparação com 2023.

A estimativa foi divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) que aposta numa recuperação do setor que sofreu bastante durante a pandemia da Covid-19. Em 2020, quando o vírus já se espalhava pelo mundo, as cidades brasileiras decidiram manter os festejos, que só foram suspensos completamente em 2021.

Segundo o presidente da CNC, Roberto Tadros, os dados prévios de faturamento do setor de turismo, tanto nacionais quanto regionais, indicam avanço constante na atividade nos últimos anos. As projeções indicam que São Paulo deve ser o campeão de faturamento das atividades turísticas no mês do Carnaval. Já Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul devem registrar o maior crescimento na comparação com 2022.

Mesmo com todo esse otimismo, alguns fatores podem atrapalhar o desempenho das festas momísticas. Na Bahia, por exemplo, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) decidiu escolher um vilão para as festas: as pistolas d’água. Ele sancionou uma lei que proíbe o uso do brinquedo nas ruas do Estado. Rodrigues justificou a medida como uma forma de garantir maior segurança para mulheres nos eventos. O governador e outros tantos políticos que gostam de um holofote deviam se preocupar muito mais com a violência de fato do que com as brincadeiras pueris.

O Estado da Bahia encerrou o ano de 2023 no topo do ranking de três importantes indicadores de violência no País. O Estado lidera os índices de homicídio doloso, morte por ação policial e lesão corporal seguida de morte. Mais de 6 mil pessoas foram assassinadas no ano passado e as facções criminosas dominam o cenário, deixando o poder público de joelhos.

A Bahia é, também, de acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a quinta unidade da Federação com mais registros de estupros e a quarta em feminicídios. Mas o governador petista acha que o problema de violência contra a mulher no Carnaval está no uso de pistolas d’água. Enquanto isso o tráfico de drogas corre solto, o consumo indiscriminado de bebidas alcoólicas por menores é uma rotina e o assaltos e furtos tomam conta dos blocos carnavalescos. Este ano, os agentes de segurança do Estado estarão ocupados recolhendo os brinquedos, enquanto os verdadeiros bandidos ficam livres e faturando alto. Tudo é uma questão de prioridade e bom senso, predicados que parecem faltar ao governador baiano.

É óbvio que o problema da violência no Carnaval não é exclusivo da Bahia. Ele está espalhado por todo o País, principalmente depois que o atual Governo Federal decidiu adotar uma política simpática aos pequenos delitos. Diante desse cenário é preciso estar sempre atento para não se dar mal nos dias de festa.

Para evitar que as comemorações acabem em surpresas financeiras desagradáveis várias entidades, entre elas a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e a Associação Brasileira das Empresas de Cartão de Crédito e Serviços (Abecs), decidiram apresentar uma série de orientações que podem ajudar a evitar os golpes.

O manual sugere que o folião, entre as opções de pagamento digital, prefira utilizar os cartões. Mas é importante não perde-los de vista em nenhum momento, para não dar oportunidade aos golpistas. E imprescindível também conferir o valor da negociação antes de aproximar o cartão ou digitar a senha na máquina.

Além dos golpes aplicados nos cartões de crédito, roubos e furtos de celular podem representar prejuízos materiais e financeiros com invasões a aplicativos bancários. Para evitar esse problema, a Febraban sugere precauções como evitar senhas fáceis e parecidas e utilizar os mecanismos de proteção oferecidos pelos smartphones.

Se você seguir essas recomendações a chance de se dar mal no Carnaval diminui bastante. Agora se você for passar o Carnaval na Bahia, deixe sua pistola d’água em casa.