Buscar no Cruzeiro

Buscar

Editorial

Os números confirmam o que os olhos veem

A construção civil gerou, em 2022, 194.444 novos postos de trabalho com carteira assinada

18 de Abril de 2023 às 23:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
Construção Civil também apresentou saldo positivo de vagas.
É esse cenário que fez com que a cidade tivesse destaque no ranking dos municípios que mais comercializaram imóveis residenciais (Crédito: FÁBIO ROGÉRIO (17/3/2021))

Quem mora em Sorocaba sabe o quanto a cidade progrediu nas últimas décadas. Áreas que eram praticamente desabitadas, verdadeiros descampados, se tornaram uma floresta de torres de concreto. São obras e mais obras despontando em todas as regiões da cidade. As incorporadoras e construtoras parecem ter entrado em disputa para ver quem é a responsável pela obra mais ousada, pelo prédio mais alto, desbravando bairros ainda pouco explorados por esse mercado, mas que possuem uma boa demanda popular.

É esse cenário que fez com que a cidade tivesse destaque no ranking dos municípios que mais comercializaram imóveis residenciais no Estado de São Paulo. No ano passado, Sorocaba ficou em primeiro lugar em vendas numa pesquisa feita nos 31 dos principais municípios do interior. Os dados estão no Anuário do Mercado Imobiliário, divulgado pelo Secovi-SP (o sindicato do setor), no início deste mês. Em 2022, foram negociadas na cidade 4.715 unidades. O número coloca Sorocaba à frente de São José do Rio Preto (4.338), Guarulhos (4.014), Osasco (3.707), Campinas (3.351) e Santo André (3.330).

Sorocaba também marcou posição no levantamento em relação aos lançamentos, ocupando o segundo lugar, com 5.340 unidades lançadas, ficando atrás de Osasco, que teve 5.667 unidades lançadas em 2022. Esses dados foram apresentados em reportagem divulgada na edição de 18 de abril do jornal Cruzeiro do Sul.

Os números explicam o que os nossos olhos veem quando circulamos pela cidade. Canteiros de obras espalhados, uma movimentação constante de caminhões carregados de material e uma expansão no setor de serviços e de comercialização de produtos para a construção civil. A geração de empregos direta e indireta ajuda a entender todo esse quadro. Quem já não enfrentou dificuldade em contratar um pintor ou um pedreiro para uma obra pequena diante do aquecimento desse mercado?

Para se ter uma ideia, a construção civil gerou, em 2022, 194.444 novos postos de trabalho com carteira assinada. O número de trabalhadores formais no setor cresceu cerca de 9%, passando de 2,3 milhões no final de 2021 para 2,5 milhões no final do último ano. Os dados são do novo Caged e foram divulgados pelo Ministério do Trabalho.

Dos novos empregos gerados pela construção em 2022, tiveram destaque a construção de edifícios, com 84.878 novas vagas, e os serviços especializados para a construção, com 80.486 novos empregos. Já as obras de infraestrutura criaram menos, perto de 29 mil novos empregos.

Considerando as séries históricas do Caged e do Novo Caged, o número de novas vagas geradas pela construção, em 2022, corresponde ao segundo melhor resultado do período 2012-2022, ficando atrás somente de 2021, quando o número de vagas novas chegou a 245.044.

Vale ressaltar que a construção civil mostrou sua força mesmo durante a pandemia da Covid-19. O setor criou, rapidamente, uma série de protocolos de segurança e de saúde que evitaram que seus trabalhadores precisassem aderir aos confinamentos determinados por alguns governantes estaduais e municipais. A construção civil aproveitou o momento adverso para crescer. De acordo com o último estudo da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), o PIB da construção deve fechar o ano de 2022 com um crescimento de 7%, mais que o dobro do PIB nacional.

Se nenhuma pedra for posta no meio do caminho da construção civil, os resultados de 2023 também devem ser promissores. Em janeiro, por exemplo, foram gerados 38.965 novos empregos com carteira assinada em todo o País. Sorocaba é prova viva dessa pujança da construção civil nos últimos anos. Os canteiros de obras e investimentos têm se multiplicado e gerado emprego e renda. O importante, neste momento, é saber equalizar todo esse crescimento com a qualidade de vida que a população merece.