Com a inflação de volta os eixos, depois de uma ação firme do Banco Central, fica mais fácil para todo mundo planejar o orçamento. Isso vale tanto para as contas de casa, como também para as contas públicas.

Um exemplo disso está na decisão do prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga, de anunciar, na sexta-feira (9), o compromisso de manter congeladas as tarifas de transporte público durante o ano de 2023. Como mostrou reportagem do jornal Cruzeiro do Sul do sábado (10), esse tipo de medida só é possível quando o administrador público tem a percepção que os desempenhos econômicos do País, do Estado e o município vão garantir a efetividade do ato.

O governador eleito, Tarcísio de Freitas, e o prefeito da capital, Ricardo Nunes, também fazem as contas para ver se é possível adotar a mesma medida também para a Região Metropolitana de São Paulo. O que seria um alívio para milhões de trabalhadores que também precisam usar, diariamente, os ônibus, trens e metrô.

Sorocaba saiu na frente e ainda teve capacidade financeira para ampliar os benefícios para quem usa o sistema de transporte público. Todas as pessoas com Transtorno de Espectro Autista (TEA), indistintamente, assim como o seu respectivo acompanhante, terão acesso gratuito ao utilizar o transporte coletivo.

As mudanças foram anunciadas pela prefeitura após consulta aos técnicos da Urbes. “Vamos continuar melhorando a qualidade do transporte público e mantendo a tarifa atual, sem onerar a população. A medida será possível, devido à arrecadação positiva do Município e todas as melhorias realizadas no transporte público, além de uma gestão eficiente e com controle das finanças”, esclareceu o prefeito Rodrigo Manga.

Com essa decisão, os valores atuais serão mantidos, tanto para o passe social (R$ 4,40), quanto para o Vale Transporte (R$ 5,90) e o Passe Estudante (R$ 2,70). A prefeitura optou por não repassar à população o reajuste previsto de 10%, referente a 2021 mais o percentual de 2022, cujo acumulado, de janeiro a novembro, atingiu a marca de 5,9%.

O que se nota no cenário econômico nacional é uma convergência dos índices inflacionários para dentro da meta estabelecida pelo Banco Central. Diversas instituições financeiras consultadas ao longo da semana passada mantiveram a estimativa de que a inflação anual será da ordem de 5,08% em 2023. Já as projeções para 2024 foram mantidas em 3,5%, e para 2025, em 3,02%.

Os analistas de mercado acreditam que com esses resultados vai ser possível um certo alívio na taxa básica de juros (Selic), atualmente em 13,75%. A expectativa, para 2023, é que a Selic caia, aos poucos, para 11,75%. Já em 2024 e em 2025, deve ficar na casa dos 8,5%.

No último boletim Focus, publicado nesta segunda (12), pelo Banco Central, a projeção é que o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano feche em 3,05%. Há um mês a previsão era de um crescimento de 2,77%. Esse mesmo resultado não deve se repetir em 2023. Para o ano que vem a previsão do mercado financeiro é de um PIB bem menor, de 0,75%. Um desafio e tanto, para o novo governo, será contrariar essa tendência e alcançar um desempenho melhor da economia.

Sorocaba e toda a Região Metropolitana, vem conquistando resultados econômicos melhores que os do Brasil como um todo. Se essa tendência for mantida, seremos ainda mais beneficiados com esse crescimento acima da média nacional. Isso facilita não só a manutenção da tarifa de ônibus congelada, como o anunciado na última sexta-feira, como também evita que o município precise aumentar os impostos para manter os serviços e as obras de infraestrutura que estão em andamento.

Dinheiro público bem administrado é tudo que precisamos para melhorar a qualidade de vida da população e devolver, em benefícios, uma parcela dos impostos pagos todos os anos.