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Editorial

Economia com responsabilidade fiscal

A esperança é que a responsabilidade fiscal do governo atual seja mantida e que os arroubos populistas não provoquem o desarranjo de um sistema que foi difícil de ser corrigido

03 de Dezembro de 2022 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
Para se ter uma ideia, na comparação com o mesmo período do ano passado, o PIB cresceu 3,6%
Para se ter uma ideia, na comparação com o mesmo período do ano passado, o PIB cresceu 3,6% (Crédito: Divulgação)

O ano está chegando ao fim e as boas notícias econômicas não param de surgir. O Brasil tem mostrado, em 2022, toda sua capacidade de recuperação, mesmo diante de cenários globais tão adversos.

Na quinta-feira (1º), por exemplo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o resultado mais recente do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos por um país em um determinado período. A variação positiva, no terceiro trimestre, foi de 0,4%. Esse dado mostra o vigor da nossa economia e a capacidade de atingirmos números ainda melhores, no fechamento de 2022.

Para se ter uma ideia, na comparação com o mesmo período do ano passado, o PIB cresceu 3,6%. No acumulado nos quatro trimestres, terminados em setembro de 2022, o PIB cresceu 3%, frente aos quatro trimestres imediatamente anteriores. O acumulado do ano foi de 3,2% em relação ao mesmo período de 2021. Esse resultado confirma as previsões feitas pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, ao longo do ano e atestam os acertos da política adotada pelo governo Bolsonaro.

A variação positiva do PIB foi influenciada, principalmente, pelos resultados do setor de serviços (1,1%) e da indústria (0,8%), enquanto a agropecuária recuou 0,9%. Conforme o último levantamento do IBGE, com o resultado, o PIB atingiu o maior patamar da série histórica, iniciada em 1996. Na comparação com o trimestre anterior, é a quinta taxa positiva do indicador. O PIB totalizou R$ 2,544 trilhões em valores correntes no terceiro trimestre.

Além de atingir o maior nível da série, o PIB ficou 4,5% acima do patamar pré-pandemia de Covid-19, registrado no quarto trimestre de 2019.

Dentro do setor de serviços, que responde por cerca de 70% da economia, os destaques foram informação e comunicação (3,6%), com a alta dos serviços de desenvolvimento de software e internet, atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (1,5%) e atividades imobiliárias (1,4%).

No setor das indústrias, a construção teve ótimo desempenho, com um avanço de 1,1% no período. Outro destaque do setor é eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (0,6%), atividades que foram beneficiadas pela redução do uso da energia termelétrica.

A surpresa negativa ficou por conta da agropecuária, que depois de três trimestres com taxas positivas, recuou 0,9%. No acumulado do ano, o setor agropecuário apresenta redução de 1,5%.
Outro dado importante, levantado pelo IBGE, é o crescimento do consumo das famílias pelo sexto trimestre consecutivo. Na comparação com o terceiro trimestre de 2021, o aumento foi de 4,6%. No mesmo período, o consumo do governo cresceu 1,0%.

E o Brasil tem fôlego para resultados ainda melhores. É o que mostram os números da Pesquisa Industrial Mensal divulgada ontem (2), também pelo IBGE. A produção industrial brasileira teve alta de 0,3%, na passagem de setembro para outubro, interrompendo dois meses consecutivos de queda. Em relação a outubro de 2021, a indústria registrou avanço de 1,7%.

As atividades econômicas que exerceram maior influência na melhoria dos índices foram os produtos alimentícios (4,8%) e a metalurgia (4,6%). O índice só não foi melhor por conta das quedas nos setores de veículos automotores, máquinas e equipamentos e bebidas.

A somatória de todos esses levantamentos mostra que o País está pronto para um ciclo de crescimento virtuoso. A casa está arrumada e o mercado aguarda, com expectativa, o anúncio do próximo ministro da Economia. Um segredo que tem incomodado quem aqui pretende investir. Com essa definição poderemos entender o rumo que o País vai tomar nos próximos quatro anos. A esperança é que a responsabilidade fiscal do governo atual seja mantida e que os arroubos populistas não provoquem o desarranjo de um sistema que foi difícil de ser corrigido.