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Editorial

O agronegócio em busca de um novo recorde

Esses números ficam mais importantes ainda diante das perspectivas mundiais para 2023

13 de Janeiro de 2023 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
Agronegócio
Agronegócio (Crédito: Divulgação/ Site Governo Federal)

O agronegócio brasileiro é um dos setores mais importantes dentro da economia do País. Produz riquezas, gera empregos não só dentro da porteira, mas fora também, e é reconhecido, no mundo todo, por sua eficiência na hora de produzir, de processar e de exportar. O agronegócio brasileiro garante comida de boa qualidade para cerca de um bilhão de pessoas no mundo todo. Mesmo assim aqui, no Brasil, ainda tem muita gente desdenhando e criticando esse setor.

Ninguém aqui vai afirmar que não há nada de errado com os produtores rurais. Em todos os segmentos são encontrados bons e maus profissionais. Esse não seria uma exceção. O que não se pode fazer é generalizar. A fiscalização existe exatamente para isso. Atestar os procedimentos corretos e punir o que age fora das regras. Todo o reto é discurso político para quem quer fazer bonito para a sua turma.

A força do agronegócio é tanta que com certeza, quando os resultados da safra forem consolidados, vai ter muita gente batendo no peito e se dizendo responsável por esse sucesso do setor. Esse momento não deve demorar muito.

Segundo os últimos levantamentos da safra, o Brasil deve colher 296,2 milhões de toneladas de cereais, leguminosas e oleaginosas neste ano, um volume recorde. Os dados contam do terceiro prognóstico para a safra 2023, divulgado ontem (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A previsão que se tem, até agora, é de um aumento de 12,6% no volume da colheita. Isso equivale a 33,1 milhões de toneladas, em relação à safra estimada de 2022, que foi de 263,2 milhões de toneladas.

Esses números ficam mais importantes ainda diante das perspectivas mundiais para 2023. A estimativa é que o consumo de grãos se eleve de 2,272 bilhões de toneladas para 2,275 bilhões de toneladas. E os estoques devem cair de 580 milhões de toneladas para 577 milhões de toneladas. De acordo com o Conselho Internacional de Grãos (IGC, na sigla em inglês) este é o menor nível de estoques dos últimos oito anos e leva em consideração estoques iniciais menores e expectativa de maior demanda por alimentos. Nesse cenário, cresce a importância da safra brasileira.

A projeção divulgada ontem é 0,8% superior a feita pelo segundo prognóstico de dezembro da safra, ou 2,2 milhões de toneladas a mais. Em relação a 2022, são esperados aumentos nas produções de soja (24,1% ou 28,8 milhões de toneladas), na primeira safra do milho (16,2% ou 4,1 milhões de toneladas), na segunda safra do milho (2,5% ou 2,1 milhões de toneladas), no algodão herbáceo em caroço (1,3% ou 53 mil toneladas), no sorgo (5,3% ou 150 mil toneladas) e na primeira safra do feijão (3,7% ou 40 mil toneladas).

De acordo com o responsável pela pesquisa, Carlos Barradas, ‘a soja é o principal destaque positivo porque vai puxar a alta em 2023, recuperando-se as perdas de 2022 quando caiu 11,4%. O milho também é destaque porque crescerá 5,7% em cima de uma safra recorde de 110,2 milhões de toneladas em 2022‘.

Nem todos os produtos da agricultura brasileira vão ter aumento de colheita. São esperadas quedas nas produções de arroz (3,4% ou 360 mil toneladas), da segunda safra de feijão (9,9% ou 132 mil toneladas), da terceira safra de feijão (1% ou 6 mil toneladas) e no trigo (16,2% ou 1,6 milhão de toneladas). Números esses que ainda podem ser revistos no próximo prognóstico.

O brasileiro deve sim ter orgulho de sua agricultura e de todo o trabalho realizado no campo. São cidadãos que acordam cedo, faça chuva ou faça sol, para garantir o sustento de milhões de pessoas aqui e lá fora. Sem a produção brasileira de grãos e de carnes vários países do mundo estariam hoje em sérias dificuldades para alimentar suas populações. Isso vale para quem vive no Oriente Médio, para os chineses, para os africanos e para a maior parte do continente americano.

Nossos produtores rurais precisam de apoio e de valorização. Ameaças constantes, vindas de algumas personalidades que vivem num mundo irreal e utópico, não ajudam, em nada, a desenvolver o setor. Que as correções sejam feitas no tempo e na maneira certas, sem prejudicar aqueles que há tantas gerações trabalham para garantir comida na mesa de todos.