Editorial
Natal se aproxima com aumento nas vendas
A entrada de mais dinheiro no comércio, nesta reta final de 2022, vai alavancar outros setores

Faltando cerca de quinze dias para o Natal o que se vê, nas ruas, é uma economia em franca recuperação. O movimento no comércio tem crescido a olhos vistos e o faturamento deve superar o que foi registrado nos últimos anos.
Em Sorocaba, os comerciantes estão bastante otimistas em relação às vendas deste final de ano. Segundo estimativa da Associação Comercial de Sorocaba (Acso), publicada em reportagem na edição de quinta-feira do jornal Cruzeiro do Sul, o segmento de vestuário e acessórios, por exemplo, deve registrar um aumento nas vendas entre 30% e 35%. Essa melhora seria reflexo da recuperação dos índices econômicos nacionais, como a redução do desemprego. Para os lojistas, o Natal é considerado a melhor época do ano.
A pesquisa realizada pela Acso também aponta que, depois do segmento de vestuário e acessórios, o segmento de eletrônicos, games e celulares deve ter um aumento nas vendas de até 30% em relação ao mesmo período de 2021. Em seguida, aparecem os perfumes e cosméticos com expectativa de crescimento próxima de 25% no período. Já os brinquedos devem ter um aumento de 22%.
Outro fator que está impulsionando as vendas neste fim de ano é a entrada em circulação do dinheiro da primeira parcela do 13º. De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com base nos dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), mais de R$ 700 milhões foram injetados na economia local com o benefício.
Essa recuperação da economia brasileira vem sendo sentida mês a mês e não é de hoje. O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do País está superando as expectativas dos analistas financeiros. E quem apostou numa retração no segundo semestre se equivocou redondamente.
Para se ter uma ideia, o volume de vendas do comércio varejista teve alta de 0,4% na passagem de setembro para outubro. Os dados foram divulgados ontem (8) e constam do relatório da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), produzida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esta é a terceira alta consecutiva do indicador.
O varejo teve altas também de 0,6% na média móvel trimestral, de 2,7% na comparação com outubro do ano passado, de 1% no acumulado do ano e de 0,1% no acumulado de 12 meses.
Na passagem de setembro para outubro, cinco das oito atividades pesquisadas apresentaram crescimento no volume de vendas: móveis e eletrodomésticos (2,5%), equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (2%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (2%), combustíveis e lubrificantes (0,4%) e hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,2%).
A receita nominal do setor teve crescimento de 0,2% na comparação com setembro deste ano, de 12% em relação a outubro de 2021, de 15% no acumulado do ano e de quase 14% no acumulado de 12 meses.
Já o varejo ampliado, que também analisa as vendas de materiais de construção e de veículos e peças, cresceu 0,5% em outubro na comparação com o mês anterior. O comércio varejista ampliado teve alta de 0,3% na comparação com outubro de 2021, mas apresentou quedas de 0,5% no acumulado do ano e de 1% no acumulado de 12 meses. A receita nominal do varejo ampliado teve altas de 0,6% na comparação com setembro deste ano, de 10% em relação a outubro de 2021, de 13,6% no acumulado do ano e de 13% no acumulado de 12 meses.
A entrada de mais dinheiro no comércio, nesta reta final de 2022, deve alavancar outros setores, principalmente a indústria, que vai precisar repor os estoques comercializados, e os serviços, que receberão parte dessa verba investida pela população.
No frigir dos ovos, o ano de 2022 foi muito melhor do que se esperava. O governo teve pulso firme para frear a inflação e garantir renda para quem mais precisava. Esses dois movimentos ajudaram na geração de empregos e na melhoria da renda de milhões de pessoas. Que esse círculo virtuoso seja exemplo para os novos gestores da economia brasileira e mantido por muitos e muitos anos.