Notícia boa
A nova queda da taxa de desemprego
Em tempos normais, o assunto mereceria manchete em todos os jornais e sites, mas o que se viu foi uma notinha escondida
O Brasil enfrenta um momento “sui generis”. Notícias que sempre ganharam destaque na mídia agora são escondidas de leitores e telespectadores. Fica parecendo que alguns veículos de comunicação querem impedir que a sociedade conheça a realidade do País.
Esse tipo de atitude mancha a imparcialidade do jornalismo e desvirtua todo e qualquer processo democrático. Esse é um caminho que só afasta as futuras gerações que já preferem se informar no arriscado mundo das redes sociais, no qual há pouquíssimos filtros, do que na imprensa, em tese profissional e especializada.
Um dos exemplos ocorreu na quinta-feira (27), quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou mais uma queda na taxa de desemprego. Em tempos normais, o assunto mereceria manchete e reportagem de destaque em todos os jornais e sites, mas o que se viu foi uma notinha escondida no meio de assuntos de pouca relevância.
Escondida pela imprensa, ou não, a notícia é boa e precisa ser amplamente divulgada. A taxa de desemprego caiu 0,6 ponto percentual no trimestre móvel de julho a setembro de 2022 e ficou em 8,7% no período, em comparação com o trimestre de abril a junho, quando foi de 9,3%. Em relação ao mesmo período de 2021, quando o desemprego estava em 12,6%, a redução é de 3,9 pontos percentuais. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua.
De acordo com o IBGE, é a menor taxa desde o trimestre fechado em junho de 2015, quando o desemprego estava em 8,4%. Os dados apontam para um total de 9,5 milhões de pessoas desocupadas, queda de 6,2% (menos 621 mil pessoas) no trimestre e 29,7% (menos 4 milhões) no ano.
Em números absolutos, a população ocupada somou 99,3 milhões de pessoas, um recorde da série iniciada em 2012. A alta na comparação trimestral foi de 1% ou mais um milhão de pessoas. Na comparação anual, a alta é de 6,8% ou mais 6,3 milhões.
O nível da ocupação ficou em 57,2% e a taxa composta de subutilização foi de 20,1%, a menor desde março de 2016. O número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado subiu 1,3% no trimestre, para 36,3 milhões de pessoas, e os sem carteira assinada atingiram o maior nível da série histórica, apesar da estabilidade no trimestre: 13,2 milhões de pessoas.
A taxa de informalidade caiu de 40% para 39,4% da população ocupada, com 39,1 milhões de trabalhadores informais. Os trabalhadores por conta própria somaram 25,7 milhões de pessoas, os domésticos são 5,9 milhões e os empregadores ficaram em 4,4 milhões.
O IBGE apontou, também, aumento no trimestre no número de pessoas ocupadas nos setores da administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais. Na comparação anual, houve redução no grupamento de agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura.
E não foi só o desemprego que caiu. A média salarial dos trabalhadores cresceu, permitindo que mais gente tenha mais dinheiro no bolso. Para se ter uma ideia, o rendimento real habitual subiu 3,7% na comparação trimestral, indo para R$ 2.737, somando R$ 266,7 bilhões na massa de rendimento.
Os setores que mais registraram aumento de salário foram a agricultura, a pecuária, a produção florestal, a pesca e a aquicultura. Depois vieram a indústria e o comércio, principalmente nas áreas de reparação de veículos automotores e motocicletas, informação, comunicação e atividades financeiras.
Por tipo de ocupação, os empregados com carteira de trabalho assinada tiveram aumento de 2,8% no trimestre, os empregados no setor público 2,3%, e os empregadores estão ganhando 10% a mais.
Como se pode notar, por esses números, o Brasil tem muito a comemorar no campo econômico. Esse assunto e outras iniciativas importantes adotadas recentemente devem circular para que todos saibam os avanços que estamos registrando em todas as áreas.
Esconder esse tipo de informação é enganar a população. A turma do “despiora” e do “infelizmente tem notícia boa para dar” precisa entender que jornalismo é coisa séria e não pode ser tratado com ideologia partidária.