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Editorial

Em busca do equilíbrio perdido

O que se tem certeza, neste momento, é que a população merece se sentir segura

19 de Janeiro de 2023 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
Número de furtos passou de 4.895 para 6.873 na comparação 2020/2021
Número de furtos passou de 4.895 para 6.873 na comparação 2020/2021 (Crédito: REPRODUÇÃO (23/12/2021))

Sorocaba tem assistido, nas últimas semanas, a uma série de furtos e roubos a estabelecimentos comerciais. Os bandidos têm usado de violência para arrombar a porta e tentar subtrair bens de valor. A ação muitas vezes é rápida e quase nunca dá tempo do policiamento agir para evitar o crime. O que fica, para o comerciante, é o prejuízo e a desolação.

Na madrugada do último sábado (14), por exemplo, quatro homens usaram um carro para arrombar a porta de um mercado, num bairro da zona oeste de Sorocaba. Depois de invadir o local, os criminosos furtaram mais de sessenta peças de carne. Toda a ação foi filmada pelas câmeras de segurança, o que pode ajudar na hora da identificação dos bandidos.

As lojas que vendem motocicletas também tem sido alvo constante de ataques. Vários casos foram registrados na cidade só nesses primeiros dias de janeiro. No dia 3, uma agência que fica no Jardim Ana Maria foi alvo de uma tentativa de furto.

No dia 5, uma outra unidade da mesma empresa, foi atacada no Jardim São Paulo. Seis motocicletas foram furtadas. A PM conseguiu recuperar uma delas. De acordo com a polícia, as portas do local estavam quebradas e com sinais de arrombamento.

Um outro crime similar ocorreu no Centro de Sorocaba, dessa vez no dia 6. Um grupo de criminosos invadiu a loja de motocicletas durante a madrugada. A ação foi presenciada por um vigilante que rapidamente avisou a polícia. Três pessoas foram presas. As câmeras de segurança do local também registraram a ação dos envolvidos.

Nas imagens é possível ver o momento em que mais de dez pessoas usando capuz entram na loja, após a porta de vidro ser danificada. O local foi todo revirado, mas os homens não conseguiram levar nada.

Outra câmera instalada do lado de fora do comércio, registrou o grupo em fuga. De acordo com a Polícia Militar, uma equipe estava em patrulhamento próximo ao local do crime quando recebeu a informação da tentativa de furto.

Assim foi possível organizar uma ação rápida que garantiu a prisão de três dos envolvidos. Eles admitiram ter participado do golpe. Dias mais tarde, foram liberados pela Justiça par responder o processo e liberdade.
Nesta semana, um outro caso de tentativa de furto foi registrado na avenida Armando Pannunzio. O alvo, mais uma vez, foi uma loja de motos. Dois menores de idade foram apreendidos pela polícia.

O que incomoda, em todos esses casos, é a sensação de impunidade. A sociedade se torna refém de grupos que oferecem cada vez mais direitos para os bandidos e privações para os trabalhadores honestos e que pagam regularmente seus impostos. Segundo essas correntes, a desigualdade social é motivo justo para que crimes sejam cometidos e que a punição deve ser substituída por medidas sociais.

Discordando dessa teoria, o jurista Alexander Araújo de Souza defende um arcabouço legal que dificulte a prática delituosa. ‘Punir os que transgridem as normas mais importantes de convívio social e atacam os bens mais valiosos das pessoas deveria ser visto como um ato civilizatório. Mas, ao contrário, temos leis penais frouxas, que estabelecem penas brandas em relação à gravidade dos delitos, além de uma legislação processual penal inapropriada, o que não permite, de maneira efetiva, individualizar os criminosos e aplicar-lhes a devida punição‘, explica o doutor em direito.

O rumo dessa discussão ninguém sabe ao certo onde vai dar. O que se tem certeza, neste momento, é que a população merece se sentir segura. O cidadão tem que ter o direito de sair de casa com a segurança que vai voltar bem no final do dia.

O empresário tem que ter a garantia que seu investimento, que gera emprego e impostos, será protegido dos ataques criminosos. O policial tem que ter a clareza que seu esforço não é em vão. E o bandido precisa saber que se praticar um crime vai ter que prestar contas à sociedade. Só assim as coisas vão voltar a entrar nos eixos.