Editorial
Em busca de um líder de verdade
O Brasil está cansado de falsos líderes (...) Gente que prefere proteger o grupo que o defende a se preocupar com (...) quem veste o verde-amarelo

A partida acaba e uma Nação inteira chora a eliminação da Copa para a Croácia. Os jogadores desabam com a tristeza e a vergonha da derrota nos pênaltis. O técnico, líder máximo do grupo, deixa o banco de reservas, se dirige à torcida em prantos na arquibancada e, num gesto só, faz uma reverência. O ato mistura um sincero pedido de desculpas pelo resultado e um agradecimento pelo apoio dado durante toda a competição. Uma demonstração de respeito e de humildade.
Infelizmente, não estamos falando do comandante da seleção brasileira. O personagem da história acima é Hajime Moriyasu, técnico da equipe japonesa também eliminada pela Croácia, nos pênaltis, só que na fase de oitavas de final da Copa do Catar.
Já o treinador brasileiro preferiu uma saída estratégica e dissimulada em direção aos vestiários, abandonando seus comandados em campo e virando as costas para a torcida brasileira que tanto apoiou a equipe. Tite, com esse gesto, mostrou seu total despreparo diante da adversidade e que para ele, comandar a seleção era apenas coordenar um grupo por ele mesmo escolhido.
O mesmo Tite já havia dado várias demonstrações de pouco apreço pelo Brasil. Durante todo o torneio, era dos poucos treinadores que não se dignavam a cantar o hino do país. O momento tão solene, que antecede cada partida, parecia um incômodo aos olhos do treinador que dirigiu o Brasil pela segunda copa consecutiva sem nunca ter conseguido ultrapassar a fase de quartas de final.
Foram seis anos de comando e praticamente nenhum legado será deixado para o futebol brasileiro. Tite demonstrou com sua conduta, nas duas copas, que só tem olhos para o próprio umbigo. Na Rússia, em 2018, desrespeitou a Bélgica e foi engolido pelo esquema tático montado pelo adversário. Agora diante de uma Croácia envelhecida, mostrou pouco conhecimento do time liderado pelo astro Modric. O Brasil foi mais uma vez derrotado pela falta de preparo e de planejamento de seus líderes.
Tite, desde que foi contratado pela CBF, sempre preferiu ser um “encantador de serpentes”. Com falas rebuscadas e incompreensíveis, discursava horas a fio e pouco conteúdo se extraia de seu monólogo chato e desatualizado. O Brasil confiou na conversa dele e mais uma vez se deu mal. Agora serão quatro anos de espera e de angústia até que uma nova chance de vencer surja.
Não faltaram sinais da falta de preparo de Tite. Na escolha do elenco, sempre optou por jogadores amigos, de capacidade duvidosa, para posições estratégicas. Nunca pensou na seleção como um bem de todo o País. Tratou o cargo como uma reunião de amigos e apadrinhados. Deu no que deu. Choro e desespero.
Na mídia e nas redes sociais choveram críticas ao comportamento do futuro ex-comandante da seleção. Todos foram unânimes em apontar os erros do treinador, muitos deles conhecidos há muito tempo e relevados. Parece que em época de Copa, as falhas de capacidade e de caráter são deixadas de lado e nasce uma crença de que, por um passe de mágica, quem já errou no passado, desta vez se redimirá.
Tite provou que isso não existe. Falhou ao convocar mal a equipe em 2018 na Rússia. Escolheu parceiros de outros tempos, acreditando que a amizade seria suficiente para montar um time vencedor. Não deu certo. Repetiu a dose em 2022. E como era de se esperar, não deu certo. No Brasil tudo parece ser assim. Os erros se repetem, mesmo com a história nos ensinando as armadilhas que devemos evitar.
O Brasil está cansado de falsos líderes como Tite e outros tantos. Gente que prefere proteger o grupo que o defende a se preocupar com os destinos e anseios de quem veste o verde-amarelo. Fomos derrotados, mas a esperança sempre renasce de quatro em quatro anos. A hora agora é de preparar o caminho para uma nova vitória. E que ela venha em breve.