Editorial
Tecnologia contra o crime
O poder público vai poder monitorar, 24 horas por dia, a movimentação em ruas e bairros da cidade
Sorocaba tem sofrido, quase que diariamente, com o ataque de criminosos a residências, estabelecimentos comerciais e até galpões industriais.
São furtos e roubos das mais variadas naturezas, desde aqueles praticados por drogados em busca de dinheiro rápido para alimentar o vício, até outros mais elaborados, planejados por facções organizadas ligadas ao tráfico que querem reforçar o caixa e o poder do grupo.
É fácil encontrar, na imprensa e nas redes sociais, os mais diversos vídeos mostrando situações absurdas protagonizadas pelos criminosos.
Quem não se indignou ao assistir à ação de bandidos furtando uma piscina numa loja no Jardim São Guilherme, na zona norte da cidade?
O crime ocorrido no dia 20 de novembro teve solução rápida, e a piscina foi localizada e devolvida aos donos na segunda-feira, dia 27. Uma pessoa acabou presa, acusada de receptação.
Outro tipo de crime que chama a atenção é o furto de metais, de cabos e de fios elétricos.
Casas são saqueadas quase que diariamente em todas as regiões da cidade, para que viciados em droga possam vender o material e receber algum dinheiro.
A prefeitura, em parceria com a polícia, tem fechado o cerco aos ferros-velhos, principal destino desse material.
Mesmo com várias operações e prisões, o número de casos só aumenta.
A situação chama tanta a atenção que a Câmara Municipal decidiu discutir leis, multas e punições mais severas para esse tipo de ato.
Por mais que a polícia investigue e consiga tirar das ruas boa parte dos autores desses crimes é impossível evitar todas as ações e impedir os roubos e furtos.
São milhões de alvos espalhados pela cidade e não há efetivo, no mundo, capaz de vigiar e antecipar todas as ações dos bandidos.
A boa notícia é que a prefeitura inaugurou, na terça-feira, 28, uma central de monitoramento com capacidade de integrar milhares de câmeras instaladas em próprios municipais, ruas, residências, comércios e no transporte coletivo.
Esse aumento na vigilância vai ajudar a polícia no combate aos crimes. Qualquer atitude suspeita poderá ser identificada e informada imediatamente.
O Centro de Controle Operacional Integrado (CCOI) já está apto a monitorar cerca de 2,5 mil câmeras.
Até o início de 2024, a meta é ampliar esse número para 50 mil.
O posto de vigilância vai reunir as imagens dos equipamentos de acompanhamento do trânsito, de segurança pública e de transporte coletivo, bem como de casas e empresas.
O investimento foi de aproximadamente R$ 1 milhão, com verba proveniente de parcerias público-privadas.
Nessa central, o poder público vai poder monitorar, 24 horas por dia, a movimentação em ruas e bairros da cidade.
São 120 profissionais, entre guardas civis e agentes de trânsito da Urbes e da Semob, designados para essa função que promete melhorar a segurança da cidade e garantir, também, um trânsito de melhor qualidade.
Todas as imagens gravadas pelo sistema serão compartilhadas com as Polícias Civil e Militar.
Segundo o secretário de Mobilidade, Carlos Eduardo Paschoini, “os olhares dos guardas civis e dos policiais são diferenciados para a segurança pública, pois toda vez que o agente dá um zoom naquela localidade ou momento específico, consegue identificar se vai acontecer um crime ou não e consegue agir imediatamente”.
Esse reforço na segurança do município vem em boa hora. A união de esforços entre a prefeitura, o governo do Estado e as forças policiais tem tudo para produzir bons resultados para a população.
Com mais vigilância e mais informação, o trabalho de inteligência pode ser melhor realizado.
Que o uso de mais essa tecnologia permita que a comunidade melhore sua percepção sobre a segurança pública e que o número de crimes diminua. É com isso que todos sonhamos.