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Editorial

A busca eterna pelo equilíbrio

A vantagem que temos por aqui é o crescimento planejado e ordenado

18 de Dezembro de 2022 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
Foto aérea de Sorocaba
Foto aérea de Sorocaba (Crédito: ZAQUEU PROENÇA / SECOM SOROCABA)

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, na sexta-feira (16), o Produto Interno Bruto dos Municípios em 2020. Sorocaba figurou na 24ª posição, considerando o ranking nacional, com um valor arrecadado de R$ 36,724 bilhões e um PIB per capita de R$ 53.427,50. Considerando o valor por habitante, Sorocaba está muito próxima de outras cidades importantes do Estado como Campinas e São José dos Campos. Com esse resultado, Sorocaba manteve a posição no ranking nacional, mas registrou queda tanto no PIB como no PIB per capita.

Em 2019, a cidade produziu R$ 37,289 bilhões, o que resultou num PIB per capita de R$ 54.878,75.

Esses números refletem um ano ruim em 2020 para todo o globo, com a economia bastante afetada pelas restrições impostas pela Covid-19. A pandemia, ainda no seu primeiro ano, provocou efeitos diferentes nos municípios brasileiros, que variaram conforme a importância das atividades de serviços de cada um, principalmente as presenciais. Diante das medidas restritivas de isolamento e a precaução de contágio por parte das famílias, os serviços reuniram as atividades que tiveram as maiores quedas de participação na economia do País entre 2019 e 2020.

Segundo os resultados apresentados pela pesquisa, em 2020 nove cidades responderam por quase 25% do PIB nacional e 15,3% da população brasileira. Neste grupo estão São Paulo, com 9,8%; Rio de Janeiro, 4,4%; Brasília, 3,5%; Belo Horizonte, 1,3%; Manaus, 1,2%; Curitiba, 1,2%; Osasco (SP), 1%; Porto Alegre (RS), 1% e Guarulhos (SP), 0,9%.

Além disso, os 82 maiores PIBs municipais representavam, aproximadamente, metade do total da economia nacional e 35,8% da população do País. Em 2002, início da série publicada, apenas quatro municípios somavam cerca de um quarto das atividades econômicas do País.

Em 2019, aproximadamente 25% da produção econômica do Brasil estavam somente em São Paulo e no Rio de Janeiro. Já em 2020, as duas somaram 23,7% do PIB nacional, com São Paulo respondendo por 16,2%, o que significa queda de 0,7 ponto percentual (pp), e o Rio de Janeiro por 7,4%, representando recuo de meio ponto percentual. Essa queda na importância das capitais Rio e São Paulo mostra uma tendência de desconcentração dos recursos dos grandes centros urbanos para as cidades de médio e pequeno porte.

O IBGE ressaltou que as 10 maiores concentrações urbanas brasileiras tiveram redução em suas participações relativas na economia nacional. Em 2020, essas concentrações somaram 40,5% do PIB, uma redução de 2,3 pontos percentuais ante o peso de 2019.

Marcelo Araújo, geógrafo do IBGE, explica que a perda de grandes centros urbanos ao longo da série histórica não significa que eles estão ficando mais pobres. “O PIB nacional está subindo e essas cidades maiores estão tendo um crescimento menor do que o crescimento nacional, por isso ocorre uma tendência de convergência e de redução de desigualdade espacial do PIB”, observou.

Ao se considerar os municípios, o índice de Gini do PIB - -instrumento que mede o grau de concentração de renda em determinado grupo -- ficou em 0,84 em 2020, e manteve-se praticamente inalterado ao longo da série analisada. Em 2020, apenas os Estados do Amazonas e de São Paulo apresentaram índice de Gini superior ao nacional, com números de 0,87 e 0,86, respectivamente.

Os 10 municípios com o maior PIB per capita (por cabeça) somavam 1,6% do PIB nacional em 2020, e 0,2% da população brasileira. A cidade com maior valor foi Canaã dos Carajás, no Pará, com R$ 591.101,11. Lá, a extração de minério de ferro era a principal atividade e como a população é pequena, a divisão receita por habitante resulta num número fantástico. O problema é que isso não garante qualidade de vida para a população.

Sorocaba está no caminho certo, numa excelente colocação no ranking nacional e, quando forem fechados os números de 2021 e de 2022, devemos ficar numa posição ainda melhor. A vantagem que temos por aqui é o crescimento planejado e ordenado. Isso possibilita que a cidade enriqueça e seus habitantes tirem proveito dessa renda extra. Não adianta nada viver num município rico, com população miserável.